quarta-feira, 30 de novembro de 2011

MTV é condenada a pagar R$ 40 mil para pais ofendidos com 'Casa dos Autistas'


30/11/2011 - 08h03


COLUNISTA DA FOLHA

Ana Maria Carvalho Elias Braga e Carlos Braga, pais de dois meninos autistas, Rafael e Renato, ganharam na Justiça de São Paulo o direito à indenização por danos morais pelo Grupo Abril devido à exibição pela MTV, em 22 de março deste ano, do quadro "Casa dos Autistas".
Na atração, parte do humorístico "Comédia MTV", atores simularam trejeitos e urros que foram atribuídos às pessoas com autismo, por três minutos, o que provocou revolta em parte do público.
A síndrome pode causar déficits na comunicação e na interação social, além de comportamentos repetitivos, mas as manifestações variam de pessoa para pessoa.
Reprodução/Youtube/grupohedans
Cena do quadro "Casa dos Autistas", do "ComédiaMTV"
Cena do quadro "Casa dos Autistas", do "ComédiaMTV"
O juiz João Omar Marçura, da 24ª Vara Cível da capital, afirmou na decisão que a cena causou "danos gravíssimos aos autistas, seus familiares e pessoas que com eles convivem e os respeitam" e não aceitou o argumento de que as imagens foram exibidas uma vez na TV, pois elas se alastraram pela internet.
A empresa terá de pagar R$ 40 mil à família --o pedido era de R$ 100 mil. "Acima do valor financeiro, que não era a nossa preocupação, a sentença me lavou a alma. O juiz entendeu a nossa sensação diante da agressão sofrida e marcou a história de lutas por respeito não só dos autistas, mas de vários outros grupos sociais", afirmou Ana.
BABAQUICE
O humorista Paulinho Serra, que estava no quadro "Casa dos Autistas", por sua vez, disse à Folha que "essa perseguição ao humor é uma grande babaquice".
"Tenho medo de ser preso qualquer hora por fazer uma piada no palco", diz ele.
"Sou a favor da reparação, nos reparamos ao vivo dentro do programa do [Marcelo] Adnet", que também faz parte do "Comédia" e se desculpou à época pelo Twitter.
Ele lembra que a MTV veiculou na programação esclarecimentos sobre o autismo.
"Fico triste que estejamos no caminho da condenação. Querem prender o Rafinha Bastos por causa de uma piada, execrar o Danilo Gentili, e agora fazem uma emissora de TV pagar uma multa por algo que tenho certeza que não vai mudar nada."
A MTV não se pronunciou oficialmente por não ter sido notificada pela Justiça.

terça-feira, 29 de novembro de 2011

Novas fotos do André em São Paulo


André em Aparecida e  no numa padaria no shopping Aquarius em São José dos Campos

Meninos com autismo degenerativo têm cérebros maiores, diz pesquisa


28/11/2011 19h27 - Atualizado em 28/11/2011 19h27


Sintomas aparecem com pouco tempo de vida.
Tipos de autismo diferentes teriam mecanismos diferentes.

Da France Presse
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Os meninos que perdem, repentinamente, as habilidades de linguagem e socialização por sofrer de um tipo de autismo degenerativo, apresentam um crescimento anormal do cérebro a partir dos quatro meses de idade, revelou um estudo americano publicado esta segunda-feira (28).
Os cérebros dos meninos que sofrem de autismo degenerativo são 6% maiores do que os cérebros dos saudáveis e dos que sofrem de outro tipo de autismo, cujos sintomas se apresentam na mais tenra idade.
O estudo, do qual participaram 180 indivíduos, e foi descrito como "a maior pesquisa sobre o desenvolvimento do cérebro em meninos pré-escolares com autismo" feito até agora não revelou nenhum crescimento anormal no cérebro das meninas que sofrem de autismo.
O estudo traz mais dados "à evidência crescente de que há tipos biológicos diferentes de autismo, (que apresentam) mecanismos neurobiológicos diferentes", assegurou David Amaral, co-autor do estudo e diretor do projeto do Instituto MIND, da Universidade da Califórnia (sudoeste).
O autismo, que afeta quatro vezes mais os meninos do que as meninas, inlcui uma ampla gama de transtornos do desenvolvimento que podem variar de uma leve dificuldade de socialização até a completa incapacidade de comunicação, movimentos repetitivos, hipersensibilidade para certas luzes e sons e problemas de comportamento.
Estudos anteriores sugeriam que os sintomas clínicos do autismo tendem a coincidir com um crescimento anormal do cérebro e da cabeça que se apresenta entre o nono e o décimo oitavo mês de vida.
No entanto, este estudo, publicado na edição de 29 de novembro da revista Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS), "descobriu que o meninos com autismo degenerativo mostram uma forma de neuropatia diferente (neste caso, o tamanho diferente do cérebro) com relação aos meninos diagnosticados com autismo desde o início de suas vidas", disse a principal autora da pesquisa, Christine Wu Nordahl, estudiosa do Instituto MIND.
"Além disso, quando avaliamos as meninas com autismo, encontramos que nenhuma delas apresentou crescimento anormal do cérebro", sem importar o tipo de autismo do qual sofriam.

