sábado, 31 de dezembro de 2011

SAUDADES E ESPERANÇAS DE UM FELIZ ANO NOVO



SAUDADES SÃO MUITAS...
INFINITAS...TRANSCENDEM O ESPAÇO
CHEGA 2012...
E COM ELE MUITAS OUTRAS ESPERANÇAS
ELIMINAR AS DESPESAS, PAPÉIS VELHOS, COISAS DE NÃO PRECISAM MAIS...


UM NOVO DIREITO SE INICIA
BACHARELAR EM UMA NOVA EXPERIÊNCIA
CLAREAR A LUZ ONDE ESTÁ PODEMOS FIRMAR NOSSOS DESEJOS
2012 NÃO SERÁ UMA PASSAGEM,
SERÁ UMA ETERNIDADE PARA UMA GAMA MELHOR DE ACONTECIMENTOS.


O BLOG ELOS AUTÍSTICOS, EU E MEU FILHO ANDRÉ RIAN DESEJAMOS A TODOS NOSSOS SEGUIDORES E LEITORES UM EXCELENTE VÍNCULO COM NOVOS ACONTECIMENTOS... QUE VENHA O ANO NOVO...FLORESCENDO EM NOSSOS CORAÇÕES...



A EDUCAÇÃO INCLUSIVA - UMA UTOPIA

[http://filhosecia.uol.com.br/2011/11/a-educacao-inclusiva-uma-utopia/] 
No Brasil o discurso sobre inclusão de pessoas com deficiência quer seja na escola, trabalho, lazer, espaços sociais tem sido ainda uma utopia. As mudanças de fato estão sendo forjadas por grupos de pais mais organizados, educadores, alguns líderes políticos, entidades, ONGs e os meios de comunicação.  Está caminhando a passos curtos, mas caminhando em alguns locais, regiões.
A preocupação reside ainda, somente com os resultados quantitativos como, por exemplo, quantos alunos com deficiência estão matriculados nas escolas do Brasil, do que com os resultados qualitativos das relações com aprendizagem e conhecimento, que seria importante saber, por exemplo, de que maneira estes alunos estão matriculados, como estão sendo atendidas as necessidades singulares destes alunos, como estão aprendendo, se relacionando, se estão felizes e realizados. Do ponto de vista dos professores, as perguntas recairiam, estão sendo capacitados e aprendendo de fato, mudaram suas atitudes, o currículo e avaliação da escola foram modificados e o plano político pedagógico, há cooperação entre a saúde e educação para atender os casos de alunos com autismo, dentre outros que precisam de atendimento clínico especializado, e viriam muitas outras indagações, sem falar das questões da família que vamos ponderar mais abaixo.
Perguntas estas que não calam, mas ficam veladas a espera de atitudes mais eficientes e humanizadoras. Muitas ações de políticas públicas do governo federal estão sendo efetivadas e apoiadas no âmbito estadual e municipal. Contudo, as escolas estaduais por serem maiores em demanda de alunos sendo que na mesma proporção acontece com o numero de seus professores que precisam ter formação para compreenderem a educação inclusiva, são as que apresentam as maiores dificuldades em relação às escolas municipais e particulares. O Ministério da Educação tem em seu bojo uma proposta de vanguarda, mas as dificuldades são de ordem pragmática, ou seja, políticas públicas mais eficientes, investimentos em formação e materiais pedagógicos (tecnologias assistidas), trabalho e investimento para mudança cultural de atitudes ainda preconceituosas e falta de informação para a população geral.
A Educação Inclusiva não se restringe a educação, mas uma forma social de relacionar-se com o ser humano. É um processo árduo, desafiador mudar a cultura do ser humano!
O que observamos é que cada um faz uma parte que nem sempre forma um todo convergente, um emaranhado entre leis, projetos, iniciativas, verbas, metodologias que por muitas vezes se desencontram da concepção humanística, tornam-se apenas uma retórica universitária ou um projeto político fugaz.
A educação inclusiva é um direito humano, é uma educação de qualidade e precisa ter um bom senso social. Uma escola inclusiva é aquela que encoraja todas as crianças a aprenderem juntas, colaborando e cooperando mutuamente. Uma escola que discorde da prática de separar as crianças em capazes e incapazes. Uma escola que concorde que todas as crianças são capazes e que cada criança é capaz a seu modo. Uma escola que admite que cada criança aprende de um jeito só dela e, por isso, tem o direito de aprender do jeito dela. Uma escola que ensina o que as crianças querem e precisam aprender em função da situação de vida de cada criança. Uma escola que faça das crianças felizes!
Mas ainda as escolas estão focadas para que as crianças passem no vestibular, sejam competitivas, individualistas que é bem diferente de ser independente e autônoma.
Partimos do pressuposto de que entendemos a Educação Inclusiva como sendo um conceito muito mais amplo do que o de inserção do aluno com deficiência nas escolas regulares, como é resumidamente pensado, mas com uma visão mais expansiva do caminho a ser percorrido por este sujeito, desde a hora do seu nascimento, com uma acolhida planejada e articulada entre os profissionais das diversas áreas. Parto do princípio de uma inclusão programada e gradativa, responsável passo a passo dentro de um referencial ético. Tanto para quem está sendo incluído podendo ser “a criança, jovem, adulto, a família”, todos estão saindo de um modelo de exclusão, todos estavam ou estão em alguma medida institucionalizada quer seja em escolas especiais, classes especiais ou qualquer outra forma de exclusão social marginal.
O trabalho em conjunto com a família é fundamental não existe inclusão se a família não fizer parte do processo, muitas vezes só trocamos o aluno de lugar a os pais continuam reagindo da mesma forma, não há apoio, não há compreensão, apenas a necessidade de resultados. A família também precisa ser incluída, desde a sensibilização aos professores e capacitação continuada, enfim todos deverão fazer parte do processo.
Numa outra perspectiva, constatamos uma inegável mudança de postura, de concepções e atitudes por parte de educadores, pesquisadores, de agentes sociais, formadores de opinião e do público em geral. Estas mudanças se traduzem na incorporação das diferenças como atributos naturais da humanidade, no reconhecimento e na afirmação de direitos, na abertura para inovações no campo teórico-prático e na assimilação de valores, princípios e metas a serem alcançadas.
Também precisamos de medidas que visem assegurar os direitos conquistados, cada vez mais à melhoria da qualidade da educação, e investimentos em uma ampla formação dos educadores, a remoção de barreiras físicas e atitudinais, a previsão e provisão de recursos materiais e humanos entre outras possibilidades. Nesta dimensão se potencializa um movimento de transformação da realidade para se conseguir reverter o percurso de exclusão de crianças, jovens e adultos com ou sem deficiência no sistema educacional.
Alguns dos trabalhos mais recentes realizados por Edgar Morin (2002) para a Unesco tentam responder a interrogações que nos esperam a cada dia quando entramos na sala de aula: o que a escola tem para ensinar?
Ensinar as cegueiras do conhecimento: dar a oportunidade de aprender sobre a ilusão e os “erros da mente”; ensinar os princípios do conhecimento pertinente: ensinar a interpretar o contexto e a resolver problemas; ensinar a condição humana: ensinando que o ser humano é ao mesmo tempo físico biológico, psíquico, cultural, social e histórico, ensinar a identidade terrena e a história da terra: para que se compreenda desde idades tenras que o destino do homem está intimamente ligado ao destino da terra e da natureza.
Enfim acredito, aposto na utopia da escola inclusiva. Posso dizer que sofro de “utopismo”, que consiste na ideia de idealizar não apenas um lugar, mas uma vida, um futuro, ou qualquer outro tipo de coisa, numa visão fantasiosa, sonhadora e normalmente contrária ao mundo real.
O “utopismo” é um modo absurdamente otimista de ver as coisas do jeito que gostaríamos que elas fossem. E se os sonhos podem ser transformados em realidade, então vamos lá, mãos a obra!

