sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

Um feliz 2011, muito vindouro e cheio de emoções!


Amigos

Amanhã é um outro ano!

Amanhã é uma nova esperança!

Amanhã o sol brilhará mais!

Ouviremos em canções as vozes de nossas crianças!

Trataremos de novos elos autísticos!

Faremos novas poesias!

Descobriremos novas diretrizes e surpresas

Viveremos mais e aprenderemos com todos!

Teremos mais paciência, benegnidade e amor!


Salve 2011 !!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

OS MAPAS DO AUTISMO





silvania mendonça almeida margarida



O autismo é como um mapa encoberto. Mapas que encobertam as mais verdadeiras surpresas, tristezas felizes, aprendizagens encantadas e judiciosas. Às vezes, todas as direções são possíveis e outras vezes os caminhos são os mais diversos, quase impossíveis.


Como nos diria Rubem Alves: "Aqui se encontra o retrato deste mundo. Se alguém prestar bem atenção verá que há mapas dos céus, mapas das terras, mapas do corpo, mapas da alma” e eu acrescento: mapas do autismo. São muitos. Quem notar poderá analisar cuidadosamente estes mapas: aprender a falar, aprender a não se sentir sozinho, aprender a se banhar, aprender a usar os talheres, aprender a escrever, desaprender as garatujas, desaprender as estereotipias, desaprender a gritar. Quantos mapas! Seria impossível enumerá-los aqui! Seria impossível enumerá-los numa única vida.


O autismo é uma carta geográfica para a vida dos pais e de seus filhos! É uma lista descritiva de aprendizagem burilada e de renúncia! É a representatividade do que se tem de mais belo, além do tempo, atemporal mesmo, e do espaço. Um espaço que para alguns é de sofrimento. Para outros de aprendizagem. Bem pragmático! Somente o momento presente e a crença crística importam. É só aprender.


Mas como avaliar a alma do autismo em mapas¿ Uma interrogação de primeira instância, de cabeça para baixo na aprendizagem da educação especial?


Pais, educadores, terapeutas e filhos autistas por todos os caminhos já andaram. Já fizeram de suas vidas flores, como tal são seus espíritos: proteção e dores, clamores e amores. E, assim, cultivando, as flores dos mapas autísticos, nós, pais e mães de crianças autistas vamos cobrindo as nossas feridas. Mesmo que os olhos-mapas das nossas crianças viajam como seus olhares perdidos, em êxtase, em sintonia, em comunhão; em sonho projeto criança.

Os mapas autísticos trazem o cântico das flores do vento, que volteia sobre os campos floridos. Os caminhos das nossas crianças são como pinturas celestes, suaves encantamentos que inebriam o nosso ser e nossos sentidos.

Nos mapas do autismo NÃO EXISTE a tarefa do adulto que passa a desempenhar uma função mediadora entre as crianças e a cultura, garantindo o desenvolvimento infantil e o conhecimento social. Neste sentido, o professor de Educação Infantil não precisa ter uma visão globalizante do desenvolvimento da criança e do conhecimento social e historicamente produzido.

Nos mapas do autismo, o professor da Educação especial precisa ir além. Precisa saber conviver com a alma autística daquele indivíduo e lhe mostrar primeiramente o seu EU. A sua função mediadora vai além das perspectivas de uma visão globalizante do desenvolvimento infantil, pois se passarão muitos anos e a criança se tornará um adolescente, um adolescente que passará à idade adulta. Uma idade adulta criança. O que fazer então?

Como mãe de um rapaz autista criança talvez eu seja capaz de interpretar momentos que preleciono aqui:

 O que se diz ou faz, como se diz ou faz, em que momento e o porquê afetam profundamente as relações professor-aluno autista, influenciando diretamente o processo ensino-aprendizagem.

 Afetividade não se limita apenas a manifestações de carinho físico e de elogios superficiais.

 as manifestações epidérmicas da afetividade lambida se fazem substituir por outras de natureza cognitiva, tais como respeito e reciprocidade.

 Adequar a tarefa às possibilidades do autista, fornecer meios para que realize a atividade confiando em sua capacidade que não pode ser medida ou desmedida.

 demonstrar atenção às suas dificuldades e problemas são maneiras bastante refinadas de comunicação afetiva.

 Medo, angústia, ansiedade e frustração são sentimentos que desgastam o autista. A serenidade e a tranqüilidade dos professores auxiliam na redução ou até na eliminação desses sentimentos desagregadores.

 Amar, amar muito a educação especial...



São tantos os mapas do autismo que o professor da educação especial burila especializações e negociações, mudanças e inovações. Essas devem ser decididas durante uma experiência intensiva em que sejam adotadas práticas pedagógicas mais adequadas e consistentes no descobrimento dos caminhos, da carta geográfica que pode ajudar o autista na sua convivência diária.


Afinal, aprendizes-autistas, para serem bem sucedidos em suas tarefas escolhidas, precisam de comunicação. Precisam ser compreendidos, não avaliados, não julgados, não ensinados, mas sim MAPEADOS.

Pais, professores, terapeutas, profissionais, familiares, em minha pequena experiência creio que o principal Mapa é o do AMOR, bem incondicional, sem cobrança e com ousadia.

E novamente lembro-me de que Rubens Alves um dia já escreveu: “Quem dança com as idéias descobre que pensar é a alegria. Se pensar lhe dá tristeza é porque você só sabe marchar, como soldados em ordem unida. Saltar sobre o vazio, pular de pico em pico. Não ter medo da queda. Foi assim que se construiu a ciência: não pela prudência dos que marcham, mas pela ousadia dos que sonham. Todo conhecimento começa com o sonho”.

terça-feira, 28 de dezembro de 2010

quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

ORAÇÃO DE NATAL




" Oração de Natal "

Senhor, nesta Noite Santa, depositamos diante de Tua manjedoura todos os sonhos, todas as lágrimas e esperanças contidos em nossos corações.
Pedimos por aqueles que choram sem ter quem lhes enxugue uma lágrima.
Por aqueles que gemem sem ter quem escute seu clamor.
Suplicamos por aqueles que Te buscam sem saber ao certo onde Te encontrar.
Para tantos que gritam paz, quando nada mais podem gritar. Abençoa, Jesus-Menino, cada pessoa do planeta Terra, colocando em seu coração um pouco da luz eterna que vieste acender na noite escura de nossa fé.
Fica conosco, Senhor! Assim seja!
(autor desconhecido)

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Atenção especial no Autismo - Orientações Dietoterápicas.




O termo autismo vem do grego “autós” que significa “de si mesmo”. Em 1906, Plouller introduziu o termo autista na literatura psiquiátrica. Mas foi Bleuler, em 1911, o primeiro a difundir o termo autismo para referir-se ao quadro de esquizofrenia, que consiste na limitação das relações humanas e com o mundo externo.

Em 1943, o psiquiatra americano Leo Kanner, que trabalhava em Baltimore, nos Estados Unidos, descreveu um grupo de onze casos clínicos de crianças em sua publicação intitulada “Distúrbios Autísticos do Contato Afetivo” (Autistic Disturbances of Affective Contact). As crianças investigadas por Kanner apresentavam inabilidade para se relacionarem com outras pessoas e situações desde o início da vida (extremo isolamento), falha no uso da linguagem para comunicação e desejo obsessivo ansioso para a manutenção da mesmice.

Segundo Kanner, o autismo era causado por pais altamente intelectualizados, pessoas emocionalmente frias e com pouco interesse nas relações humanas da criança. Em 1944, o pediatra austríaco Hans Asperger, em Viena, descreveu crianças que tinham dificuldades de integrar-se socialmente em grupos, denominando esta condição de “Psicopatia Autística” para transmitir a natureza estável do transtorno. Estas crianças exibiam um prejuízo social marcado, assemelhavam-se com as descritas por Kanner, porém tinham linguagem bem preservada e pareciam mais inteligentes. Entretanto, Asperger acreditava que elas eram diferentes das crianças com autismo na medida em que não eram tão perturbadas, demonstravam capacidades especiais, desenvolviam fala altamente gramatical em uma idade precoce, não apresentavam sintomas antes do terceiro ano de vida e tinham um bom prognóstico.

A publicação de Kanner ficou conhecida, enquanto que o artigo de Asperger, escrito em alemão, só foi transcrito para o inglês por Lorna Wing, em 1981. O transtorno de Asperger se diferencia do autismo essencialmente pelo fato de que não se acompanha de retardo ou deficiência de linguagem ou do desenvolvimento cognitivo. A diferença fundamental entre um indivíduo com autismo de alto funcionamento e um indivíduo com transtorno de Asperger é que o com autismo possui QI executivo maior que o verbal e atraso na aquisição da linguagem. Na prática clínica, a distinção fará pouca diferença, porque o tratamento é basicamente o mesmo.

É relevante salientar que algumas das especulações da publicação original de Kanner, como a frieza afetiva dos familiares (particularmente a da mãe), de a inteligência das crianças ser normal e de não haver presença de co-morbidade, com o tempo, mostraram-se incorretas. Com a evolução das pesquisas científicas, concluiu-se que o autismo não é um distúrbio do contato afetivo, mas sim um distúrbio do desenvolvimento. Em 1976, Lorna Wing relatou que os indivíduos com autismo apresentam déficits específicos em três áreas: imaginação, socialização e comunicação, o que ficou conhecido como “Tríade de Wing”.


Diante de todas as implicações do distúrbio neurológico e metabólico do autista, o tratamento deve ser aplicado de forma interativa e multidisciplinar, sendo a nutrição um importante contribuinte no somatório para a melhoria nas características e nos sintomas da desordem autista. Uma criança autista não deve ter alimentos processados na sua alimentação.

Toda comida deve ser apresentada da forma mais próxima da natureza possível. Peixes, carnes frescas, ovos, castanhas e sementes, alho e azeite extra virgem, quinua, devem ser preparados em casa com complementos também frescos. Quanto mais o alimento é processado, mais quimicamente alterado e com menos nutrientes eles ficam. Além de perder o seu valor nutricional, alimentos processados perdem as suas principais características de sabor e cor.