quinta-feira, 24 de novembro de 2011


A pressa de Dilma na educação


Governo Dilma tem agido de modo irrefletido nas políticas educacionais





São Paulo, 16 de novembro de 2011.

Desde seu início, o Governo da Presidenta Dilma Rousseff tem sido debatido pela opinião pública mais pelo viés do combate à corrupção do que pela lógica de gestão que começa a caracterizá-lo. De modo quase desapercebido, o Governo Dilma começa a imprimir um estilo próprio e preocupante de gestão, demarcado por um excessivo gerencialismo, pragmático e irrefletido.

Sob liderança cerrada da Casa Civil - antiga pasta de Dilma no Governo Lula -, o chamado "núcleo duro" do Governo Federal (formado pelo Gabinete da Presidência da República, Ministério do Planejamento, Ministério da Fazenda, além da própria Casa Civil), tem convocado todos os demais ministérios para planejar a implementação de programas de caráter global, dedicados a resolver pragmaticamente todos os problemas considerados emergenciais no país.

Haja vista as contradições verificadas entre essas "iniciativas globais" e a visão manifestada pelos ministérios das áreas sócias, é possível inferir que não há debate verdadeiro sobre a validade e abrangência dos novos programas. A mesa de trabalho parece estar mais dedicada à distribuição de tarefas do que ao respeito às diferentes perspectivas de ação governamental. Em termos de concepção, o fio condutor que justifica e articula todos os programas é o intuito de responder ao lema da atual gestão do Governo Federal: "país rico é país sem pobreza".

Pronatec
No tocante à educação, o primeiro programa global que emergiu dessa linha pragmática de gestão foi o Pronatec (Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e ao Emprego). Destinado ao setor produtivo, o intuito da iniciativa é enfrentar o chamado "apagão de mão-de-obra" brasileiro.

A estratégia do Pronatec é lançar mão, a qualquer custo, de todas as possibilidades de oferta de cursos para qualificação profissional. No elenco das ações entram medidas consistentes, como a expansão da rede de escolas técnicas federais, mas são incluídas ações de resultado duvidoso, como a distribuição de bolsas de estudo a cursos de média e curta duração, gerenciados pelo setor privado. Enquanto o Prouni peca por não regulamentar a qualidade da educação superior oferecida, mas não onera os investimentos públicos educacionais (por ser viabilizado por meio de isenção fiscal), o Pronatec extrairá recursos do parco dispêndio do Governo Federal com educação - que em 2010 girou em torno de, apenas, 2,89% do orçamento global da União.

Se a justificativa do Pronatec é válida: é preciso qualificar o trabalhador brasileiro, a criação de oportunidades no mercado de trabalho não se resume à expansão do número de vagas em cursos de profissionalização, ainda mais sendo boa parte deles de qualidade duvidosa. No ato de sanção do programa, o Palácio do Planalto apresentou a meta de criar 5,6 milhões de vagas para cursos de curta duração e 2,4 milhões de vagas para cursos técnicos, com duração de pelo menos um ano. O investimento prometido será na ordem de R$ 24 bilhões até 2014 - o que não é pouco.