Drª Marina S. Rodrigues Almeida
Psicóloga, Psicopedagoga e Consultora de Educação Inclusiva
Publicado em UOL - 22.11.2011
Foto UOL


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Postado por Nilton Salvador no VIVÊNCIAS AUTÍSTICAS em 12/31/2011 02:19:00 PM

quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

O status marginalizado do autista em Belo Horizonte


 


Primeiramente, é preciso fazer um esforço para reconhecer a natureza, acomplexidade, a diversidade e a amplitude das manifestações dentro doespectro autista. A falta desse conhecimento tem resultado emsubdiagnóstico, tratamento inadequado, isolamento/exclusão e profunda deterioração da qualidade de vida do autista e de seus familiares. No contexto atual, a PBH não reconhece o autismo como deficiência mental e assim o autista não recebe a mesma atenção. As crianças autistas não têm acesso aos mesmos padrões de tratamento e benefícios que costumam se aplicar aos deficientes. No entanto, há exemplos de outras cidades e estados brasileiros em que o autismo é reconhecido como deficiência mental, e isso tem resultado em um tratamento mais humanitário da situação. O problema em BH não parece ser tanto de falta de sensibilidade, mas sim de pura falta de conhecimento e disposição para adquiri-lo. São 2 milhões de autistas no Brasil, um número maior que o número de portadores de câncer ou de outras deficiências, e a PBH não faz idéia do número de autistas na cidade.
A criança autista depende fortemente de um diagnóstico que, embora difícil de realizar, seja suficientemente precoce para que se dê partida em um processo intensivo de terapias que têm como objetivo realizar o seu potencial de desenvolvimento individual. O período crítico de desenvolvimento parece ser o entorno dos 3 anos de idade, e a partir daí a taxa de desenvolvimento decai até atingir um platô por volta dos 12 anos. Um pré-diagnóstico já deveria ser suficiente para iniciar as intervenções. Diagnósticos mais precisos costumam ser fechados apenas a partir dos 5 anos de idade. Assim, se a PBH depender dos resultados de seu “workshop” genérico para começar a implementar medidas práticas de atenção ao autismo, um número enorme de crianças (e suas famílias) serão condenadas definitivamente ao ostracismo. Há uma série de medidas práticas mais simples que podem ser colocadas em prática com mais rapidez, paralelamente ao debate.
O custo dessas intervenções é alto, mesmo em comparação com outras deficiências, o que também pode ajudar a explicar a falta de iniciativa da PBH. Mesmo as famílias de classe média têm dificuldade em cobrir esses custos. Os planos de saúde cobrem uma quantidade limitada de sessões de terapia, que têm um alto valor individual se forem pagas em particular. Essas famílias também dependem da rede pública para complementar seus esforços. Aconteceu com minha família, mas optamos por desistir do tratamento em um centro de saúde pela péssima qualidade do atendimento.