Todos os cereais matinais, biscoitos, pães, massas, chocolates, doces, geléias, açúcares, frutas em calda, alimentos pré-cozidos cheios de misturas, são carboidratos altamente processados.
Sem contar que, os carboidratos processados têm efeito nocivo na flora intestinal, eles
alimentam as bactérias patogênicas e os fungos no intestino, promovendo o seu
crescimento e proliferação

O que deve compor na alimentação do autista:

Carboidrato com baixos índices glicêmicos como: frutas e vegetais crus e alguns cereais integrais cozidos e preparados por você mesmo. Frutose tem um baixo índice glicêmico. Frutas e vegetais devem ser consumidos crus quantas vezes possível na forma de saladas, sticks, pedaços, lanches entre as refeições com suas cascas e sementes. Água mineral ou água filtrada com uma fatia de limão é a melhor bebida para as crianças autistas; Cebola e alho para o cozimento; Quinua;
Carnes, peixes, aves domésticas, carnes orgânicas e ovos caipira – todos frescos e cozidos em casa

O que deve ser evitado na alimentação da criança autista:

Cereais matinais: são carboidratos altamente processados, cheios de açúcar e outras substâncias, eles têm um alto índice glicêmico e são péssimos para o equilíbrio da flora intestinal. Salgadinhos e aperitivos (incluindo pipoca) também são carboidratos processados com alto índice glicêmico.

Trigo: a criança autista não tem um sistema digestivo saudável então trigo, aveia, centeio, arroz, milho, particularmente os processados, devem ser mantidos fora da alimentação. Açúcar e nada que seja feito com ele.

DICA: aniversário ou outras ocasiões especiais pode fazer bolos caseiros feitos usando mel ao invés de açúcar e farinha de amêndoas ou qualquer outra castanha moída; Refrigerante e Suco industrializados são fontes de açúcar, aditivos químicos e fungos; Laticínios, alimentos contendo caseína* e glúten.

* a caseína também pode ser encontrada em alimentos que não sejam do grupo de
laticínios, por exemplo: certas marcas de atum em lata contem caseína. VERIFIQUE
SEMPRE OS RÓTULOS DAS EMBALAGENS

(Texto: Nutrociência Assessoria em Nutrologia)

Para mais informações: http://www.autism.com/ http://www.ama.org.br/html/home.php
http://www.autismoinfantil.com.br/

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

VIVENDO COM AUTISMO (O MUNDO SENSORIAL)




O mundo sensorial do espectro do autismo.

Apesar de ser universalmente reconhecida como uma característica do autismo, sensorial ou com excesso de sensibilidade, é frequentemente ignorado. O guia a seguir fornece uma compreensão básica das dificuldades sensoriais que as pessoas com autismo ou Síndrome de Asperger pode ter, e as estratégias que podem ajudar.




Para funcionar e participar do mundo que nos rodeia, precisamos usar os nossos sentidos. Os sentidos fornecem aos indivíduos experiências únicas e nos permitem interagir e se envolver com o resto da sociedade. Eles nos ajudam a compreender o ambiente que nos rodeia e responder dentro dele. Eles desempenham um papel significativo em determinar quais as ações que levamos em uma situação particular. Imagine o que acontece quando um, ou todos os seus sentidos são intensificados ou não estão presentes em tudo, muitas vezes referida como disfunção de integração sensorial. Este é o caso de muitos indivíduos do espectro do autismo.
Existem várias definições de autismo, mas eles raramente falam de como uma pessoa com autismo se sente. É somente através de histórias pessoais dos próprios indivíduos, que podemos expressar e descrever o que se passa em seu mundo sensorial doloroso. Funções diárias, que a maioria das pessoas tomam para concedido, pode, podem para pessoas com autismo ser negativo e experiências perturbadoras. Comportamentos apresentados por alguém com autismo, muitas vezes, ser uma reação direta à sua experiência sensorial. Por conseguinte, é compreensível porque eles criam rituais, ou têm comportamentos auto-estimulatórios como spinning, batendo e batendo, porque isso os faz sentir que estão no controle e se sentem seguros em seu mundo original.

Integração sensorial
Ayres (1979, Smith Myles et al, 2000) definiu a integração sensorial como "a organização da sensação de utilização". Trata-se de sensação de viragem na percepção.
O sistema nervoso central (cérebro) processa todas as informações sensoriais enviados a partir de vários sistemas sensoriais do corpo e ajuda a organizar, priorizar e entender as informações. A partir disso, é capaz de uma ação de resposta: estes podem ser pensamentos, sentimentos, respostas motoras (comportamento) ou uma combinação destes. Durante todo o nosso corpo, temos receptores, que captam a estímulos sensoriais. Nossas mãos e pés contêm a maioria dos receptores. Na maioria das vezes o tratamento da informação sensorial é automática
Os sistemas sensoriais podem ser divididas em seis áreas. Estes podem ser divididos em duas áreas principais: hiper (alto) e hipo (sensibilidade baixa). No entanto, é importante lembrar que as dificuldades / diferenças podem, alguns indivíduos se enquadram em ambas as áreas.

Sistema do Equilíbrio
Situado na orelha interna, esta fornece informações sobre onde está nosso corpo no espaço e sua velocidade, direção e movimento, tudo em relação à força da gravidade. É fundamental para nos ajudar a manter nosso equilíbrio e postura. Para um indivíduo sobre o espectro, as dificuldades / diferenças podem ser:
Hipo

a necessidade de balançar, balançar, girar.

Hiper

dificuldades em atividades que incluem o movimento, como o desporto
dificuldades em parar rapidamente ou durante uma atividade
dificuldades com as atividades onde a cabeça não está na posição vertical, ou quando os pés estão no chão.


Sistema da consciência corporal (propriocepção)
Situado nos músculos e articulações, o nosso sistema de percepção do corpo nos diz que nossos corpos são. Ele também nos informa que as partes de nosso corpo são e como eles estão se movendo. Para um indivíduo sobre as dificuldades do espectro / diferenças podem ser:
Hipo

proximidade - de pé muito próximo a outro / não compreensão do espaço corporal pessoal
andar pelos cômodos da casa - evitar obstruções
esbarrar em pessoas.

Hiper

dificuldades com habilidades motoras finas, a manipulação de pequenos objetos (botões, amarrar cadarços de sapatos)
movimentos de corpo inteiro a olhar para alguma coisa.
Sistema do Cheiro (olfatório)
Processado através de receptores químicos no nariz, isso nos diz sobre cheiros em nosso ambiente imediatamente. O olfato é um sentido que é muitas vezes negligenciado e esquecido. É, no entanto, o primeiro sentido que confiamos. Para um indivíduo sobre as dificuldades do espectro / diferenças podem ser:
Hipo

alguns indivíduos não têm nenhum sentido de cheiro e não conseguem perceber os odores extrema
Algumas pessoas podem lamber coisas.

Hiper

cheiros podem ser intensificados e avassaladores
problemas com banheiro
não gostar de pessoas com perfumes distintos, shampoos, etc
Sistema Visual
Situado na retina do olho e ativado por luz, nossa visão nos ajuda a definir os objetos, pessoas, cores, contraste e limites espaciais. Para um indivíduo sobre as dificuldades do espectro / diferenças podem ser:
Hipo

podem ver as coisas mais escuras, perder os recursos de linha
para alguns, podem concentrar-se na visão periférica, pois sua visão é borrada central, outros dizem que o principal objetivo é ampliada e na periferia as coisas tornam-se turva
Percepção de profundidade deficiente - problemas com jogar e pegar, imperícia.

Hiper

visão distorcida ocorre e objetos e luzes brilhantes pode saltar em torno
fragmentação de imagens, como conseqüência de muitas fontes
focalizando detalhe particular (grãos de areia) mais prazeroso do que olhar para uma coisa como um todo.
Sistema da Audição (auditivo)
Situado na orelha interna, este informa-nos sobre os sons do ambiente. É o aspecto mais comumente reconhecida de deficiência sensorial. Para um indivíduo sobre o espectro, as dificuldades / diferenças podem ser:
Hipo

os sons só podem ser ouvidos com uma orelha, outra orelha ou apenas ter ouvido parcial ou nenhum
a pessoa pode não reconhecer sons particular
Gostam de lugares lotados e barulhentos, cozinhas, portas e objetos.

Hiper

volume de ruído podem ser ampliadas e em torno de sons distorcidos e confusos
incapacidade para cortar sons particulares - dificuldade de concentração
eles podem ter um limiar inferior de audição, o que os torna particularmente sensíveis a estímulos auditivos, por exemplo, ouvir conversas à distância.

Sua deficiência auditiva pode ter um efeito direto sobre a sua capacidade de comunicação e também podem afetar seu equilíbrio.

Sistema Tátil
Situado sobre a pele, o maior órgão do corpo, que se refere ao toque, tipo de pressão, nível de dor e nos ajuda a distinguir a temperatura (quente e frio).
O toque é um componente importante no desenvolvimento social. Ela nos ajuda a avaliar o ambiente em que estamos e nos permite reagir em conformidade. Para um indivíduo sobre as dificuldades do espectro / diferenças podem ser:
Hipo

tem outros bem
tem alto limiar de dor - dor / temperatura
auto-agredir
Gostam de objetos pesados em cima deles.

Hiper

toque pode ser doloroso e desconfortável e muitas vezes eles vão retirar os aspectos do toque, que pode ter um efeito grave em seus relacionamentos com os outros
não gostam de ter tudo nas mãos ou pés
dificuldades em escovar os dentes e lavar o cabelo
só gosta de certos tipos de roupa ou texturas.
Sistema do paladar
Processado através de receptores químicos na língua que nos fala sobre diferentes sabores - doce, azedo, amargo, salgado e picante. Os indivíduos, muitas vezes têm dietas restritas, como resultado de suas papilas gustativas são super sensíveis. Para um indivíduo sobre as dificuldades do espectro / diferenças podem ser:
Hipo

gosta de alimentos muito condimentados
come de tudo - o solo, a grama, materiais.

Hiper

alguns sabores e alimentos são demasiado fortes e irresistível para elas
determinadas texturas também causa desconforto, algumas crianças só comem alimentos suaves, tais como purê de batatas ou gelados.
Sinestesia
Esta é uma condição rara, separada do autismo, que alguns indivíduos do espectro dizem ter experiência. Isto é, quando a confusão nos canais sensoriais ocorrem. Uma experiência sensorial entra através de um sistema e através de um sistema diferente. Por exemplo, uma pessoa ouve um sistema (som auditivo), mas vê a cores (sistema visual).

As estratégias possíveis
Uma maior compreensão do mundo sensorial dos indivíduos do espectro permite que você possa ajudá-los a desenvolverem em um ambiente mais confortável.