O maior erro do Pronatec, como de outros programas governamentais, é que não há sequer uma tentativa de arcabouço conceitual capaz de dar a ele algum direcionamento estratégico, seja pedagógico ou econômico. De nada adianta uma qualificação profissional pragmática sem vir ancorada a um projeto de desenvolvimento. E esse projeto não pode depender apenas da demanda do setor produtivo, deve ser fruto de uma visão de Estado coerente com os ditames de equidade e justiça social asseverados pela Constituição Federal de 1988.

Ademais, um programa dessa envergadura, carece de diálogo com os jovens e com os setores responsáveis pela formulação articulada de políticas públicas de juventude. Não há qualquer notícia, ou rumor, de que o Pronatec tenha sido debatido com a devida profundidade com o Conjuve (Conselho Nacional de Juventude) ou com a Secretaria Nacional de Juventude, vinculada à Secretaria Geral da Presidência da República.

"Cidadão do Futuro"
Com um pouco menos de pressa irrefletida, há algumas semanas a SAE (Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República) convocou o "Seminário Cidadão do Futuro: Políticas para o desenvolvimento na primeira infância". Divulgando a iniciativa, o Ministro Chefe da pasta, Wellington Moreira Franco, em entrevista ao diário "Brasil Econômico" publicada na edição de 25 de outubro de 2011, afirmou que é preciso criar um novo programa capaz de garantir a "unificação de todas as ações que já existem hoje nos diferentes programas de governo voltadas para as crianças de zero a três anos".

Políticas públicas transversais e efetivas, capazes de articular ações entre diferentes ministérios, ainda são quimeras bem distantes. No entanto, a lista pouco diversificada dos expositores e debatedores do referido seminário, os temas das mesas, além de algumas conclusões do evento publicadas na grande mídia dão a certeza de que o "Cidadão do Futuro", se for implementado conforme propõe a SAE, será incapaz de consagrar plenamente os direitos das crianças de zero a seis anos, faixa etária que compreende a primeira infância.

Comprometido com o "atendimento global possível", o programa proposto pela SAE pode significar o enfraquecimento das recentes conquistas da educação infantil, especialmente no tocante ao direito à creche. Orientados pela lógica da "customização", os economistas que debatem e constróem o "Cidadão do Futuro" creem que o atual atendimento das crianças de zero a três anos é excessivamente caro, impossível de ser "massificado". Observando experiências assistencialistas e mais baratas de países vizinhos, desejam "otimizar" os recursos da educação infantil brasileira. Ou seja, mais uma vez em nome da necessidade urgente de expansão de cobertura do atendimento público, o Brasil pode abrir mão de uma política correta para a primeira infância em favor de um novo ímpeto assistencialista, barateado e, portanto, desqualificado.

Não há dúvida de que a creche e a pré-escola têm abrangência insuficiente. No entanto, segundo dados do Inep/MEC (Instituto Nacional de Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira do Ministério da Educação), hoje o Estado brasileiro investe cerca de R$ 11,233 bilhões em educação infantil. Na Nota Técnica "Por que 7% do PIB para a educação é pouco?", a Campanha Nacional pelo Direito à Educação mostra que a primeira etapa da educação básica necessita de R$ 23,633 bilhões para garantir um padrão mínimo de qualidade, com uma cobertura justa e necessária. O montante é praticamente o mesmo daquele planejado para o Pronatec. E ambos são esforços orçamentários plausíveis, se considerado o impressionante orçamento da União, que hoje está na casa dos R$ 2 trilhões.

Afora todos os problemas apontados, o "Cidadão do Futuro" incorre ainda em um erro banal: a criança brasileira é cidadã desde seu nascimento. A cidadania não é, nem nunca será, condição futura.

O desmonte da educação inclusiva
Por último, a deflagração desse estilo Dilma de governar, pragmático e apressado, pode atingir a educação inclusiva. São inegáveis os avanços do Governo Lula em termos de expansão dos direitos das pessoas com deficiência. Uma das principais peças jurídicas foi o Decreto 6571/08, que permite a duplicação das matrículas do Fundeb para alunos com deficiência. Graças a esse instrumento, os estudantes podem ser atendidos na rede regular de ensino e, complementarmente, nos estabelecimentos que oferecem atendimento educacional especializado (como as Apaes). Foi uma medida construída pela mediação possível, ainda que tenha pecado em termos conceituais. No entanto, alguns desses estabelecimentos educacionais especializados, responsáveis por importantes serviços assistenciais e de apoio médico e psicológico às famílias, querem ser reconhecidos como unidades educacionais - o que não são e nem devem ser.