Inclusão no ensino regular: Unidades Municipais de Ensino Infantil (UMEIs)
Nossa filha estuda na (nova) UMEI Zilah Spósito, que tem estrutura exemplar e equipe comprometida com a inclusão. Mas isso é uma exceção? Sei que há várias outras unidades em construção na cidade, e se todas seguirem o mesmo padrão será um bom avanço.
Houve atraso maior do que 1 ano na conclusão da obra. O projeto original previa início das aulas no 1º semestre de 2010. Na verdade, ainda há trabalhadores cuidando de detalhes externos. As atividades só começaram em março deste ano, mas a Regional Norte chegou a pressionar a escola para que as aulas começassem mesmo várias semanas antes de que as obras internas fossem concluídas, em profundo desrespeito aos funcionários e crianças.
A UMEI Zilah Spósito conta com 3 salas para cada faixa de idade, com 3 professoras “titulares” mas apenas 2 professoras auxiliares, quando a legislação preconiza uma auxiliar para cada sala. A escola está atualmente trabalhando com apenas 2 alunos de inclusão, e ainda assim teve dificuldade para contratar as 2 auxiliares exclusivas previstas em lei. A princípio, dependia-se de uma avaliação técnica, já que, pelas regras da PBH, crianças autistas não têm direito garantido ao auxiliar. (Conhecemos casos de famílias que, sem informação, têm filhos autistas estudando em UMEIs sem o auxiliar exclusivo.) A Regional Norte demorou a destacar os avaliadores para a tarefa, e, creio, a escola recebeu autorização para resolver informalmente a questão, contratando recentemente auxiliares na própria comunidade. As auxiliares são pessoas dedicadas, mas não têm preparo pedagógico. Mesmo a professora “titular” não pode fazer muito mais do que evitar que nossa filha se coloque em situação de risco.
Outro problema com a UMEI Zilah Spósito é a incompreensível ausência de uma linha de telefone fixo e a falta de previsão de instalação de uma, ou mesmo de uma sinalização de que a PBH tem a intenção de fazê-lo algum dia. Imagine-se a situação de um pai de criança especial que não tem como comunicar-se com a escola a quem confia seu filho.
Ao contrário do que a lei preconiza (ver resoluções CNE/CEB Nº 02/2001 eNº 04/2009, e decreto Nº 6571, de 17 de setembro de 2008), a PBH não faz adaptação de material e de estratégias pedagógicas para incluir o aluno especial no processo de ensino. Tememos que, se não formos agressivos o suficiente em nossas reinvindicações, nossa filha não será alfabetizada na rede pública, mesmo que tenha este potencial. No contexto atual, o aluno de inclusão está no ensino regular apenas para fins de socialização, o que, além de pouco, é francamente contrário ao que está previsto em lei.

Lazer e reabilitação
Faltam espaços públicos com opções de lazer mais estruturado e educativos, de boa qualidade e melhor distribuídos ao longo da cidade. A melhor estratégia de atuação sobre a criança autista é submetê-la ao maior número e diversidade possível de experiências sensoriais, e BH, em nosso conhecimento de algumas outras capitais do país, é um dos piores exemplos nessa questão.
Faltam centros públicos de reabilitação que possam ser utilizados pelos usuários da saúde pública municipal, com preferência para crianças especiais. Nesse contexto, o status marginalizado do autismo é mais um problema. Sabemos existir um centro de equoterapia, mas a demanda é altíssima. Existe consenso científico de que crianças autistas encontram enorme benefício nesse tipo de terapia, superior ao que existe para outras doenças e deficiências. No entanto, os autistas são posicionados no fim da fila de espera. Em geral, sequer são direcionadas para ela.
Faltam políticas públicas para autistas adolescentes e adultos, como preparação e inserção no mercado de trabalho (para os que têm esse potencial), atividades de reabilitação e casas de repouso que possam abrigar autistas.
Atenção à saúde
Há um número muito limitado de equipes de saúde de natureza multidisciplinar voltada para as terapias de intervenção precoce de que a criança autista depende para realizar seu potencial. Essas equipes em geral são formadas porprofissionais sem experiência com autismo. As técnicas utilizadas às vezes são controversas entre os especialistas, e nem sempre são as mais adequadas para cada criança. O atendimento é mal distribuído pela cidade, o que significa que as crianças podem ter que se deslocar por distâncias mais longas, mesmo dentro da própria regional. Agravando o problema, os autistas não têm acesso ao “passe livre” do transporte coletivo, o que leva muitas famílias a desistirem das terapias.
A freqüência oferecida para as terapias está terrivelmente abaixo da mínima necessária para o autista. Sessões de terapia ocupacional e fonoaudiologia em geral acontecem quinzenalmente, quando a freqüência ideal é 3 vezes por semana. A justificativa do “pouco é melhor do que nada” é particularmente cruel para o autista, e há pesquisadores que defendem que prejudicam mais do que ajudam.
Pediatras costumam não ter preparo para fazer a identificação precoce de sinais de alerta que deveriam levar à avaliação neurológica mais detalhada. É comum atribuírem atrasos de desenvolvimento a fatores como excesso de zelo dos pais ou à disfuncionalidade das famílias, ou mesmo negarem a existência desses atrasos sob o argumento genérico, desqualificante e oportunista de que as observações dos pais são exageradas.
Há má distribuição dos recursos de tratamento ao longo da cidade. Os CERSAMIs não podem ser acessados por usuários de certas regionais. A maior parte dos pais de autistas não recebem encaminhamento para ou mesmo fica sabendo da existência do Ambulatório dos Transtornos de Desenvolvimento do Hospital Infantil João Paulo II, onde poderiam ser atendidas pelo psiquiatra infantil Dr. Walter Camargos Jr., dos mais experientes brasileiros em autismo.Parece haver informação privilegiada e orientação para que o acesso à informação seja dado apenas em casos muito específicos.
 (Des)informação
Falta informação para os pais de crianças autistas: sobre a síndrome, sobre as terapias, sobre as expectativas que lhes são lícitas manter e sobre as enormes incertezas envolvidas tanto no tratamento quanto no futuro do autista em idade adulta.
Pais de autistas em BH sentem-se terrivelmente isolados. Não conhecem casos similares em seus centros de saúde ou nas escolas. Não têm com quem trocar experiências e receber apoio mútuo. Não contam com profissionais qualificados e interessados nesses centros com quem conversar a respeito. Recebem apenas um diagnóstico que não entendem e um encaminhamento para terapia que não sabem para que serve. Enquanto na rede particular de saúde discute-se um problema de sobrediagnóstico, na rede pública em BH parece haver um sério problema de subdiagnóstico de autismo, com crianças sendo tratadas de forma inadequada.
Há falta de orientação adequada da assistência social para eventuais benefícios a que a criança autista se qualifica. O descaso é tão grande que é fácil supor que haja um esforço coordenado de desinformação para evitar que famílias necessitadas tenham acesso a esses benefícios. De todo modo, no contexto atual, o autista não tem acesso a vários desses benefícios, como, por exemplo, o já referido “passe livre” do transporte coletivo.

quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

E AGORA PREFEITO, A CAMPANHA PARA O SENHOR ACABOU POR VETAR UMA AJUDA AO AUTISTA

Prefeito de BH veta projeto de Lei que criaria política de atendimento às pessoas com autismo no município. Presente Natalino?
.por Karmem Brandão, terça, 27 de Dezembro de 2011 às 15:53.Poder Executivo

Secretaria Municipal de Governo

PROPOSIÇÃO DE LEI Nº 291/11

Dispõe sobre o reconhecimento da pessoa com autismo como pessoa com deficiência, para fim da plena fruição dos direitos previstos pela legislação do Município.

A Câmara Municipal de Belo Horizonte decreta:

Art. 1º - Para fim da plena fruição dos direitos previstos pela legislação do Município, a pessoa com diagnóstico de autismo fica reconhecida como pessoa com deficiência.

Parágrafo único - O termo “pessoa com deficiência” equivale aos termos “pessoa portadora de deficiência”, “deficiente” e “pessoa portadora de necessidades especiais”, anteriormente usados pela legislação.

Art. 2º - Em decorrência do reconhecimento estabelecido por esta lei e em consonância com os objetivos da legislação vigente, dentre ela o disposto na Lei nº 8.007, de 19 de maio de 2000, fica o Município obrigado a: 

I - manter, em diversas regiões do seu território, centros de atendimento integrado de Saúde e Educação, com oferta de tratamento de pessoas com autismo;

II - realizar testes específicos gratuitos para diagnóstico precoce de autismo, preferencialmente em crianças entre os 14 (quatorze) e os 20 (vinte) meses de idade;

III - disponibilizar todo o tratamento especializado para as pessoas já diagnosticadas.

Parágrafo único - A obrigação do Município poderá ser cumprida diretamente ou através de convênios.

Art. 3º - No âmbito de sua competência, o Município buscará formas de incentivar as universidades sediadas em seu território, visando ao desenvolvimento de pesquisas e/ou projetos multidisciplinares com foco no autismo e na melhoria da qualidade de vida das pessoas com a patologia.

Art. 4º - Esta lei entra em vigor na data de sua publicação.

Veto, integralmente, a presente Proposição de Lei.

Belo Horizonte, 23 de dezembro de 2011

Marcio Araujo de Lacerda

Prefeito de Belo Horizonte

RAZÕES DO VETO

Ao analisar a Proposição de Lei nº 291/11, que “Dispõe sobre o reconhecimento da pessoa com autismo como pessoa com deficiência, para fim da plena fruição dos direitos previstos pela legislação do Município” originária do Projeto de Lei nº 1.794/11, de autoria do ilustre Vereador Leonardo Mattos, sou levado a vetá-la, pelas razões que passo a expor. 

Trata-se de louvável iniciativa que tem por finalidade reconhecer às pessoas com diagnóstico de autismo a condição de pessoa com deficiência para que lhes seja deferido, na forma da legislação que disciplina matéria, o direito ao tratamento prioritário e apropriado, assegurando-lhes igualdade de oportunidade e inserção social. 

Em que pese o mérito da iniciativa, óbices apontados pela Secretaria Municipal de Saúde impendem sua sanção.