As seguintes idéias e estratégias podem ajudar quando se tenta criar um ambiente confortável para um indivíduo sobre o espectro, para evitar a sobrecarga dos sentidos.
Considerações gerais para lembrar:

Conscientização
Sabendo que a disfunção sensorial pode ser a razão para o problema, sempre examinar o ambiente.
Seja criativo
Use sua imaginação para chegar a experiência positiva sensorial e / ou estratégias.
Preparar
Sempre avisar o indivíduo de possíveis estímulos sensoriais que podem experimentar, por exemplo, lugares lotados.
Terapia de integração sensorial
Terapia de integração sensorial envolve a exposição leve a vários estímulos sensoriais. O objetivo desta terapia é fortalecer, equilibrar e desenvolver o sistema nervoso central de processamento de estímulos sensoriais. Delacato (1974), que introduziu o conceito de terapia de integração sensorial, a terapia focada nos cinco sistemas sensoriais - visão, paladar, olfato, audição e tato. Hoje, terapeutas ocupacionais continuam a concentrar-se nestas áreas, bem como incorporar o vestibular e de propriocepção, quando da criação e planejamento de um cronograma de atividades para um indivíduo.

Equilíbrio (vestibular)
Hipo

incentivar atividades que as ajudam a desenvolver o seu sistema vestibular - cavalo de balanço.

Hiper

decompor as atividades em pequenos passos, de usar pistas visuais como uma linha de chegada ou avisos.
Consciência corporal (propriocepção)
Hipo

Salão de posição em torno da borda da sala para facilitar a navegação
colocar fita colorida no chão para indicar os limites
utilizar a regra de curta distância.

Hiper

atividades de segmentação
placas de renda.
Cheiro (olfatório)
Hipo

use produtos com cheiro forte como recompensa e para distraí-los de estímulos inadequados, possivelmente com cheiro forte (fezes).

Hiper

uso de detergentes ou shampoos, abster-se de usar perfumes, tornar o ambiente como fragrância livre quanto possível.
visual
Hiper

reduzir a iluminação fluorescente, utilizando lâmpadas de profundidade de cor, em vez
óculos de sol
criar uma estação de trabalho em sala de aula: um espaço de secretária ou com muros altos ou dividir em ambos os lados para bloquear as distrações visuais da frente e dos lados
cortinas blackout.

Hipo

aumentar o uso de pistas visuais.
Audição (auditivos)
Treinamento de integração auditiva
No início de 1980 o Dr. Guy Berard criou uma máquina que os testes e exercícios indivíduos sistema auditivo. Esta abordagem considera que os comportamentos são uma consequência das dificuldades no sistema auditivo. Ao produzir vários sons, alterando a máquina é capaz de usar seus filtros auditivos para maximizar o volume sem causar desconforto. O objetivo é treinar o sistema auditivo e de equilíbrio que o seu contributo. A investigação sobre esta abordagem é muito limitada.
A terapia de música
Os benefícios da musicoterapia tem sido reconhecido, e é frequentemente utilizado com indivíduos do espectro. A terapia de música proporciona aos indivíduos uma oportunidade única para se comunicar, interagir e se expressar.
Hiper

portas fechadas e janelas - para reduzir os sons externos que têm de lidar
prepará-los antes de ir para um lugar barulhento ou situações de lugares cheios
tampões para os ouvidos
Walkman ou MP3
criar uma estação de trabalho.

Hipo

usar pistas visuais para fazer backup das informações verbais.
Tátil
Hipo

cobertores pesados
sacos de dormir.

Hiper

Avise a criança se você estiver prestes a tocar-lhe, sempre aproximar-se dele ou dela de frente
Lembre-se que um abraço pode ser doloroso e não reconfortante
gradualmente introduzir texturas diferentes
Aos poucos realize atividades próprias, que lhes permite regular a sensibilidade (por exemplo, escovar o cabelo e lavar).
Salas sensoriais
Ambientes sensoriais são destinadas a fornecer aos indivíduos a oportunidade de estimular, desenvolver e / ou equilíbrio dos sistemas sensoriais.
Eles estão localizados principalmente em escolas especializadas que o acesso é bastante limitado. No entanto, muitas famílias optaram por adaptar um quarto em sua casa para criar um espaço de estimulação sensorial ou recarregar.
Salas ou espaços sensorial pode assumir várias formas, por exemplo branco, escuro, de som, interativo, água ou jardim. Suas principais funções tendem a ser terapêutico, educacional e lazer, tudo em relação ao desenvolvimento.
Os equipamentos utilizados nos quartos variam dependendo do tipo, função e necessidades do indivíduo a usá-lo. A lista a seguir dá exemplos de equipamentos para fornecer estímulo para todos os sistemas sensoriais. Os estímulos podem incluir uma música suave, almofadas vibratórias, as fibras ópticas, bolas de espelho, tubos de bolha, camas de água, paredes tátil, discoteca luzes e projetores, para citar apenas alguns. O equipamento pode ser configurado com opções, a pressão de som e movimento que, em seguida, ativa uma parte do equipamento na sala. A criança vem para reconhecer causa e efeito.
Os benefícios relatados de salas sensoriais vem a apresentar, principalmente a partir de experiências e observações pessoais, pois existem apenas uma quantidade limitada de pesquisa.

Profissionais que podem ajudar
Terapeuta Ocupacional
Eles desempenham um papel fundamental nas dificuldades sensoriais por meio de programas e, muitas vezes a adaptação dos ambientes para garantir aos indivíduos ter uma vida tão independente quanto possível.
terapeuta da fala e linguagem
Muitas vezes o uso de estímulos sensoriais para incentivar e apoiar o desenvolvimento da linguagem e interação.
musicoterapeuta
Usa instrumentos e sons (estímulos auditivos), para incentivar e desenvolver os sistemas sensoriais, principalmente o sistema auditivo.

Exemplos de problemas
Problema: mastiga tudo, incluindo roupas e objetos

Possíveis razões sensoriais
Acha relaxante.
Possíveis soluções
Tubos livre de Látex, palhas.
Problema: Manchando

Possíveis razões sensoriais
Pode gostar da textura em suas mãos ou ser hipo-sensível aos cheiros.
Possíveis soluções
Experimente e introduzir materiais similares, tais como geléia, farinha de milho e água.
Problema: se recusa a usar certas roupas

Possíveis razões sensoriais
Podem não gostar da textura ou pressão na pele.
Possíveis soluções
Transforme os itens de dentro para fora isso onde não há costura, remover quaisquer etiquetas ou rótulos, que lhes permita usar roupas que são confortáveis por dentro
Problema: Dificuldades para pegar no sono

Possíveis razões sensoriais
Pode ter dificuldade em fechar os sentidos, em especial, visual e auditiva.
Possíveis soluções
Use cortinas blackout ou cobertores pesados.
Problema: tem dificuldade em concentrar-se na sala de aula

Possíveis razões sensoriais
Pode ter muitas distrações sensoriais, pode ser muito ruidoso (falando, sinos, cadeiras raspando no chão), os lotes de estímulos visuais (pessoas, retratos na parede), também pode encontrar desconforto ao segurar o lápis (pode sentir duro / frio) .
Possíveis soluções
Posicioná-los longe das portas e janelas, móveis, use na sala para criar uma área livre de distrações ou, se possível, uma estação de trabalho individual, experimente diferentes texturas para tornar o lápis mais confortável.



Fonte do texto: CORA

Disponível em: http://corautista.org/vivendo-o-mundo-sensorial.html Acesso em: 15 dez 2010

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

HOMENAGEM A ROSANNA GONÇALVES: MÃE




Estou admirada por ter conseguido encontrar
e transformar em palavras
o lado belo da criança autista.
Preciso também me capacitar
com essa força que há na poesia.

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

PERMISSIONÁRIO AUTISTA




silvânia mendonça almeida margarida



Perguntaram a meu eu espiritual
Como poderia regar meus sofrimentos
Eu disse como um lamento
Um grande permissionário eu sou


Lá de cima,
em tom de grande esperança
Alguém me diz
deveria ser protetor bem feliz

“Enquanto você caminha
pelas estradas do seu mundo
Irá estranhar
as forças dos ventos
O paraíso vai parecer
estranho e longínquo
Você vai carregar chuva
para lavar seu limpo espírito
E não vai sentir a luz do seu sol
Mas desistir de todo encanto
Ainda dá tempo para tanto
Mas se quiser vencer todos os medos
Terá que passar pela dor do amor
Espere que a bênção do mundo de Deus
caia sobre você”


“Não terá uma palavra gentil
para aqueles que você encontrar,
viverá sozinho no seu plano de vida
Quando lhe indagarem algo
não vai falar e retrucar
O seu silêncio será
um intróito do seu mundo
Que você entenda a força
e o Poder de Deus
Na tempestade e no inverno
na silenciosa beleza da terra
e o calmo crepúsculo do verão
E que você possa reconhecer
quão insignificante um permissionário-autista
Desponta nos novos elos da criação”

Queres ir?"

Você não inspirará beleza nas flores,
no universo inteiro cheio
de estrelas estarão apagadas,
nas crianças, nas canções,
na água azul do nosso planeta,
que você não irá notar
somente em orações o seu eu figurará
e na vida que já se foi ...
Queres tentar?”

“Devo ir, tenho que ir
Fui além das escrituras
De todas as portas abertas
Chorei em prantos abalados
Não aceitei as ofertas
Um permissionário autista eu sou”
Espero que a Luz do Senhor
brilhe dos meus olhos
Como a vela na janela
que eu dê boas vindas
ao viajante cansado
Quem sabe ser a fogueira
Que ilumina corações amargurados

“Devo ir, tenho que ir
Fui além das escrituras
De todas as portas abertas
Chorei em prantos abalados
Não aceitei as ofertas
Um permissionário autista eu sou”

"Vitorioso e livre
Um dia voltarei
Pois faço parte da grande obra de Deus”

domingo, 12 de dezembro de 2010

Natal: Jesus ou Papai Noel?


FREI BETO


Aproxima-se o Natal. Curioso como, numa sociedade tão laicizada como a nossa, na qual predomina a tendência de escantear a religião para a esfera privada, uma festa religiosa ainda possa constituir um marco no calendário dos países do Ocidente.

Há nisso uma questão de fundo: o ser humano é, por natureza, lúdico e sociável, o que o induz a ritualizar seus mais atávicos gestos, como alimentar-se ou se relacionar sexualmente. Além de elaborar, condimentar e enfeitar sua comida, o que nenhum outro animal faz, o ser humano exige mesa e protocolo, como talheres e a sequência prato forte e sobremesa.

No sexo, não se restringe ao acasalamento associado à procriação. Faz dele expressão de amor e o reveste de erotismo e liturgia, embora o pratique também como degradação (prostituição, pornografia e pedofilia) e violência (jogo de poder entre parceiros).

O Carnaval, como o Natal, era originariamente uma festa religiosa. Nos três dias que antecedem a Quaresma, período de jejum e abstinência recomendados pela Igreja, os cristãos se fartavam de carnes – daí o termo Carnaval, festival da carne. Resume-se, hoje, a uma festa meramente profana, onde a carne predomina em outro sentido...