A escola, para ser escola, precisa ser inclusiva. É parte fundamental do direito de aprender de "todos os alunos e de cada um dos alunos" a convivência com o diferente. Contudo, como o orçamento da educação - ainda que insuficiente - é maior do que o da assistência social, acaba sendo empreendida uma forte e apelativa pressão para considerar educacional ou educativo um serviço típico das políticas de saúde pública e de assistência social. É certo que a complexidade do assunto exige mediações. É preciso ouvir e compreender as necessidades das famílias, dos estudantes, dos professores e de todos os demais profissionais envolvidos... , mas devem ser inegociáveis os elementos constitutivos do direito à educação.

Fundamentalmente, o avanço alcançado pelo Governo Lula em termos de educação inclusiva nada mais foi do que um esforço governamental para fazer jus aos ditames da Declaração de Salamanca (ONU/1994), da qual o Brasil é signatário. Contudo, infelizmente, há fortes rumores de que o Governo Dilma, desconsiderando essa resolução da ONU alçada pelo Congresso Nacional brasileiro com o status de Emenda à Constituição, deseje revogar o Decreto 6571/2008, permitindo mais um escoamento dos recursos da educação. Mais grave é o rumor de que o Governo Federal pretende transformar as entidades de atendimento educacional especializado em escolas. Com isso, inexoravelmente, o Brasil retrocederá na perspectiva da educação inclusiva, em que pese os desafios que ela impõe.

A urgência em detrimento dos direitos
É esperado e exigido dos governos o sentido de urgência, somado à vontade de resolver os problemas. Contudo, antes de sair agindo com voluntarismo, é imprescindível que eles se dediquem a conhecer a complexidade dos desafios que têm diante de si, sendo imperativa a elaboração de um bom planejamento de ações, capaz de determinar indicadores de resultados. Medidas bem intencionadas, mas mal planejadas, em um país continental e desigual como o Brasil, geram mais custos, não atingem seus objetivos e podem sedimentar tradições retrógradas de gestão, que dificultarão ainda mais a efetiva solução dos problemas.

É preciso que a opinião pública e a sociedade civil brasileira se ocupem mais das medidas tomadas pelo Governo da Presidenta Dilma Rousseff. A tendência de resultados duvidosos advindos do Pronatec, os malefícios prováveis da hipotética implementação do "Cidadão do Futuro" e a segregação que será causada pelo retrocesso na política de educação inclusiva compreendem ainda um outro problema fundamental: a atual linha de governo parece acreditar que qualquer atendimento das necessidades da população das classes sociais mais desfavorecidas é melhor do que nada. A orientação governamental carece de uma visão ancorada nos direitos constitucionais. Ademais, historicamente, o resultado das ações engendradas por uma concepção imediatista tem sido o aumento da desigualdade social.

Se um país rico é um país sem pobreza, um país digno não pode ser um país desigual no acesso a direitos. É inaceitável a existência concreta de cidadãos de primeira e segunda classe, ainda mais motivada por políticas pragmáticas de caráter meramente assistencial.

Para concluir, se é regra na vida que a pressa é inimiga da perfeição, em políticas sociais a afobação é impeditiva do acerto. Pode ser angustiante, mas a questão social brasileira exige a combinação de muitos outros fatores de gestão, além do necessário sentido de urgência. Os indicadores educacionais exigem tratamento sensível e preciso.

Uma atualização obrigatória, infelizmente. A primeira edição deste texto foi publicada no dia 16 de novembro de 2011. Na manhã do dia seguinte, 17 de novembro, a Presidenta Dilma Rousseff lançou o programa "Viver Sem Limites", destinado à "promoção dos direitos das pessoas com deficiência". Infelizmente, o rumor se confirmou e o Decreto 6571/08 foi revogado. Pior, um novo decreto foi criado praticamente compreendendo as instituições de atendimento educacional especializado como escolas. Considerando que atual gestão do MEC é a mesma do Governo Lula, é natural inferir que ou sua opinião foi desconsiderada no tocante ao retrocesso da educação inclusiva, ou mudou de ideia - o que é muito improvável. No entanto, nenhuma das possibilidades exime qualquer gestor federal de responsabilidade.

terça-feira, 22 de novembro de 2011

"Habilidades e desafios das crianças autistas"


Edna Coimbra (Vovó do Nathan Naum, nove anos, Autista) 
(Tradução de Claudia Marcelino de um artigo do site da Revista Autism File.)