Cumpre transcrever trecho da manifestação do referido órgão municipal acerca da presente Proposição:

“Nossa discordância fundamenta-se na defesa de uma abordagem ao autismo que compreenda esta condição como consequência de um transtorno de desenvolvimento global, portanto, como uma condição que afetará, de modo significativo, as relações do sujeito com o meio social, implicando, muitas vezes, numa dificuldade para estabelecer laços sociais e afetivos. 

Ainda que afete e produza sintomas no corpo, em parte dos casos, entendemos que o autismo não equivale, necessariamente, a um quadro de deficiência, mas, sobretudo, que esta condição não seja pautada pelo diagnóstico, mas pela defesa dos direitos de cidadania.

O poder público, neste caso, assim como com todos os sujeitos excluídos e marginalizados, deve se orientar em sua ação pelo imperativo ético de assegurar a todos o direito de ser incluído socialmente no espaço da diversidade. Noutras palavras: é preciso que as políticas públicas cuidem de incluir, de garantir o acesso a direitos, sem segregar.”

E continua:

“A demanda pela criação de serviços especializados em autismo centrados numa definição diagnóstica, avaliamos, contraria o disposto pelas legislações vigentes, na medida em que, objetivando proteger, acaba por reforçar a segregação como resposta para alguns. Entendemos, assim como dispõem as leis, que os autistas serão mais bem tratados se incluídos em serviços que trabalhem na lógica da inclusão e não da separação.”

Com efeito, o autismo é condição de características oscilantes, porque as causas, não sendo as mesmas, podem produzir significativas diferenças individuais no quadro clínico. Deste modo, a correlação dos diversos níveis de autismo a uma mesma condição, a de deficiente físico, não permite a inclusão desses indivíduos autistas em espaços de diversidade no qual teriam plena capacidade de se inserir e evoluir, ou seja, na escola regular, assim como nos serviços de saúde mental existentes no Município.

A Pasta Municipal de Saúde ainda esclarece que a legislação vigente corrobora o entendimento exposto, destacando-se a Lei Federal nº 10.216/01 e a Lei Estadual nº 11.802/95, sendo que esta última veda, expressamente, em seu art. 16, “a criação de espaço físico e o funcionamento de serviços especializados em qualquer estabelecimento educacional, público ou privado, que sejam destinados a pessoas portadoras de sofrimento mental e que impliquem segregação.”

Destaca-se que a matéria versada na presente Proposição é objeto do Projeto de Lei Federal nº 7.699/06, que tramita na Câmara dos Deputados, e propõe a criação de um Estatuto destinado à garantia dos direitos da pessoa com deficiência, o qual poderá servir como importante instrumento para orientar a produção legislativa dos demais entes federados. Considerando a repercussão nacional da matéria e o envolvimento de entidades e organizações nacionais e internacionais na discussão, é de bom alvitre observar a prudência legislativa para que haja mais tempo para a discussão da matéria em tramitação no Congresso Nacional. 

De outro lado, verifica-se existência de vício de iniciativa concernente à matéria vertida no art. 2º da proposta legislativa, que tratou da organização de serviços públicos de interesse local, sem observância do art. 88 da Lei Orgânica do Município, que contém a reprodução obrigatória das regras de deflagração do processo legislativo insculpidas no art. 61 da Constituição da República e no art. 173 da Constituição do Estado de Minas Gerais.

Nesse sentido a jurisprudência do Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais:

“Ação Direta de Inconstitucionalidade - Lei municipal que a título de estabelecer normas gerais para a acessibilidade das pessoas portadoras de deficiência ou com mobilidade reduzida, em verdade, determina vasta gama de providências de caráter administrativo e de gestão a cargo da municipalidade - Lei de iniciativa privativa do Chefe do Poder Executivo - Ofensa ao princípio da separação dos poderes - Ausência de prévia previsão em lei orçamentária para custeio das determinações, obras e serviços estabelecidos na lei municipal - violação ao princípio orçamentário - inconstitucionalidade - procedência.” (ADI nº 1.0000.08.483098-3/000(2). Relator: Des.(a) Brandão Teixeira. Data do Julgamento: 11/08/2010. Data da Publicação: 11/02/2011)

Essas, Senhor Presidente, as razões que me levam a vetar integralmente a Proposição de Lei nº 291/11, as quais submeto à elevada apreciação dos Senhores Membros da Câmara Municipal.

Belo Horizonte, 23 de dezembro de 2011

Marcio Araujo de Lacerda

Prefeito de Belo Horizonte

Os belos horizontes do autismo: uma questão positiva da esperança e da palavra pronunciada na inclusão digital