Essa transmutação ocorre também com o Natal. Por ser festa de origem cristã, para celebrar o nascimento de Jesus, a sociedade laica e religiosamente plural a descaracteriza pela introdução da figura consumista de Papai Noel. O que deveria ser memória da presença de Deus na história humana, passa a ser mero período de miniférias centrada em muita comilança e troca compulsiva e compulsória de presentes.

Daí o desconforto que todo Natal nos traz. Como se o nosso inconsciente denunciasse o blefe. Sonegamos a espiritualidade e realçamos o consumismo. Ótimo para o mercado. Mas o será também para as crianças que crescem sem referências espirituais e valores subjetivos, sem ritos de passagem e senso de celebração?

Longe de mim pretender restaurar a religiosidade repressiva do passado. Mas se há algo tão inerente à condição humana, como a manutenção (comer) e a procriação (sexo) da vida, é a espiritualidade. Ela existe há cerca de um milhão de anos, desde que o símio deu o salto para o homo sapiens. As religiões são recentes, surgiram há menos de dez mil anos.

Se a espiritualidade não é fomentada na linha da interiorização subjetiva e da expressão de conexão com o Transcendente, ela corre o sério risco de, apropriada e redirecionada pelo sistema, cair na idolatria de bens materiais (patrimônio) e de bens simbólicos (prestígio, poder, estética pessoal etc). Talvez isso explique por que a maioria dos shopping centers tem linhas arquitetônicas similares a catedrais pós-modernas...

Já não são princípios religiosos que norteiam a nossa vida. Desestimulados ao altruísmo e à solidariedade, centramos a existência no próprio umbigo – o que certamente explica, na expressão de Freud, “o mal-estar da civilização”, hoje acrescido desse vazio interior que gera tanta angústia, ansiedade e depressão.

Com certeza o Natal é ocasião propícia para, como propôs Jesus a Nicodemos, nascer de novo...



Frei Betto é escritor, autor de “Um homem chamado Jesus” (Rocco), entre outros livros. www.freibetto.org twitter: @freibetto

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

PARA ALÉM DO PRECONCEITO



PARA ALÉM DO PRECONCEITO - A Convenção, Cidadania e Dignidade


IMAGEM PUBLICADA - Um homem, provavelmente indiano, com pernas atrofiadas é empurado por uma jovem, dentro de um rundimentar meio de transporte, qual um carrinho rústico, com uma criança pequena entre as pernas, circulando em uma rua aberta com veículos ao fundo, representando, na minha visão, a maioria das 650 milhões de pessoas com deficiência do mundo globalizado, ou seja 06 de cada 10 pessoas com deficiência são pobres, desfiliados, marginalizados e ainda estigmatizados. Uma foto em P&B de Khaled Satter, difundida pela OMS (Organização Mundial de Saúde) com a finalidade de difundir a CIF (Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde- 2001), que foi premiada em "1º lugar", por mim.

"Ser cidadão, perdoem-me os que cultuam o direito, é ser como o estado, é ser um indivíduo dotado de direitos que lhe permitem não só se defrontar com o estado, mas afrontar o Estado. O indivíduo seria tão forte quanto o estado. O indivíduo completo é aquele que tem a capacidade de entender o mundo, a sua situação e que, se ainda não é cidadão, sabe o que poderiam ser os seus direitos..." (Milton Santos, Cidadania Mutilada in O Preconceito)

O pensador e intelectual Milton Santos nos instiga a afirmação de nossos direitos. Ele interroga em seu texto: "O que é ser cidadão neste país?". E, hoje, quando se comemora o DIA INTERNACIONAL DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA (Onu) temos de buscar uma nova afirmação destes que tiveram por muito tempo sua cidadania mutilada. Eles, muitas vezes fisicamente mutilados, foram considerados, até recentemente, apenas objeto de intervenção, seja do Estado ou da Sociedade civil.

Hoje, quando a sua cidadania, quando reconhecida, permite até um enfrentamento do Estado, é a hora de buscar que direitos devem ser difundidos, educacional e persistentemente, para que sua diferença e diversidade funcional possam realmente estar em processo de inclusão social.

Em recente evento promovido pela RIADIS ( Red Latinoamericana de Organizaciones No Gubernamentales de Personas con Discapacidad y sus Familias ) e Conectas Direitos Humanos, na cidade de São Paulo, acerca da "Convenção da ONU sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência - Avanços, Desafios e Participação da Sociedade Civil", no mês de novembro, foi construído um importante marco sobre a questão do que podemos, pessoas com e sem deficiência, realizar para que o Artigo 33, acerca da Implementação e Monitoramento da Convenção em nosso país, seja plural, democrático e, principalmente, realize, concretize e implemente o que já está no Decreto Lei 6949/2009, para que os sujeitos com deficiência tornem-se, como diz Milton Santos, "indivíduos completos".

Tenho comigo a convicção de que um dos meios mais importantes, na atual situação econômica, social e política em que se encontram a maioria das pessoas com deficiência, ainda em desfiliação social e pobreza, que, sem dúvida já ultrapassam os 25 milhões de brasileiros e brasileiras do Censo de 2000, é indispensável que também, e em especial hoje, façamos conhecer o Artigo 8 - CONSCIENTIZAÇÃO, da Convenção, que nos diz:

1. Os Estados Partes se comprometem a adotar medidas imediatas, efetivas e apropriadas para:
a) Conscientizar toda a sociedade, inclusive as famílias, sobre as condições das pessoas com deficiência e fomentar o respeito pelos direitos e pela dignidade das pessoas com deficiência;
b) Combater estereótipos, preconceitos e práticas nocivas em relação a pessoas com deficiência, inclusive aqueles relacionados a sexo e idade, em todas as áreas da vida;
c) Promover a conscientização sobre as capacidades e contribuições das pessoas com deficiência.

2. As medidas para esse fim incluem:
a) Lançar e dar continuidade a efetivas campanhas de conscientização públicas, destinadas a:
i) favorecer a atitude receptiva em relação aos direitos das pessoas com deficiência;
ii) Promover a percepção positiva e maior consciência social em relação às pessoas com deficiência;
iii) Promover o reconhecimento das habilidades, dos méritos e das capacidades das pessoas com deficiência e de sua contribuição para o local de trabalho e o mercado laboral;

b) Fomentar em todos os níveis do sistema educacional, incluindo neles todas as crianças desde tenra idade, uma atitude de respeito para com os direitos das pessoas com deficiência;
c) Incentivar todos os órgãos de mídia a retratar as pessoas com deficiência de maneira compatível com o propósito da presente Convenção;
d) Promover programas de formação sobre sensibilização a respeito das pessoas com deficiência e sobre os direitos das pessoas com deficiência.

Estas medidas devem ser um dever de Estado e um direito de todos e todas no Brasil. A Convenção além de ratificada na íntegra tem também seu Protocolo Facultativo, que permite-nos a denúncia de quaisquer violações dos seus artigos. Qualquer pessoa, grupo ou entidade poderá enviar a um Comitê sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência (Artigo 34), e nós, enquanto cidadãos e cidadãs, devemos estar alertas para que nossa participação política e social se faça presente no monitoramento da aplicação destas medidas de conscientização.

Para tanto devemos, no Dia Internacional das Pessoas com Deficiência, potencializar nossos desejos de, micropoliticamente, nos confrontarmos com todas as formas de preconceito e estigmatização a que somos submetidos. Precisamos quebrar, romper e transpor as barreiras invisíveis de velhos paradigmas, enraizadas em instituições que temem a perda de poder e uso das pessoas com deficiência, espaços de segregação ou de institucionalização que se locupletam e dependem dos corpos que serão, biomedicamente, considerados defeituosos.

É HORA, PORTANTO, DA MÁXIMA VISIBILIZAÇÃO E DE "OCUPAÇÃO PACÍFICA, PORÉM AGUERRIDA" DE TODOS OS ESPAÇOS, SEJAM DA MÍDIA, QUE AINDA DIZ E ESCREVE SOBRE "PORTADORES", DAS ESCOLAS E EDUCADORES QUE CRIAM OBSTÁCULOS À INCLUSÃO ESCOLAR, ASSIM COMO DAS QUE NEGAM AS SINGULARIDADES E DIFERENÇAS NA PLURALIDADE E NO MULTICULTURALISMO QUE DEVE ALICERÇAR A EDUCAÇÃO INCLUSIVA, DAS ENTIDADES ASSISTENCIALISTAS QUE SE APEGAM A ESTEREÓTIPOS, DOS QUE GANHAM DINHEIRO EM NOME DE SUPOSTAS CARIDADES OU APLACAMENTO DE CONSCIÊNCIAS CULPOSAS E REFORÇAM APENAS O MODELO REABILITADOR, DOS QUE SE NEGAM A RECONHECER AS POTENCIALIDADES DE PESSOAS COM DEFICIENCIA NO TRABALHO E NÃO RECONHECEM AS ARTIMANHAS HIPERCAPITALISTAS NO CUMPRIMENTO DE COTAS E DE INSERÇÃO LABORATIVA COM EQUIPARAÇÃO DE OPORTUNIDADES, DE PROFISSIONAIS DE SAÚDE QUE NÃO ENXERGAM PARA ALÉM DOS DITAMES BIOMÉDICOS SOBRE PESSOAS COM DEFICIÊNCIA E SE RECUSAM A APRENDER OS NOVOS CONCEITOS TRAZIDOS PELA CIF (CLASSIFICAÇÃO INTERNACIONAL DE FUNCIONALIDADE, INCAPACIDADE E SAÚDE - 2001), PARA OS OPERADORES DE DIREITO QUE AINDA PERSISTEM NO DESCONHECIMENTO DA CONVENÇÃO E SUA MUDANÇA DE PARADIGMAS NO DIREITO E PERSISTEM EM UM OLHAR VITIMIZADOR E DESPOTENCIALIZADO DOS SUJEITOS DE DIREITO QUE SÃO AS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA... É HORA DE NOSSAS REVOLUÇÕES MOLECULARES PROVOCAREM ESTES INSTITUÍDOS, E, TRANSVERSALIZANDO SEUS TERRITÓRIOS, PROMOVER A CRIAÇÃO RIZOMÁTICA, OU SEJA MULTIPLICADORA E CONTAGIANTE, DE NOVOS PARADIGMAS E NOVAS CARTOGRAFIAS.

Os tempos são da Acessibilidade, da visão Bioética, da Cidadania, da Dignidade e da construção de novos princípios Éticos como alicerces para que ninguém, nenhuma pessoa, nenhum ser humano fique ainda debaixo da mutilação e violação de seus Direitos Humanos. Este ABCDário, se efetivamente realizado, pode ser um dos caminhos para um Outro Mundo Possível, para além dos preconceitos, para além das exclusões, rumo À SOCIEDADE DAS DIFERENÇAS...