Esta pode ser uma das perguntas mais assustadoras para pais de crianças com autismo tentar responder. Como sabemos, cada criança autista apresenta-se com sua mistura particular de habilidades e desafios. Portanto, não há uma única solução para todos quando se trata de ajudar as crianças afetadas pelo autismo na aprendizagem de línguas. É por isso que na tentativa de responder a esta pergunta, eu não estou confiando unicamente na minha fala e formação linguística, mas também em outras abordagens que acredito serem benéficas e adequadas para uso com indivíduos autistas. Todas elas foram pessoalmente empregadas durante os últimos 12 anos na minha viagem de descoberta e investigação neste campo para o desenvolvimento do meu próprio filho autista.
Eu comecei esta viagem como mãe de uma criança autista não-verbal, que conhece o “sumiço de amigos” após o diagnóstico. Tendo o meu próprio trabalho e sendo uma profissional reconhecidamente bem sucedida da área, eu já implementava a intervenção dietética durante vários anos e também a Análise do Comportamento Aplicada (ABA) antes de iniciar a Fonoaudiologia. Trabalhar com profissionais que utilizam novas abordagens comportamentais e neurológicas ajudou a desenvolver o meu entendimento de como um indivíduo autista pode aprender e progredir.

Considerações para a Criança Não-Verbal

Quando se perguntar: "Como posso ajudar a minha criança autista aprender a falar?" Considere as coisas do ponto de vista da criança: "Por que eu iria querer aprender a falar?"

Se você der um passo para trás e observar o seu filho de forma imparcial, você verá uma pessoa ativa empregando uma variedade de estratégias para evitar a interação com os outros, enquanto, ao mesmo tempo controlar o ambiente para satisfazer suas necessidades. Isto acontece muitas vezes através do uso de métodos simples, mas eficazes, tais como atirar-se ao chão e gritar em voz alta até que o item desejado apareça.

Alguns diriam que esse comportamento ocorre porque:

- O indivíduo tem autismo

- O indivíduo não pode falar

- O indivíduo sente dores

- Os sentidos sensoriais do indivíduo estão sobrecarregados

- O indivíduo não gosta de mudanças

- O desenvolvimento neurológico não é avançado o suficiente para o indivíduo agir de outra maneira

- Este é um comportamento aprendido e empregado para obter o resultado desejado

A verdade é que não sabemos. Poderia ser todos, alguns ou nenhum dos ítens acima, mas é importante considerar todos os ítens acima, enquanto tenha em mente que mudar ainda é possível.

Inicialmente, eu recomendo que os pais considerem uma abordagem comportamental para desenvolver a interação com os seus filhos para ajudar na tomada de sentido do mundo ao seu redor. Como as pessoas com autismo muitas vezes tem interesses limitados, o enfoque deve ser baseado nas necessidades e desejos do indivíduo.

Sabemos que interagir com os outros pode ser um enorme problema para o indivíduo autista, e, portanto, deve haver um envolvimento gratificante para haver um retorno. Além disso, sabemos que quanto mais repetirmos as tentativas, mais fácil o processo se torna. Assim, embora o início do processo possa ser um tremendo esforço, quanto mais freqüente a ação ocorre, mais prazeroso e menos penoso será.

Por isso, considere o que realmente motiva o seu filho. Algumas possibilidades incluem:

- Um brinquedo específico que é particularmente desejado

- Bolhas de sabão

- Elogios / abraço forte

- Controle remoto de televisão

- Vídeo específico ou DVD

- Alimentos

- Bebidas

- Jogos musicais (por exemplo, "Serra, serra, serrador")

Precisamos assumir o controle de qualquer dispositivo motivador selecionado de modo que o indivíduo terá que interagir conosco para obtê-lo! Obviamente, esta será inicialmente uma situação bastante estressante para todos, pois estamos mudando as regras de como as coisas normalmente funcionam. A comunicação precisa ser muito específica sobre esse processo de modo que o indivíduo vai entender o mais rápido possível o que está sendo solicitado dele, e o que precisa ser feito para obter o item desejado ou ação.