Silvania Mendonça Almeida Margarida


Ao abordar essa questão do autismo, estamos necessariamente falando da inserção da educação especial no currículo, na prática docente e em nossas vidas de pais. Alguns doutrinadores até pronunciam e versam que somos pais especiais. Não creio nisto. No meu humilde ponto de vista, creio que nos tornamos pais meticulosos, mitigados por uma questão positiva de esperança, da palavra pronunciada e cantada na dita inclusão social. Particularmente, eu, não acredito que ela aconteça numa escola regular. Mas também não deixa de fomentar uma lépida esperança que estamos caminhando para o conhecimento paulatino desta síndrome: seja em aspectos biofísicos como espirituais. Temos sim, a chamada inclusão digital.
Há dois aspectos igualmente importantes apontados como objetivos da Educação Especial: o primeiro e mais importante ser parte da educação geral, preparando o indivíduo para a cidadania, e servir de base para uma as futuras tentativas, às vezes infundadas da educação inclusiva. Ambos são igualmente necessários e, obviamente, vinculados. Mas com preocupação pode-se notar que nenhum desses dois objetivos vem sendo satisfatoriamente contemplado ao longo dos anos. E há um risco de desaparecimento da inclusão social, como vem sendo praticada no Brasil, como um desejo autônomo das autoridades, das políticas públicas dos sistemas escolares, pois se mostra, na sua maior parte, obsoleta, inútil e desinteressante.
Ambos os aspectos mencionados acima devem contemplar o conhecimento da educação especial atual, como ele se manifesta no dia a dia, no "modus vivendi" e na educação especial do momento. Mas os estudiosos do autismo parecem focalizar sua atenção numa espécie de romantismo inclusivo, ensinando coisas para as nossas crianças que podem ter sido interessantes e úteis em outros tempos, mas que hoje estão desvinculadas do cotidiano inclusivo. Para não dar a impressão falsa que só estou pensando no aspecto utilitário do “autismo”, lembro-me de que as formas de lidar com as diversas modalidades de inclusão. Hoje são atrativas para as crianças e jovens que têm grande relação com a síndrome, mas que vez ou outra tramitam dentro de um contexto de pequena ou média lucidez e aprendizagem construtivista do cotidiano. Mas mudanças espetaculares no mundo da educação autista nunca ocorreu. Sempre a mesma colagem, os mesmos caderninhos básicos, o coloridinho fora da órbita da página e o preço da escola lá em cima. Houve mudanças? Há 22 anos convivo com os mesmos coloridos, as mesmas colagens, os mesmos relatórios. Está certo. Eu poderia afirmar. Meu filho não desenvolveu nada, mas isto não é verdade. Seus aspectos sociais são cada vez mais comportados, sua fala cada vez mais cadenciada. E nossas viagens, cada vez mais, produtivas. Ele evoluiu muito e o caderninho está ficando para trás. 
Também, em outros ambientes, podem ocorrer um momento de fala, o cumprimento de uma pessoa, a leitura de uma página, a formatura no ensino fundamental. Há também os Aspergs que levam uma vida normal, prestam vestibular, namoram,  casam e alguns são até PHD.
Existe, portanto, uma antissíndrome dentro de outra síndrome que ensina pais, professores, profissionais, os mais belos horizontes, quais sejam que podemos evoluir sim dentro do autismo. Podemos destacar alguns segmentos: a música, a arte, a arte da paciência, a amizade entre pais, a virtualidade, a sensibilidade, a vontade de superação, a adequação,  a luta por políticas públicas, a medicina, a alimentação, a troca de idéias, dentre outros aparatos. Poderíamos fazer dos belos horizontes do autismo uma interpretação multidisciplinar como uma história da cultura, o que é válido, mas não basta para atingir os objetivos da educação especial. Mas não deixa de ser um começo.
O que quero precisamente afirmar quando trato dos belos horizontes do autismo?
Simples e corriqueiro. No dia a dia encontramos uma enorme gama de informações sobre o autismo que nos fazem pensar e repensar nossa postura como pais. A troca cibernética de informações desta democracia digital acende em nós uma chama de união e de clamor público e somos uma única voz a refletir sobre as benefícies e os desmandos em torno do autismo. Vejamos o recente caso da emissora MTV e sua retratação pública junto aos pais de autistas. Há uma rede social ou redes sociais que aconselham, nos acolhem, oram por nossos filhos e os amam como se todos fôssemos uma única família brasileira, que espera pela tão sonhada inclusão social, como ela deveria ser.
Os belos horizontes do autismo já fizeram movimentar novas legislações e julgados em São Paulo, Rio de Janeiro e na Bahia. Projetos em trâmite estão chegando a Minas Gerais e no Rio Grande do Sul. Acontecerão aos poucos uma nova aderência, e, nesta democracia digital autística, blogs e sites são abertos aos públicos quando pais  buscam informações úteis. Tais informações corroboram a singeleza e lisura da palavra pronunciada e escrita numa intuição positiva. Oficialmente, a principiologia do autismo está bem inerente no artigo 5º da Constituição Federal quando trata da dignidade da pessoa humana. Torna-se necessário evidenciar que a esperança  positiva é legal, está legalizada na Carta Maior e a Lei Maior de um país é pois sua Carta Magna.
Os belos horizontes do autismo tomaram-se o meu mundo há 12 anos e foram por intermédio deles que conheci novos médicos, novos comportamentos, novas experiências, novos amigos, e meu filho ganhou muito com esta experiência. Esta experiência deve ser passada à escola, à famosa inclusão social, que no meu entender não inclui nada e por aí vai.
Grande exemplo para o Ministério de Educação e Cultura e para a Presidente Dilma Rousself que precisam olhar e avaliar com mais singularidade a inclusão social do autista.
Dizem que a esperança é a última que morre. A minha nasce a cada dia. Recentemente, cientistas brasileiros deram passos importantes sobre a análise da síndrome. Como não dizer que os belos horizontes do autismo estão a cada dia  nos oferecendo uma questão positiva de luta e de aprimoramento da palavra pronunciada na inclusão virtual?
Solicitar a notícia e o desenvolvimento contínuo das nossas crianças e jovens, estimulando a inovação das práticas educativas e a investigação no âmbito da educação especial é trabalho não tão-somente para a escola, como também para pais e profissionais clínicos e terapêuticos. E se houve um resultado positivo no desenvolvimento de uma determinada criança anunciar e  divulgar para que ocorram ações conjuntas com  pais  e profissionais similares . É esta a intenção maior da palavra pronunciada: exercer atividades no campo da educação, quer sejam nacionais, estrangeiras ou internacionais  colaborando com entidades oficiais e particulares na promoção da educação do autismo.
Afinal, o que temos a perder? Nada. Não estaremos excluídos, não estaremos sozinhos e cada voz virtual que se levanta,  será uma palavra pronunciada nos belos horizontes de aprendizagem que o autismo nos oferece. Tenho dito que sou a maior aprendiz. Sou a maior autista quando me calo e aprendo na inclusão digital dos belos horizontes que o autismo me proporciona.

sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

Meu filho

Meu filho


Rompa as barreiras do seu mundo...


Você verá que seu canto...


que trilhará no encanto...


vai lhe fazer chorar


Meu filho

rompa as barreiras do seu mundo...


Aprenda a falar


Você verá que conversas


são alegrias paralelas


vai lhe fazer cantar



Meu filho


rompa as barreiras do seu mundo


Aprenda a escrever


Você verá que a escrita


Faz lindas poesias


para você declamar





Meu filho


rompa as barreiras do seu mundo


Aprenda a soletrar


você verá que seu nome


é cristalino e lhe espera


grande identidade



Meu filho


neste momento


rompa as barreiras do seu mundo


Dê a Jesus


O seu natal


e o vínculo com a catedral



Meu filho




é só tentar...

domingo, 18 de dezembro de 2011

QUEM É MAIS FELIZ?




silvania mendonça almeida margarida

A minha visão é fulgente como um lírio
flutua como a vitória-régia
navega em ondas sobre as águas do meu mundo
Tenho a anuência de caminhar entre flores
Olho para todos os lados autísticos do meu ser
Olho para a direita e para esquerda
Para frente e para o alto
e por incrível que pareça
Sei andar muito bem, mesmo olhando para trás

Vejo que a cada instante sou um ser especial
E o que nunca observo ao meu redor
Não tenho a preocupação aflita incontida
minha mãe e meu pai vêem por mim
e são minha identidade, quer melhor?

Sei ter a surpresa efetiva e o sentimento inerte
De uma criança sem maldade, de um ente angelical
Sinto-me comemorado a cada momento
Pois como autista,
de certa maneira e em certo estágio
Porque tudo é efêmero e não se basta
Sou a novidade do Mundo,
sou a notícia das estrelas

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sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

domingo, 11 de dezembro de 2011

Crianças Índigo


É difícil, com efeito, acreditar que crianças rebeldes, que agridem os seus pares, que não respeitam os adultos, que se envolvem em situações de delinquência, que não sabem respeitar normas básicas de convivência, possam ser Espíritos Superiores em missão!
No livro Crianças Índigo, de Lee Carroll e Jan Tober é esta a ideia que se tenta passar.
Nancy Ann Tape, que se diz capaz de ver as cores da aura, foi quem iniciou esta ideia "moda", e não hesita em afirmar que as crianças com as características acima mencionadas, e mais umas quantas, tais como deficiência de atenção e hiperactividade, são todas Índigo. Aliás, para Nancy, 90% das crianças são-no! Que mercado para os terapeutas New-Age!...

Estranhamente, nos meios espíritas, estas ideias têm colhido alguma credibilidade por parte de pessoas que fazem confusão com aspectos básicos da doutrina. Há, de facto, Espíritos mais evoluídos que encarnam na Terra para impulsionar a Humanidade na senda do progresso moral e intelectual. Mas a que propósito tais Espíritos têm que se manifestar como crianças problemáticas? É até um contra-senso. Nunca foi observado que crianças "diagnosticadas" como Índigo se mostrassem, na idade adulta, exemplos de virtude, missionários, portadores de mensagens transcendentes...

Uma criança pode ser rebelde por muitos factores. O mais improvável deles é que seja por ser um Espírito muito evoluído. É difícil imaginar uma Madre Teresa, um Raoul Follereau, um Mahatma Ghandi, um Chico Xavier, como crianças dispostas a pegar numa arma a massacrar os seus colegas de escola! Mas é isto que afirma Nancy Ann Tape; para ela, as crianças que têm protagonizado massacres em escolas são todas Índigos!
O Espiritismo é uma doutrina de bom-senso, e extremamente céptica. Allan Kardec afirmava que é preferível recusar-se nove verdades que aceitar uma mentira. E esta história das crianças Índigo contraria o mais elementar bom-senso. Observamos muitas vezes que irmãos criados exactamente da mesma forma, apresentam personalidades completamente diferentes. Um pode ser sensível, correcto, amável, e outro exactamente o oposto. Excluídos outras causas, o Espiritismo vê nessas ocorrências o reflexo do grau de evolução do Espírito. O Espírito mais rude pode encarnar num meio moralmente mais evoluído para ter oportunidade de se melhorar. Devemos-lhe carinho, apoio, compreensão. Mas nunca a "receita" habitual das filosofias New Age, que mandam "não contrariar os Índigos"!