Enquanto, passando o dia e ia escrevendo, pensando e repensando, lá na ONU, uma jovem negra, qual Milton Santos, com seu histórico de artrogripose, em sua cadeira de rodas, fazia ressoar a sua música e seu canto, com toda a intensidade do Zimbaue e da África. Ela, Prudence Mabhena, mostra ao mundo como é possível se tornar, mesmo com aparentes ''mutilações'' de seu corpo, muito mais efetivadas em sua cidadania, como podemos, ao soltar nosso canto de protesto e vida, um ''indivíduo completo e surpreendente". Ouçam e se apaixonem.

copyright jorgemarciopereiradeandrade (2010-2011 - favor citar as fontes e os autores em republicação livre na Internet e outros meios de comunicação de massa)

Informações, indicações e Conexões:

CONVENÇÃO SOBRE OS DIREITOS DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA - Decreto Legislativo 186/2008 - Decreto Lei 6949/2009
3ª ed- rev - Brasília - Secretaria de Direitos Humanos - Secretaria de Promoção dos Direitos da Pessoa com Deficiência , 2010.
Na internet - http://www.bengalalegal.com/apresenta.php http://www.bengalalegal.com/convencao.php

O Preconceito - Julio Lerner Editor - São Paulo, Imprensa Oficial do Estado - 1996-1997.

A CONVENÇAO SOBRE OS DIREITOS DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA COMENTADA - Coordenação de Ana Paula Crosara de Resende e Flavia Maria de Paiva Vital - Brasília: Secretaria Especial dos Direitos Humanos - Corde - 2008.
Na Internet - http://www.bengalalegal.com/comentada.php

PRUDENCE MABHENA - MUSIC BY PRUDENCE - ver o texto A Música que Encanta Depende dos Olhos? http://infoativodefnet.blogspot.com/2010/03/musica-que-encanta-depende-dos-olhos.html
Para ouvir e se encantar - VEJA O VIDEO - COM A MUSICA AMAZING GRACE http://www.youtube.com/watch?v=llVp22UuVTg&feature=player_embedded

RIADIS - http://www.riadis.net/
CONECTAS - http://www.conectas.org/index.php/Home/index

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

COMO SE VOLTASSE AO PASSADO



silvania mendonça almeida margarida


Tem coisa que os meus olhos
sempre deveriam ter visto
Deve ter sido a visão de alguma
das doces faces da poesia
Nunca ter permitido determinar
o som dos meus ouvidos
o que aquela criança
vislumbrou ao ouvir
A solidão a nos devorar
Que longo silêncio poético
Um deserto natural
Que às vezes nos faz chorar
A poesia seria uma cantiga
Como uma criança
que engatinha ao andar

Ah!... Eu teria protegido meu coração.
Mas desse modo, ele seria infantil...
Como é bom poder relembrar.
A criança que fui um dia
Nunca deixando de sonhar
A vida é poesia...
Essa magia continua de quem ama
Brilho dos meus olhos e
o sorriso largo


Quando fui arco-íris
como se voltasse ao passado
Ao tempo em que era criança
Quando todos diziam
Que era a síntese da esperança
embora quando chorava
Por algum motivo qualquer
Não tinha sentido a vida
era litúrgica minha ilusão humana
Mas a natureza transcendente
Sustentava a natureza filosófica
De todo aquele que tem fé
E o autismo vem do Alto
e revela toda arte verdadeira
e o real sentindo o saber
precisa-se da mentira da ficção
para sempre mostrar algo da revelação...

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

NATAL!!!!!



Soneto clássico decassílabo-sáfico-heróico Nº 1658
Por Sílvia Araújo Motta




Pode dizer-me então, o que é NATAL?
Se continua a fome... morte existe!
Está dormindo agora, o grande ideal?
A violência cresce e a dor persiste.

Se vale a pena, segue em frente, insiste!
Revolução já fazem contra o mal!
Quem tem amor e fé, luta e resiste!
Perdão espanta a guerra que é fatal.

Muitas razões, reflito em paz, comigo:
-Se a humanidade for capaz de amar,
sempre dará ao pobre, paz e abrigo.

Natal é luz, bondade e VIDA NOVA!
Entre as nações cantamos a louvar
ao Rei Menino-Deus que a Luz renova!

FONTE: CLUBE BRASILEIRO DA LÍNGUA PORTUGUESA
-
Belo Horizonte, 15 de dezembro de 2007

terça-feira, 30 de novembro de 2010

Autismo afeta cerca de 70 milhões de pessoas no mundo



Ainda pouco conhecido, este transtorno de comportamento deve ser observado logo nos primeiros anos de vida

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O autismo é uma disfunção global do desenvolvimento - uma alteração que afeta a capacidade de comunicação do indivíduo, de socialização e de comportamento e esta desordem faz parte de um grupo de síndromes chamado transtorno global do desenvolvimento (TGD), também conhecido como transtorno invasivo do desenvolvimento (TID). Muito ‘longe’ do que muitos pensam, autistas não batem a cabeça e gritam o tempo todo e algumas crianças autistas, apresentam inteligência e fala intactas. Em casos mais graves, os autistas podem apresentar sérios retardos no desenvolvimento da linguagem, enquanto alguns parecem fechados e distantes, outros presos a comportamentos restritos e rígidos padrões de comportamento. Os diversos modos de manifestação do autismo também são designados de espectro autista, indicando uma gama de possibilidades dos sintomas do transtorno. Atualmente já há possibilidade de detectar a síndrome antes dos dois anos de idade em muitos casos.
Certos adultos com autismo são capazes de ter sucesso na carreira profissional, porém, os problemas de comunicação e sociabilização freqüentemente causam dificuldades em muitas áreas da vida e estes adultos com autismo continuarão a precisar de encorajamento e apoio moral em sua luta para uma vida independente. Pais de autistas devem procurar programas para jovens adultos autistas, bem antes de seus filhos terminarem a escola.
De acordo com a professora Raquel Leffa Borges da APAE/Tramandaí o autismo não tem relação com a genética e não há diagonóstico que aponte a síndrome, no entanto o que pode ser feito pela família e professores é ter sempre um nível de atenção especial para aquele aluno que tende a se isolar dos demais colegas, irmãos e parentes em geral, pois somente assim pode-se detectar o autismo. “A criança não desenvolve o autismo com o tempo, mas já nasce consigo, trazendo futuramente uma série de fatores que devem ser estudados, pois cada autista tem um comportamento diferenciado. Não há um estudo específico, cada caso é um caso e merece ser estudado e pesquisado conforme as necessidades de cada um” salienta a professora que orienta uma turma de autistas de idades e comportamentos variados.
Raquel é formada em magistério e tem capacitação nas áreas de dificiência mental e autismo. Ainda de acordo com a professora, o autista necessita de uma vida regrada e com rotina diária, pois se o portador desenvolve alguma atividade que não se enquadra no seu dia-a-dia, ele demostra comportamentos agressivos e se mostra bastnate estressado “o ideal é manter a rotina sempre, variando aos poucos sem mudanças bruscas de atividade” destaca.

O que diz a Lei
O artigo 208 da Constituição Federal assegura ao deficiente o direito de frequentar a rede regular de ensino, seja ela pública ou particular. A Lei de Diretrizes e Bases da Educação e a lei de inclusão escolar estabelecem uma política nacional que privilegia a matrícula de portadores de necessidades especiais, fisicas ou mentais, em escolas regulares. Porém, não resultam em uma obrigatoriedade explícita para os colégios partículares.

Fonte: Jornal Dimensão

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

AUTISMO NO ÂMBITO FAMILIAR

SELZLER, Marcirene
FONTANA, Simone Félix da Costa

A inserção de alunos com necessidades educacionais especiais nas salas de aulas de ensino regular originou muitas mudanças e conseqüentemente resistência tanto, por parte dos profissionais que iriam trabalhar com esses alunos, que não tinham o mínimo preparo para desempenhar o papel como professores inclusivos, quanto dos próprios pais dos alunos com deficiência, que acreditavam que seus filhos não poderiam freqüentar o mesmo ambiente que os alunos ditos “normais”. A inclusão tem como característica principal a mudança a transformação é a quebra de qualquer pré-conceito a respeito do sistema de ensino regular.

Ao trabalhar com alunos que tem necessidades educacionais especiais cria-se uma relação estreita com a família principalmente no que se refere ao espectro do autismo, pois a interação entre pais e professores é de suma importância para o progresso de desenvolvimento pedagógico e social da criança “A escola e a família precisam ser trabalhar em sintonia nas ações e nas intervenções na aprendizagem, principalmente porque há grande suporte na educação comportamental”. (CUNHA, 2009, p. 89). Somando a isto, surge como agravante a falta de orientação aos pais a respeito do autismo, na maioria dos casos os pais só ouvem a palavra autismo quando precisam lidar com ela e assim não sabem que direção tomar nem quais as devidas atitudes em relação a essa nova condição de seus filhos, que envolve o seio familiar como um todo.

Existe uma carência muito grande com relação ao atendimento de crianças com autismo e de atendimento as famílias de autistas, as famílias necessitam de apoio e orientação, pois quando nos referimos ao autismo estamos falando de uma síndrome que modifica toda a estrutura da família em seu modo de pensar, agir... A primeira resposta da família em relação à síndrome do filho é de culpa e rejeição, “Muitas vezes o autismo traz a carga do isolamento social, da dor dos familiares e da exclusão escolar” (CUNHA, ano, p. 87), essa adaptação é composta por uma nova concepção comportamental que provavelmente estará fora dos parâmetros designados normais para a sociedade o diferente ou o não adequando nestas normas estabelecidas geralmente são excluídos e marginalizados das relações sociais como um todo. Para a família que convive diariamente com essa criança a aceitação e adaptação é difícil então para os demais familiares isso é um problemas que poucos sabem como lidar mesmo porque não existe programas de orientações que possam dar o suporte necessário para as famílias aprenderem a lidar com o “problema”.

O papel da família frente às dificuldades de seus filhos vem tomando outro formato com o decorrer dos anos se antes os pais tinham a postura de meros expectadores agora tomam a postura de parceiros de profissionais especializados, o papel dos pais junto ao tratamento de seus filhos proporcionam ótimos resultados.

Se a família promover meios para que essa criança se desenvolva de forma autônoma com certeza obterá resultados satisfatórios, porém se os familiares negarem o comprometimento de seus filhos diante da doença até pela própria complexidade em que o aspectro do autismo está envolvido esta criança se limitará. Para tanto, Benenzon explica: Entretanto, nos últimos anos tem havido compreensão crescente de que os familiares de pessoas com deficiência também tem necessidades especiais que justifiquem a criação de programas de atendimento as famílias. O autismo especificamente envolve uma situação que pode acarretar atraso com relação a seu tratamento isto é, as crianças autistas geralmente apresentam características de uma criança saudável e são muito bonitas esteticamente fato que muitas vezes dificulta a aceitação dos pais sob a doença de seu filho repercutindo em seu tratamento que geralmente é iniciado tardiamente proporcionando para a criança maior comprometimento.