Sons atuais

Se a criança é não-verbal, isto significa que nenhum som é produzido certo? Ou há vocalizações que poderiam ser tentativas de discurso? Tome nota de todos os sons produzidos. Existem sons emitidos? E em caso afirmativo, quais?

Os sons são produzidos por articuladores diferentes e podem ser sonoros ou não. Durante sons sonoros, as cordas vocais vibram durante a emissão do som. Se um som dos pares listados abaixo pode ser produzido, é possível que o outro correspondente ao par possa vir a ser produzido também. É importante observar se existem pares de sons que seu filho não usa para poderem ser ensinados.

p b

t d

k g

f v

s z

sh zh

ch j

Suporte Visual

Muitas crianças com dificuldades de aprendizagem são aprendizes visuais e este é frequentemente o caso com crianças autistas. Dificuldades com o sistema de processamento auditivo pode fazer a atribuição de significado aos sons um negócio complicado. É por isso que uma aproximação visual para a aprendizagem pode ser muito eficaz para crianças com autismo.

Pode ser muito benéfico usar mecanismos de suporte visual para o seu filho com qualquer novo processo. Escrita e imagens são suportes úteis para qualquer criança aprendendo a falar e não deve ser visto como uma barreira para o desenvolvimento da fala.

Você é quem melhor conhece seu filho e qual a abordagem que deseja adotar precisa ser baseada em preferências individuais, habilidades e capacidades motoras.

Eu pessoalmente prefiro usar imagem personalizadas, pois estas permitem a precisão em assegurar que as imagens utilizadas correspondem as dos itens reais para os quais a criança está sendo solicitada. Não haverá motivação se uma imagem de um carro vermelho está a ser utilizado quando a criança realmente quer o seu velho conhecido carro amarelo.

Estas imagens são fáceis de fazer usando uma câmera digital. Certifique-se de lembrar-se de encapar a sua imagem com contact transparente antes de usar, para estender sua vida útil. Você precisa ser muito específico em criar as imagens. Por exemplo, se o pedido verbal é para "crisps", sua imagem só precisa incluir esse item, já que itens adicionais poderiam confundir a mensagem. Sempre que possível, certifique-se que as imagens sejam feitas em ambientes naturais. Por exemplo, se o carro é normalmente no chão, a imagem deve ser do carro no chão para aumentar a clareza do pedido.

A Abordagem Comportamental

Se você identificou que um pacote de batatas fritas (item alimentação) será o melhor motivador para o seu filho, então você precisa montar o cenário esvaziando o armário de onde, normalmente, ele faria tudo sozinho. Um pacote vazio ou imagem deve ser colocado lá para que a criança traga até você para lhe mostrar o que ele quer. A única coisa que você deve dizer quando ele traz o pacote (foto) é sobre o nome do item. Neste caso, o processo seria:

- Você diz a palavra "crisps"

- Deixar uma pausa

- Repita a palavra "crisps"

- Deixar uma pausa

- Qualquer vocalização (exceto gritos) deve ser recompensada com o item desejado.

Fonologicamente, "crisps" é uma palavra mais difícil, pois é composto por dois conjuntos de combinações de discurso: c / ri / sp / s ou c / ri / sps dependendo de como se escolhe para pronunciar a palavra. Eu estou usando isso como um exemplo, porque na minha experiência a maioria das famílias tendem a ter um armário como esse, com fácil acesso a itens como batatas fritas.

Idealmente, seria melhor manter-se com esta abordagem até receber uma vocalização. No entanto, você pode decidir que vai fazer isso por um determinado período de tempo inicialmente e construir a quantidade de tempo que espera por uma resposta. Você provavelmente vai ser recompensado com um grito ou ataque inicial, isso é típico do processo. Precisamos trabalhar com isso e mostrar à criança que ao gritar, esperniar, atacar, ou até mesmo te ignorar, ela não será recompensada com o item desejado, enquanto que com uma vocalização sim. O elemento mais importante dessa abordagem é a consistência. A firmeza e concistência deve estar em tudo que você faz para que um padrão começe a emergir para guiar o seu filho e ajudá-lo a entender como obter o item desejado rapidamente com uma simples vocalização.

