sexta-feira, 5 de março de 2010

AUTISMO NA ESCOLA REGULAR



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Matricular um aluno com autismo em uma classe regular requer diversos cuidados a parte: sessões de fonoaudiologia, acompanhamento psiquiátrico e terapia ocupacional são as escolhas mais procuradas para dar base a rotina normal das aulas.

Muitas crianças autistas enfrentam preconceitos e dificuldades ao encarar uma sala de aula normal. O acompanhamento precoce sempre é essencial para contornar os problemas.

Antes de qualquer atividade, o professor deve desapertar no aluno à vontade de adquirir conhecimentos, quebrar barreiras e desenvolver sua percepção e vontade de ir à frente nos estudos. De nada adianta ter uma sala de aula muito bem equipada se nenhum aluno está a fim de aprender ou nenhum professor quer realmente exercer sua profissão.

Simone Zelner, mãe de uma criança com autismo, afirmou para o site Futuro do Presente (2009) que: “as escolas o geral não estão preparadas para receber crianças com autismo e com as particularidades que lhes são características”. As atividades propostas em sala devem incluir o aluno especial de todas as formas. Os pais devem checar a grade curricular e a maneira de abordar os conteúdos antes da matrícula.



Diariamente somos estimulados a ter preconceito às diversas culturas, biótipos, dificuldades e outras “imperfeições” impostas pela televisão, comerciais, fotografia e mídia em geral.

Geralmente quando se fala da aparição de algum autista nos veículos de comunicação é sempre como "o pobre coitado" ou “a história do problemático sofredor” e nunca como alguem normal no meio de seus amigos e familiares sem ter a patologia em primeiro plano.


Se nós que somos adultos concluímos que muitos outros adultos não enxergam essa realidade e continuam agindo preconceituosamente, pode-se imaginar uma criança que tem pouca noção das coisas na mesma situação: atualmente, algumas crianças são cruéis sem nem saber por que, são estimuladas a jogar o diferente de lado enquanto o "normal" imposto à massa é ser anoréxica com peitos de silicone (algo muito longe do ser humano “de verdade”).

A inclusão começa em casa, começa na educação das demais crianças que terão de conviver com todos os tipos de outras crianças. Como diz no site Entra a mi mundo (2009): “la integración de autistas en escuelas es probablemente más fácil cuando estos han aprendido habilidades sociales necesarias y cuando los otros niños han sido educados para comprender las dificultades que presentan los niños con alteraciones y teniendo oportunidades de compartir actividades con ellos” (A integração de autistas nas escolas é provavelmente mais fácil quando eles aprenderam as formalidades sociais necessárias e quando as outras crianças foram educadas para compreender as dificuldades apresentadas por crianças com distúrbios, tendo a oportunidade de compartilhar atividades com eles).

O autista em algum momento de sua vida sofrerá preconceito. Em sala de aula até as crianças ditas como “normais” já sofrem.

Ficar “de olho” na reação dos demais colegas e evitar abusos e tratamento discriminatório com o aluno autista é completamente essencial na sua inserção, pois não há inclusão se não houver uma transformação evolutiva no pensamento dos demais colegas. A criança não pode ser simplesmente largada em sala de aula e dar-se isto como correto, a inclusão só ocorre quando todos os alunos aprendem qual o seu verdadeiro significado e valor diante a sociedade.

O Doutor Francisco Lima do Centro de Estudos Inclusivos (CEI) da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) reafirma a questão do preconceito embutido no pensamento das pessoas no site do Ministério Público de Pernambuco (2004): “Atualmente, verifica-se, mesmo em programas televisivos e outros, atuações de religiosos no exorcismo de demônios de pessoas supostamente possuídas, mas que pelos relatos dos que estão com elas, tais pessoas, ou apresentam doenças mentais, ou mesmo deficiências mentais”. Ele ainda acrescenta que “em muitos países da Europa e também nos Estados Unidos, ou aqui no Brasil, vê-se resquício do preconceito historicamente construído e propagandeado pela Bíblia e outros livros de grande penetração no imaginário social”.

Diversos são os blogs de pais de crianças autistas desabafando os preconceitos que seus filhos sofrem ou sofreram na escola. Muitos são os casos de abuso relatados com indignação, não somente cometidos por outros alunos, como o caso narrado pela irmã de uma criança com autismo no blog Autismo: um mundo diferente, mas maravilhoso (2009): “quando freqüentava o jardim de infância todos os dias chegava a casa com nódoas negras, e via-se nele a cara de infelicidade, descobrimos mais tarde que ele era o alvo preferido da sua professora” e ainda acrescenta a pior parte “quando (ela) se enervava espancava-o como se fosse um saco de boxe, talvez por ele ser o único da turma que não falava e assim não poderia contar nada aos pais”.


A professora Maria Teresa Eglér Mantoan (2009) destaca em seu trabalho acadêmico disponível na internet outro grande problema gerado por alguns profissionais em sala de aula: “é fácil receber os “alunos que aprendem apesar da escola” e é mais fácil ainda encaminhar os que têm dificuldades de aprendizagem para as classes e escolas especiais, sendo ou não deficientes, aos programas de reforço e aceleração”. Ela conclui que “por meio dessas válvulas de escape continuamos a discriminar os alunos que não damos conta de ensinar” e ainda acrescenta que: “estamos habituados a repassar nossos problemas para outros colegas, os “especializados” e, assim, não recai sobre nossos ombros o peso de nossas limitações profissionais”.

Aprender a conviver pode ser uma grande dificuldade do professor com o aluno, pois muitas vezes o preconceito vem de casa e multiplica-se fora dela. Mudar mentalidades, superar o preconceito e combater atitudes discriminatórias incluem-se nas bases de uma conivência pacífica agradável entre as relações professor-aluno e aluno-aluno.

O tutor é o último que deve manter preconceitos em sala de aula, deve apazigua-los e ensinar a todos verdadeiros significado da inclusão.


Fonte: julianasphynx.blogspot.com

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