Como é de verificar-se, fica claro que especificamente no aspectro do autismo a família é extremamente envolvida na deficiência, ”Uma grande ajuda para todos os indivíduos com autismo, independentemente do grau de severidade, vem das relações familiares, em razão do enfoque na comunicação, na interação social e no afeto” (CUNHA, 2009). Deste modo, a postura dos pais em relação à deficiência vem sofrendo várias transformações, isto é, antes os pais assumiam até por falta de informação apenas o papel de cuidadores dessas crianças, agora assumem a responsabilidade na intervenção junto aos profissionais especializados.

O principal foco no tratamento de crianças autistas é o trabalho colaborativo, é a interação entre todos os âmbitos em que a criança está inserida este trabalho precisa ser harmonioso e sistemático a fim de obter resultados satisfatórios em relação ao desenvolvimento da criança, já que o principal objetivo é fazer com que a criança se torne independente em qualquer ambiente é de suma importância que os espaços que a criança frequente sejam administrados em concordância.


FONTE: http://www.progresso.com.br/opiniao/autismo-no-ambito-familiar

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

MELODIAS DOS SEUS DIAS...




silvânia mendonça almeida margarida


Onde estão as melodias?
Dos dias de alegria
Que nas ruas mostrava?
Será que somente
o silêncio
Do frágil tempo
refletiu o autismo
Da sua emoção?
Onde está o passado?
O abraço apertado?
O seu coração?


Em que momento
deu o pulo do gato,
subiu no telhado
e cantou inspiração?
fez um enlaço,
mutação do seu palco,
abrandou todas as cores
e fingiu um breu de horrores,
assustando a alegria,
e num autismo inusitado
as melodias se foram...


Por que agora?
Nas praias e praças
Todos comentam
O seu jeito de ser
E não entendem
Que a ilusão é melodia,
mesmo que tristonha
desencantada e inerte
dos dias claros do seu viver...

O espetáculo se torna
pequena fábula musical
que brinca com sentimentos
Mas,
quem faz um poema abre janela
Por isso são que
os poemas têm ritmo
para o domínio profundo
de poder respirar...


As melodias são dias
De todas as horas
De todas as alegrias
Para refletir o autismo
Da sua emoção...
Onde está o passado?
O abraço apertado?
E o seu coração?

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

LUCY SANTOS POR LUCY SANTOS



Lucy Santos.


Nestes anos de luta, vi muita coisa errada sobre o autismo, algumas me levaram a atitudes que hoje sei serem inadequadas. Muitas desinformações nos levam a problemas emocionais, a dificuldades mil que podem e devem ser evitadas:
O Mito:os autistas têm mundo próprio.

A Verdade: os autistas têm dificuldades de comunicação, mas mundo próprio de jeito nenhum. O duro é que se comunicar é difícil para eles, nós não entendemos, acaba nossa paciência e os conflitos vêm. Ensiná-los a se comunicar pode ser difícil, mas acaba com estes conflitos.

O Mito: Os autistas são super inteligentes.
A Verdade: assim como as pessoas normais, os autistas tem variações de inteligência se comparados um ao outro. É muito comum apresentarem níveis de retardo mental.

O Mito: os autistas não gostam de carinho.
A Verdade: todos gostam de carinho, com os autistas não é diferente. Acontece que alguns têm dificuldades com relação a sensação tátil, podem sentir-se sufocados com um abraço por exemplo. Nestes casos deve-se ir aos poucos, querer um abraço eles querem, a questão é entender as sensações. Procure avisar antes que vai abraça-lo, prepare-o primeiro por assim dizer. Com o tempo esta fase será dispensada. O carinho faz bem para eles como faz para nós.

O Mito: Os autistas gostam de ficar sozinhos.
A Verdade: os autistas gostam de estar com os outros, principalmente se sentir-se bem com as pessoas, mesmo que não participem, gostam de estar perto dos outros. Podem as vezes estranhar quando o barulho for excessivo, ou gritar em sinal de satisfação, quando seus gritos não são compreendidos, muitas vezes pensamos que não estão gostando. Tente interpretar seus gritos.

O Mito: Eles são assim por causa da mãe ou porque não são amados.
A Verdade: o autismo é um distúrbio neurológico, pode acontecer em qualquer família, religião etc. A maior parte das famílias em todo o mundo tendem a mimá-los e superprotegê- los, são muito amados, a teoria da mãe geladeira foi criada por ignorância, no início do século passado e foi por terra pouco tempo depois. É um absurdo sem nexo.

O Mito: os autistas não gostam das pessoas.
A Verdade: os autistas amam sim, só que nem sempre sabem demonstrar isto. Os problemas e dificuldades de comunicação deles os impedem de ser tão carinhosos ou expressivos, mas acredite que mesmo quietinho, no canto deles, eles amam sim, sentem sim, até mais que os outros.

O Mito: os autistas não entendem nada do que está acontecendo.
A Verdade: os autistas podem estar entendendo sim, nossa medida de entendimento se dá pela fala, logo se a pessoa não fala, acreditamos não estar entendendo, mas assim como qualquer criança que achamos não estar prestando atenção, não estar entendendo, de repente a criança vem com uma tirada qualquer e vemos que ela não perdeu nada do que se falou, o autista só tem a desvantagem de não poder falar. Pense bem antes de falar algo perto deles.

O Mito: O certo é interná-lo, afinal numa instituição saberão como cuidá-lo.
A Verdade: Toda a criança precisa do amor de sua família, a instituição pode ter terapeutas, médicos, mas o autista precisa de mais do que isto, precisa de amor, de todo o amor que uma família pode dar, as terapias fazem parte, uma mãe, um pai ou alguém levá-lo e trazê-lo também.

O Mito: Ele grita, esperneia porque é mal educado
A Verdade: o autista não sabe se comunicar, tem medos, tem dificuldades com o novo, prefere a segurança da rotina, então um caminho novo, a saída de um brinquedo leva-os a tentar uma desesperada comunicação, e usam a que sabem melhor, gritar e espernear. Nós sabemos que isto não é certo, mas nos irritamos, nos preocupamos com olhares dos outros, as vezes até ouvimos aqueles que dizem que a criança precisa apanhar, mas nada disto é necessário, se desse certo bater, todo o burro viraria doutor! Esta fase de gritar e espernear passa, é duro, mas passa. Mesmo que pareça que ele não entenda, diga antes de sair que vai por ali, por aqui etc. e seja firme em suas decisões. Não ligue para os olhares dos outros, você tem mais o que fazer. Não bata na criança , isto não ajudará em nada, nem a você e nem a ele. Diga com firmeza que precisa ir embora por exemplo, e mantenha-se firme por fora, por mais difícil que seja. Esta fase passa, eles
precisarão ser a firmeza do outro.

Lucy Santos.
Disponibilizado em: junho/2005

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

AUTISMO: CARACTERÍSTICAS COMUNS




É uma alteração cerebral que afeta a capacidade da pessoa se comunicar, estabelecer relacionamentos e responder apropriadamente ao ambiente. Algumas crianças apesar de autistas apresentam inteligência e fala intactas, outras apresentam também retardo mental, mutismo ou importantes retardos no desenvolvimento da linguagem. Alguns parecem fechados e distantes outros presos a comportamentos restritos e rígidos padrões de comportamento.

Características comuns
Não estabelece contado com os olhos

Parece surdo

Pode começar a desenvolver a linguagem mas repentinamente isso é completamente interrompido sem retorno.

Age como se não tomasse conhecimento do que acontece com os outros

Ataca e fere outras pessoas mesmo que não exista motivos para isso

É inacessível perante as tentativas de comunicação das outras pessoas.

Ao invés de explorar o ambiente e as novidades restringe-se e fixa-se em poucas coisas.

Apresenta certos gestos imotivados como balançar as mãos ou balançar-se

Cheira ou lambe os brinquedos

Mostra-se insensível aos ferimentos podendo inclusive ferir-se intencionalmente

Manifestações sociais
Muitas vezes o início é normal, quando bebê estabelece contato visual, agarra um dedo, olha na direção de onde vem uma voz e até sorri. Contudo, outras crianças apresentam desde o início as manifestações do autismo.

A mais simples troca de afeto é muito difícil, como, por exemplo, o próprio olhar nos olhos que é uma das primeiras formas de estabelecimento de contato afetivo. Toda manifestação de afeto é ignorada, os abraços são simplesmente permitidos mas não correspondidos. Não há manifestações de desagrado quando os pais saem ou alegria quando volta para casa.

As crianças com autismo levam mais tempo para aprenderem o que os outros sentem ou pensam, como, por exemplo, saber que a outra pessoa está satisfeita porque deu um sorriso ou pela sua expressão ou gesticulação.

Além da dificuldade de interação social, comportamentos agressivos são comuns especialmente quando estão em ambientes estranhos ou quando se sentem frustradas.

Razões para esperança
Quando os pais de uma criança autista descobrem que seu filho é autista muitas vezes cultivam durante algum tempo ainda a esperança de que ele ira recuperar-se completamente. Algumas famílias negam o problema e mudam de profissional até encontrar alguém que lhes diga um outro diagnóstico. Como seres humanos a dor sentida pode ser superada, nunca apagada, mas a vida deve manter seu curso. Hoje mais do que antigamente há recursos para tornar as crianças autistas o mais independente possível. A intervenção precoce, a educação especial, o suporte familiar e em alguns casos medicações ajudam cada vez mais no aprimoramento da educação de crianças autistas.

A educação especial pode expandir suas capacidades de aprendizado, comunicação e relacionamento com os outros enquanto diminui a freqüência das crises de agitação. Enquanto não há perspectiva de cura podemos desde já melhorar o que temos, o desenvolvimento da qualidade de vida de nossas crianças autistas.

Diagnóstico
Os pais são os primeiros a notar algo diferente nas crianças com autismo.

O bebê desde o nascimento pode mostrar-se indiferente a estimulação por pessoas ou brinquedos, focando sua atenção prolongadamente por determinados itens. Por outro lado certas crianças começam com um desenvolvimento normal nos primeiros meses para repentinamente transformar o comportamento em isolado. Contudo, podem se passar anos antes que a família perceba que há algo errado. Nessas ocasiões os parentes e amigos muitas vezes reforçam a idéia de que não há nada errado, dizendo que cada criança tem seu próprio jeito. Infelizmente isso atrasa o início de uma educação especial, pois quanto antes se inicia o tratamento, melhor é o resultado.