Considerações neurológicas

Em crianças com autismo, a fiação, a ligação/comunicação do sistema neurológico tende a ser atípica, muitas vezes resultando em dificuldades para acessar ou desenvolver as habilidades de fala e linguagem.1, 2,3,4 As crianças podem apresentar respostas involuntárias e reflexos que normalmente teriam sido liquidados ou inibidos durante os três primeiros anos de vida durante o desenvolvimento de uma criança típica.5

Vocabulário e compreensão são habilidades de alto nível neurológico. A eficiência dessas habilidades depende da maturação bem sucedida dos centros cerebrais inferiores.6 Se o desenvolvimento foi comprometido nos níveis mais baixos, ele está bloqueando o acesso às ferramentas mais acima. Desenvolvimento neurológico em crianças pequenas é dependente da integração de respostas reflexas involuntárias, chamado de reflexos primitivos e posturais. A Integração dessas respostas permite o acesso mais eficiente à fala e outras habilidades cognitivas que estão associadas com os centros de córtex cerebrais.7

Eu descobri que a intervenção de um Terapeuta Ocupacional Especialista usando uma abordagem cinestésica pode ser extremamente benéfica para crianças com autismo. Os programas que envolvem 15 minutos de exercícios cinestésicos personalizados em uma base diária produziram mudanças dramáticas, mesmo em crianças mais velhas. As áreas de progresso foram:

- Melhora das habilidades motoras

- A capacidade de recordar e relatar memórias de anos anteriores

- Aumento do nível de habilidades para resolver problemas

- Maior consciência dos outros e suas necessidades

- Aumento da capacidade de acesso a funções superiores da linguagem.

Dirigindo ecolalia

Ecolalia é a repetição de vocalizações feitas por outra pessoa. Quando uma criança repete o que foi dito em vez de oferecer uma resposta, a resposta apropriada pode ser solicitado para a criança como se segue:

- Você diz: "Você quer batatas fritas?"

- A criança repete: "Você quer batatas fritas?"

- Você modela: "Sim, eu quero batata frita"

Se você puder mais uma vez apoiar esta ação com material visual, ela vai ajudar a criança autista a dar significado às palavras. Forneça uma escolha de itens utilizando apoio visual em que um pode ser selecionado, preferencialmente, em detrimento de outro. Isto irá ajudar a criança a aprender que "Você quer chips?" Realmente significa algo mais do que apenas um conjunto de sons agradáveis.

Para ilustrar esta prática usando o exemplo de "Você quer batatas fritas?" Você pode mostrar uma imagem de fichas e, em seguida perguntar: "Você quer um sorvete?" Enquanto mostra uma imagem de sorvete. Em seguida, reduza o uso de palavras a somente chips e sorvete mostrando as imagens:

"Chips" / "sorvete"

Você precisa estar ciente de que chips e sorvete são itens de alimentos e, portanto, isso torna a escolha um pouco mais difícil. Você pode reduzir o nível de dificuldade, oferecendo algo completamente diferente, tal como livro e batata frita desde que você use algo que não seja mais motivador do que o alvo!


Expansão da linguagem

A expansão da linguagem deve ser abordada com um esforço para incluir sistematicamente as coisas que você sabe que estão motivando para a criança. Se, por exemplo, ela é particularmente motivada pelo Thomas o trem, use-o. Você pode usá-lo para as preposições como em "Coloque o Thomas na cadeira", ou "Coloque o Thomas embaixo da cadeira." A dificuldade da tarefa é reduzida, pois a criança já sabe quem é Thomas. Você pode torná-la mais desafiadora, adicionando um outro trem, como em "Coloque o Thomas na cadeira e o Henry sob a cadeira." Você também pode incorporar o conceito de cores, referindo-se aos trens como o trem vermelho, azul ou verde.