Não há testes laboratoriais ou de imagem que possam diagnosticar o autismo.

Assim o diagnóstico deve feito clinicamente, pela entrevista e histórico do paciente, sempre sendo diferenciado de surdez, problemas neurológicos e retardo mental. Uma vez feito o diagnóstico a criança deve ser encaminhada para um profissional especializado em autismo, este se encarregará de confirmar ou negar o diagnóstico.

Apesar do diagnóstico do autismo não poder ser confirmado por exames as doenças que se assemelham ao autismo podem. Assim vários testes e exames podem ser realizados com a finalidade de descartar os outros diagnósticos.

Dentre vários critérios de diagnóstico três não podem faltar: poucas ou limitadas manifestações sociais, habilidades de comunicação não desenvolvidas, comportamentos, interesses e atividades repetitivos. Esses sintomas devem aparecer antes dos três anos de idade.

Tratamento
Foge ao objetivo desde site entrar em maiores detalhes a respeito do autismo em geral e sobre o tratamento especificamente.

Contudo, vale a pena fazer algumas citações. Não há medicações que tratem o autismo, mas muitas vezes elas são usadas para combater efeitos específicos como agressividade ou os comportamentos repetitivos por exemplo. Até bem pouco tempo usava-se o neuroléptico para combater a impulsividade e agitação, mais recentemente antidepressivos inibidores da recaptação da serotonina vêem apresentando bons resultados, proporcionando maior tranquilidade aos pacientes.

As medicações testadas e com bons resultados foram a fluoxetina, a fluvoxamina, a sertralina e a clomipramina. Dentre os neurolépticos a clorpromazina, o haloperidol e a tioridazina também podem ser usadas dentre outras.

Para o autismo não há propriamente um tratamento, o que há é um treinamento para o desenvolvimento de uma vida tão independente quanto possível.

Basicamente a técnica mais usada é a comportamental, além dela, programas de orientação aos pais. Quanto aos procedimentos são igualmente indispensáveis, pois os pais são os primeiros professores. Uma das principais tarefas dos pais é a escolha de um local para o treinamento do filho com autismo.

Apresentamos aqui algumas dicas para que a escolha seja a mais acertada possível:

Os locais a serem selecionados apresentam sucesso nos treinamentos que realiza?

Os profissionais dos locais são especialmente treinados com esse fim?

Como são planejadas e organizadas as atividades?

As atividades são previamente planejadas e rotineiras?

Como o progresso é medido?

Como cada criança é observada e registrada quanto a evolução?

O ambiente é planejado para minimizar as distrações?

O programa irá preparar os pais para continuar o treinamento em casa?

Fonte: www.psicosite.com.br

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

DIREITOS HUMANOS E A PESSOA COM DEFICIÊNCIA

IMPORTANTE: DE ACORDO COM A PORTARIA ABAIXO, A PESSOA PORTADORA DE DEFICIÊNCIA É AGORA "PESSOA COM DEFICIÊNCIA".



PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA


SECRETARIA DE DIREITOS HUMANOS


PORTARIA Nº 2.344, DE 3 DE NOVEMBRO DE 2010


DOU de 05/11/2010 (nº 212, Seção 1, pág. 4)

O MINISTRO DE ESTADO CHEFE DA SECRETARIA DE DIREITOS HUMANOS DA PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA, no uso de suas atribuições legais, faz publicar a Resolução nº 1, de 15 de outubro de 2010, do Conselho Nacional dos Direitos da Pessoa Portadora de Deficiência CONADE, que altera dispositivos da Resolução nº 35, de 6 de julho de 2005, que dispõe sobre seu Regimento Interno
Art. 1º - Esta portaria dá publicidade às alterações promovidas pela Resolução nº 1, de 15 de outubro de 2010, do Conselho Nacional dos Direitos da Pessoa Portadora de Deficiência - CONADE em seu Regimento Interno.
Art. 2º - Atualiza a nomenclatura do Regimento Interno do CONADE, aprovado pela Resolução nº 35, de 6 de julho de 2005, nas seguintes hipóteses:
I - Onde se lê "Pessoas Portadoras de Deficiência", leia-se "Pessoas com Deficiência";
II - Onde se lê "Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República", leia-se "Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República"
III - Onde se lê "Secretário de Direitos Humanos", leia-se "Ministro de Estado Chefe da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República";
IV - Onde se lê "Coordenadoria Nacional para Integração da Pessoa Portadora de Deficiência", leia-se "Secretaria Nacional de Promoção dos Direitos da Pessoa com Deficiência";
V - Onde se lê "Política Nacional para Integração da Pessoa Portadora de Deficiência", leia-se "Política Nacional para Inclusão da Pessoa com Deficiência";
Art. 3º - Os artigos 1º, 3º, 5º, 9º e 11, passam a vigorar com a seguinte redação:
"Art. 1º -
............................................................................

........

XI - atuar como instância de apoio, em todo território nacional, nos casos de requerimentos, denúncias e reclamações formuladas por qualquer pessoa ou entidade, quando ocorrer ameaça ou violação de direitos da pessoa com deficiência, assegurados na Constituição Federal, na Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiências e demais legislações aplicáveis;
XII - participar do monitoramento e implementação da Convenção sobre os Direitos da Pessoa com Deficiência, para que os direitos e garantias que esta estabelece sejam respeitados, protegidos e promovidos; e
............................................................................

................." (NR).

Art. 3º - Os representantes das organizações nacionais, de e para pessoa com deficiência na forma do inciso II, alínea a, do art. 2º, serão escolhidos dentre os que atuam nas seguintes áreas:
............................................................................

..............................
II - um na área da deficiência auditiva e/ou surdez;
............................................................................

..............................

IV - dois na área da deficiência mental e/ou intelectual;
............................................................................

.................... (NR).

Art. 5º - As organizações nacionais de e para pessoas com deficiência serão representadas por entidades eleitas em Assembléia Geral convocada para esta finalidade e indicarão os membros titulares e suplentes
§ 1º - As entidades eleitas e os representantes indicados terão mandato de dois anos, a contar da data de posse, podendo ser reconduzidos.
§ 2º - A eleição será convocada pelo CONADE, por meio de edital publicado no Diário Oficial da União, no mínimo 90 (noventa) dias antes do término do mandato.

§ 4º - O edital de convocação das entidades privadas sem fins lucrativos e de âmbito nacional exigirá para a habilitação de candidatos e eleitores, quetenham filiadas organizadas em pelo menos cinco estados da federação, distribuídas, no mínimo, por três regiões do País.
............................................................................

.............................

§ 6º - O processo eleitoral será conduzido por Comissão Eleitoral formada por um representante do CONADE eleito para esse fim, um representante do Ministério Público Federal e outro da Secretaria Nacional de Promoção dos Direitos da Pessoa com Deficiência - SNPD, especialmente convidados paraesse fim.
............................................................................

................... (NR).
Art. 9º - Os Conselhos Estaduais e Municipais de Direitos da Pessoa com Deficiência serão representados por conselheiros eleitos nas respectivas Assembléias Gerais estaduais ou municipais, convocadas para esta finalidade.
Parágrafo único - O Edital de Convocação para a habilitação dos Conselhos Estaduais e Municipais será publicado em Diário Oficial pelo menos 90 (noventa) dias antes do início dos novos mandatos e definirá as regras da eleição, exigindo que os candidatos comprovem estar em pleno funcionamento, ter composição paritária e caráter deliberativo.
Art. 11 -
............................................................................

.........

§ 1º - A eleição do Presidente e do Vice-Presidente dar-se-á mediante escolha, dentre seus membros, por voto de maioria simples, para cumprirem mandato de dois anos.
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§ 4º - Fica assegurada a representação do Governo e da Sociedade Civil na Presidência e na Vice-Presidência do CONADE e a alternância dessas representações em cada mandato, respeitada a paridade.
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§ 6º - Caso haja vacância do cargo de Presidente, o Vice- Presidente assumirá e convocará eleição para escolha do novo Presidente, a fim de complementar o respectivo mandato, observado o disposto no § 4º deste artigo.
§ 7º - No caso de vacância da Vice-Presidência, o Plenário elegerá um de seus membros para exercer o cargo, a fim de concluir o mandato, respeitada a representação alternada de Governo e Sociedade Civil.
............................................................................

................... (NR).

Art. 4º - Revogam-se os §§ 1º, 2º e 3º do art. 9º da Resolução nº 35/2005.

Art. 5º - As alterações no Regimento Interno do CONADE entram em vigor na data de publicação desta Portaria.



PAULO DE TARSO VANNUCCHI


Fonte: www.presidencia.gov.br

TERAPIA PRECOCE AJUDA A PREVINIR O AUTISMO

Três anos se passaram desde que Diego recebeu o diagnóstico de autismo, aos 2 anos de idade. Desde então, sua mãe Carmen Aguilar já fez incontáveis contribuições para as pesquisas sobre a síndrome.

Ela doou todos os tipos de amostras biológicas e concordou em manter um diário de tudo o que come, inala ou esfrega na pele. Uma equipe de pesquisadores presenciou o nascimento de seu segundo filho, Emilio. A placenta, algumas amostras de tecido da mãe e as primeiras fezes do bebê foram colocados em um recipiente e entregues para serem analisados.

Atualmente, a família participa de outro estudo: uma iniciativa de vários cientistas norte-americanos que buscam identificar sinais de autismo em crianças a partir dos 6 meses (até hoje, a síndrome não pode ser diagnosticada de forma confiável antes dos 2 anos de idade). No Instituto MIND , no Davis Medical Center da Universidade da Califórnia, os cientistas estão observando bebês como Emilio em um esforço pioneiro para determinar se eles podem se beneficiar de tratamentos específicos.

Assim, quando Emilio mostrou sinais de risco de autismo na sua avaliação de 6 meses – não fazia contato visual, não sorria para as pessoas, não balbuciava, mostrava interesse incomum por objetos – seus pais aceitaram de imediato o convite para que ele participasse de um programa de tratamento chamado “Infant Start”.

O tratamento consiste de uma terapia diária, chamada “Early Start Denver Model” (ESDM), baseada em jogos e brincadeiras. Testes aleatórios têm demonstrado que a técnica melhora significativamente o QI, a linguagem e a sociabilidade em crianças com autismo. Além disso, os pesquisadores dizem que quanto antes tiver início o tratamento, maior será potencial de sucesso.

"No fundo, o que podemos fazer é evitar que uma certa proporção de autismo ocorra," explica David Mandell, diretor adjunto do Centro de Pesquisas de Autismo do Hospital Pediátrico da Filadélfia. "Eu não estou dizendo que estas crianças estão sendo curadas, mas podemos estar alterando suas trajetórias de desenvolvimento ao intervir precocemente, para que elas nunca sigam o caminho que leve à síndrome. É impossível conseguir isso se ficarmos esperando o completo surgimento da doença."

Observação e interação

Sally Rogers, a cientista do Instituto MIND que acompanha a família Aguilar, conta que já enfrentou muitos desafios na adaptação da terapia de crianças de mais de um ano para os bebês. Mesmo os bebês com desenvolvimento normal para a idade ainda não podem falar ou gesticular, muito menos fingir.

Rogers pede que os pais prestem atenção no balbuciar e nas interações sociais simples que ocorrem durante as rotinas normais de alimentar, vestir, dar banho e trocar o bebê.

Durante a primeira sessão com Emilio, de 7 meses, Sally demonstrou aos pais Carmen e Saul jogos de esconde-esconde, cócegas e outras brincadeiras de interação com pessoas. Ela falou sobre as 12 semanas seguintes e como eles fariam para que Emilio trocasse sorrisos, atendesse pelo nome e balbuciasse, começando com uma única sílaba ("ma"), depois passando para duas ("gaga") e mais adiante para combinações mais complexas ("maga").

"A maioria dos bebês vem ao mundo com uma espécie de ímã embutido que atrai as pessoas", explica Sally. "Uma coisa que sabemos sobre o autismo é que ele enfraquece esse ímã. Não é que não se interessem, mas eles têm um pouco menos de atração pelas pessoas. Então, como podemos aumentar nosso apelo magnético para chamar sua atenção? "

A lição número um foi o contato visual. Sally pediu que os pais se revezassem para brincar com Emilio, incentivando-os a ficar cara a cara com o bebê e permanecer na sua linha de visão. Carmen Aguilar inclinou-se sobre o cobertor azul e sacudiu um brinquedo. "Emilio? Onde está o Emilio?"

Do outro lado do espelho de duas faces, um pesquisador acompanhava a sessão e um assistente monitorava três câmeras de vídeo na sala. Sally Ozonoff, que foi a primeira a escolher Emilio para o estudo, parou para observar.

"Ele está olhando apenas para o objeto, embora o rosto de sua mãe esteja a oito centímetros de distância", disse ela. "Ele tem um rosto muito sóbrio e tranquilo".

Saul Aguilar foi o próximo a tentar. Ele colocou Emilio em uma cadeira vermelha feita de um saco de sementes e dobrou os lados sobre o bebê. "Chuá, chuá, chuá!", fez Saul. Nenhuma resposta.
Ele levantou Emilio para cima de sua cabeça e imitou um avião. Emilio olhou para o teto.

Então Saul colocou o bebê de volta na cadeira e pegou um lobo de pelúcia. Pôs o lobo sobre a cabeça e deixou-o cair em suas mãos. "Pschooo! Uuooó!” Finalmente, Emilio olhou. "Isso foi ótimo", disse Sally Rogers ao pai do bebê. "Você colocou o brinquedo sobre a cabeça e ele foi atraído para o seu rosto. Você usou o brinquedo para melhorar a interação social. Ao trazê-lo até o seu rosto, Emilio percebe você."

Cérebro e vivências

Embora as causas do autismo ainda sejam um mistério, os cientistas concordam que existe algum fator genético ou biológico envolvido. Tratamentos experimentais como o “Infant Start” visam abordar o ambiente social em que o bebê vive, para descobrir se as mudanças em casa podem alterar o desenvolvimento biológico da doença.

"As experiências formam os cérebros dos bebês de uma maneira muito física", explica Sally. "As experiências determinam as sinapses; algumas são construídas e outras são dissolvidas."

Na teoria, se um bebê prefere objetos em vez de rostos, uma "cascata de desenvolvimento" pode começar: os circuitos cerebrais que nasceram para a leitura facial são usados para outro fim, como o processamento da luz ou de objetos. Assim, os bebês perdem a capacidade de entender os sinais emocionais transmitidos pela observação de expressões faciais. Quanto mais tempo o cérebro de um bebê seguir este curso de desenvolvimento, mais difícil torna-se a intervenção.

Entretanto, o esforço de frear o autismo através de intervenções antecipadas apresenta um problema científico.

Como não existe um diagnóstico formal de autismo antes dos 2 anos, é impossível distinguir entre os bebês que são ajudados pela intervenção e os que jamais teriam desenvolvido autismo. Os pesquisadores precisam obter uma série de avanços com bebês como Emilio antes de fazer um estudo aleatório, comparando os bebês que recebem o tratamento com aqueles que não o recebem.

Os pais de Emilio estão felizes por seu filho participar da primeira fase do programa piloto. Eles viram o filho mais velho, Diego, progredir tanto na terapia comportamental entre as idades de 3 e 5, que ficam muito esperançosos com o que poderá acontecer com o mais novo.

Saul Aguilar largou o emprego em uma empresa de telecomunicações para cuidar de Emilio e trabalhar em seus objetivos todos os dias. Carmen Aguilar havia deixado seu emprego de assistente social quando o primeiro filho recebeu o diagnóstico. Mas os planos para o futuro tiveram que ser revistos depois da avaliação de 6 meses de Emílio.

"Eu sou a primeira pessoa da minha família a ir para a universidade," diz Carmen Aguilar. "Meu pensamento foi: 'agora já preparei o futuro de meu filho." Mas, depois de saber que Emilio também pode ter autismo, ela diz que "você para de olhar para tão longe no futuro; somos forçados a pensar um dia de cada vez."

Fonte: http://delas.ig.com.br/filhos/relacionamento/terapia+precoce+pode+ajudar+a+prevenir+autismo/n1237820831357.html

sábado, 6 de novembro de 2010

Fertilização in vitro pode elevar risco de paralisia cerebral

INFONET RETRANSMITE E SOLICITA DIFUSÃO NA INTERNET


Fertilização in vitro pode elevar risco de paralisia cerebral, sugere pesquisa
A informação foi publicada no site da "BBC News"
Problemas de fertilidade dos pais não explicam por que os bebês nascidos após tratamento de fertilização in vitro enfrentam maior risco de paralisia cerebral, informaram cientistas dinamarqueses. A informação foi publicada no site da "BBC News" nesta quarta-feira.

A Universidade de Aarhus descobriu que bebês de casais que se esforçaram para conceber naturalmente tiveram riscos semelhantes em comparação àqueles que engravidaram rapidamente.

Mas eles descobriram que o risco dobrou em bebês nascidos após fertilização in vitro.

Outras causas potenciais, como o próprio tratamento, devem ser investigadas, afirmaram os cientistas.

Especialistas britânicos disseram que, apesar do baixo risco, a questão precisa ser levado a sério.

A segurança da fertilização in vitro e de outros tratamentos de fertilidade similares foi examinada de perto desde o primeiro bebê de proveta na década de 1970.

Conforme aumenta o número de bebês por fertilização in vitro, as atenções iniciais sobre problemas de desenvolvimento desaparecem, mas ainda há preocupações sobre a maior taxa de paralisia cerebral.

Existem explicações possíveis, incluindo o risco elevado de complicações em gestações múltiplas, que recentemente são muito mais frequentes.

Médicos ainda suspeitam que as razões que causam a infertilidade podem estar relacionadas, mas as últimas pesquisas lançam dúvidas sobre isso.

PROBLEMA

A equipe analisou um banco de dados nacional de informação médica de milhares de gravidezes e partos, segundo a revista científica "Human Reproduction".

Eles compararam as taxas da condição em bebês pelo tempo que as mães levaram para engravidar a partir da primeira tentativa.

Esse tempo é usado como uma forma de avaliar a fertilidade --mais de um ano para conceber pode indicar algum tipo de problema, ainda que não grave o suficiente para evitar a gravidez completamente.

Quando as mães que conceberam rapidamente foram comparadas àquelas que levaram mais de um ano, não houve diferença significativa na taxa de paralisia cerebral.

No entanto, um grupo de bebês nascidos após a fertilização in vitro ou outro procedimento --no qual o esperma é injetado diretamente no óvulo-- tinha aproximadamente o dobro do risco de desenvolver paralisia cerebral em comparação aos concebidos rapidamente.

O risco global não era elevado --aproximadamente uma em cada 176 bebês nascidos-- embora isso represente um número significativo se comparado aos 12.000 bebês nascidos após técnicas de fertilização in vitro a cada ano no Reino Unido.

fonte http://gazetaweb.globo.com/v2/noticias/texto_completo.php?c=216029

AUTISMO INFANTIL


O Autismo é um transtorno definido por alterações presentes antes dos três anos de idade e que se caracteriza por alterações qualitativas na comunicação, na interação social e no uso da imaginação.
De acordo com a definição da AUSTIM SOCIETY OF AMERICAM – ASA (1978) ( ASSOCIAÇÃO AMERICANA DO AUTISMO), o autismo é uma inadequacidade no desenvolvimento que se manifesta de maneira grave por toda a vida, aparecendo tipicamente nos três primeiros anos de vida.

OS PRINCIPAIS SINTOMAS:

* Distúrbios no ritimo de aparecimentos de habilidades físicas, sociais e linguística.

* Reações anormais a sensações. As funções ou áreas mais afetadas são: visão, audição, tato, dor, equilíbrio, olfato, gustação e maneira de manter o corpo.

* Fala e linguagem ausentes ou atrasadas. Certas áreas específicas do pensar, presentes ou não.

* Ritmo imaturo da fala, restrita compreensão de ideias. Uso de palavras sem associação com o significado.

* Relacionamento anormal com os objetivos, eventos e pessoas. Respostas não apropriadas a adultos e crianças. Objetos e brinquedos não usado de maneira devida(GAUDERER, 1997, p. 3).

Já de acordo com a definição do DSM-IV-TR (2002), O Transtorno Autista consiste na presença de um desenvolvimento comprometido ou acentuadamente anormal da interação social e da comunicação e um repertório muito restrito de atividades e interesses. As manifestações do transtorno variam imensamente, dependendo do nivel de desenvolvimento e a idade cronológica do indivíduo.

O CID 10 (2000), por sua vez, define o autismo como um transtorno global do desenvolvimento caracterizado por: a) um desenvolvimento anormal ou alterado, manifestado antes da idade de três anos; e b) apresentando uma perturbação característica do funcionamento em cada um dos três domínios seguintes: interações sociais, comunicação, comportamento focalizado e repetitivo. Além disso, o transtorno se acompanha comumente de numerosas outras manifestações, inespecíficas, por exemplo: fobias, perturbações de sono ou da alimentação, crises de birra ou agressividade (auto-agressividade).

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