Use brinquedos favoritos para ilustrar os verbos da seguinte maneira: "Buzz está dormindo", ou "Buzz está comendo", etc

Sempre usar o suporte visual, construções de linguagem reduzida e informações repetidas, lembrando-se de permitir que seu filho tenha o tempo necessário para o processamento do comando.

Formatos de questões que podem ser útil neste processo são ilustrados abaixo:

1. Buzz foi ao parque.

2. Quem foi ao parque?

3. Buzz foi ao parque.



1. Hoje é segunda-feira.

2. Que dia é hoje?

3. É segunda-feira.

Seguir estas dicas no desenvolvimento da fala pode render um progresso significativo para o seu filho. Lembre-se: seguir essas estratégias simples irá manter as coisas se movendo na direção certa => Faça visualmente, mantenha simples e torne divertido!

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

TROVADOR AUTISTA

Silêncio! Fica calado! Estereotipado! Com flapping nas mãos! Apaga todos os acendedores! Rola todas as bolinhas e espera todos os momentos para chamar o metrô. Viaja por todas as cidades Hospeda em todos os hotéis e é feliz, mas sempre, quer voltar para "Bepobizonte" E de amor vive sua inspiração Trovador autista que ama Arranja as palavras que brotam da terra Faz germinar as mais belas flores e desse brotar nascem frutos suculentos para serem apreciados e degustados Pois possui os nutrientes necessários para ser cantador e ser autista Um altruísta que não se contenta com o sabor da vida escolhida A falta que lhe faz falta Só pode ser de ternura Por mais que transforme o coração...

domingo, 20 de novembro de 2011

Deixe para “morrer” quando chegar a hora

Interessante in off Postado por Antonio Pereira (Apon) às 08:23:00 Quem foi que disse, que não se morre antes da hora? Certamente, você já deve ter conhecido algum "Zumbi", algum "morto-vivo". Gente que teve uma decepção amorosa, um revés financeiro, sofreu uma traição ou passou por qualquer outra adversidade. E assim, resolveu entregar-se ao desproposito de "desistir de viver": Afogar-se no álcool ou outras drogas, mergulhar na depressão, comprazer-se na autocomiseração, refugiar-se em seitas exóticas, enclaustrar-se na loucura, jogar-se na sarjeta... Tais criaturas desperdiçam a dadiva breve da vida, esse sopro de tempo, zéfiro fugaz, que quando percebemos, já se foi, carregando consigo, possibilidades sem conta. Miopia de almas, que com o olhar atido na dor, apercebem a amplidão ao seu derredor. Triste imaturidade do ser, que insulado em si mesmo, sente-se vitima do destino quando ruem seus castelos de areia. Esses "abantesmas". Sucumbem aos desafios da vida, por não acreditarem em si e duvidarem de Deus. Egocêntricos e egoístas, não hesitam em superlativar o sofrimento seu e de quem lhes quer bem. Sem o menor pudor, parasitam as energias e esforços de quem lhes estende a mão. Enquanto isso, outros lutam para viver. Não se acovardam nem se acomodam. Insistem, persistem e se superam, superando os percalços da existência. Tenho uma amiga, que sem qualquer sintoma, desenvolveu um câncer no intestino (o que só foi descoberto, quando o tumor arrebentou uma alça intestinal). Ela quase morreu pela primeira vez. Outro tumor lhe tirou a maior parte do fígado, e pela segunda vez ela quase morreu. Agora apareceu um pequeno tumor no pulmão. Ela segue lutando, sem arrefecer o ânimo nem perder a fé. Num outro caso, entre outras tantas coisas, ele perdeu o pai com 15 anos, aos 17 perdeu a visão de um olho, aos 40 perdeu a visão do outro olho. Continua achando a vida bela e Deus maravilhoso. Com a ajuda de um software leitor de telas, escreve um Blog com poesias, crônicas, contos, humor, críticas, mensagens de reflexão e otimismo... Procurando levar coisas boas aos seus leitores e acordar essa gente que morre em plena vida. O nome do Blog? A arte da vida. Apon HP. Leia mais: Deixe para “morrer” quando chegar a hora - A arte da vida. Apon HP http://www.aponarte.com.br/2011/11/deixe-para-morrer-quando-chegar-hora.html#ixzz1eIVnucFX Under Creative Commons License: Attribution Non-Commercial No Derivatives

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