Uma última advertência sobre este assunto: muita cautela com terapias e terapeutas. Não é todo o que se enfeita com este título que é digno de se lhe colocar a nossa saúde entre mãos. Não faltam casos de crianças e jovens que entram nos caminhos da delinquência por os pais terem sido aconselhados por duvidosos terapeutas a "não contrariar" as tendências da suposta Criança- Índigo...




TV Globo faz confusão entre a sindrome de autismo e crianças índigo


A TV Globo apresentou em 2003 e reprisou em 2008 a novela “Mulheres Apaixonadas”, na qual a atriz infantil Bruna Marquezine emocionou o Brasil noveleiro por representar a personagem Salete, uma Criança Índigo, que tinha percepção da Luz, premonições, paranormalidade avançada e via anjos, tendo no seu diretor Manoel Carlos, um conhecedor e defensor do tema importado dos Estados Unidos, que causou espanto na época.
Uma lembrança boa da novela foi à canção de abertura: Pela Luz dos Olhos Meus, interpretada por Tom Jobim e Miúcha. Inesquecível.
Cerca de 10 anos depois, a TV Globo está gravando a próxima novela das seis, desta vez comparando Crianças Índigo por terem intuição acima da média são confundidas com paranormais, com os dotados da síndrome de Asperger, que se distinguem do autismo clássico e não comportam retardo global no desenvolvimento, e que se tratados precipitadamente, podem ser diagnosticados pacientes de TDA, ou do TDAH - Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade -, com base em invencionices inaceitáveis, e pior ainda, serem medicados com drogas que seus efeitos colaterais no futuro os levarão a drogadição e a estigmatização como mais uma diferença.
A moda índigo para crianças “normais e especiais” não pegou no Brasil, embora gere controvérsias para os defensores daquelas possuidoras de talentos especiais como fará a menina Klara Castanho, interpretando na novela a personagem que nasceu com consciência sobre o sentido da vida, iniciando a reestruturação de uma família, após cinco anos em estado de coma, e ao despertar para um mundo novo, não sendo compreendida, começa a receber apoio, repetindo assim as apostas vencedoras da emissora na temática espírita.
Ao ler as primeiras divulgações da nova novela, fiquei feliz, pois, pretensioso pensei que a TV Globo iria incluir no seu contexto de teledramaturgia, um fragmento do projeto mundial para a “conscientização do autismo” o que muito contribuiria para aliviar um pouco a dor que nós pais sentimos quando defendemos nossos filhos do preconceito de mal informados, cada vez que a sindrome é usada pejorativamente ou para desqualificá-los. Ledo engano meu.
A estréia será justamente na época em que os pais de autistas e aspergers estarão se engalfinhando com o despreparo das escolas para matriculá-los, na Educação Inclusiva, o que seria uma ótima oportunidade para a imprensa e a televisão, antecipando a novela, mostrarem como padecem as famílias para incluir seus filhos deficientes no sistema educacional.
 A preocupação principalmente dos pais, interessados, estudiosos e profitentes da Doutrina Espírita, é que quando não for transmitido o verdadeiro sentido de como as pessoas dotadas daquelas síndromes vivem, estará sendo criado mais um estigma absurdo contra quem não tem como se defender ao ser relacionado com irrealidades paranormais como é o caso das Crianças Índigo, que por refletirem uma aura azul, teriam uma espiritualidade mais desenvolvida.
Preocupa-nos saber que o padrão televisivo da qualidade global, pelo crédito que tem, seja protagonista de uma imensa confusão ao fazer a analogia entre autismo e crianças índigo gera dúvidas e impasses na continuação das conquistas já obtidas no progresso destes pacientes, que massacrados pela vida, ainda tenham que se defender de irrealidades, as vezes com danos irreparáveis.  
Comparar autista ou Asperger com Criança Índigo ou de outro matiz qualquer, é um preconceito sem precedentes, pois além de criar “um ser diferente dos outros”, quem acreditar, alargará mais ainda o abismo nas relações humanas, impedindo convivência.
Ultimamente a Psicologia está apresentando questões interessantes sobre inteligências mais sagazes, contudo assuntos como o das Crianças Índigo não passam de deslumbrantes jogos de palavras que surgem das atividades manipuladoras de massas em tempos de indecisões espirituais.
Colocar a síndrome do autismo ou Asperger no mesmo patamar sem conhecer a sua real condição como fenômeno, não é o caminho.
Não queremos acreditar que a TV Globo exiba numa novela o advento de crianças índigos caracterizadas por um sistema para classificar seres humanos, ou compará-las com autistas, descritos por Léo Kanner e Hans Asperger, cada um no seu espectro, que na verdade é um modelo defeituoso de educação determinado por facções doutrinárias importadas, sem buscar informações básicas com quem conheça a causa do autismo, inoculando na população como ressonância, o veneno do separatismo de personalidades fictícias e transitórias.
Antes de encarnar um Espírito, a criança escolhe o lugar e a família que preencherá as suas necessidades de crescimento e evolução, ou seja, nada que a diferencie da outra, sendo que seus pais devem responsabilizar-se por encontrar formas de estimular esta sensível e bela energia, além de ajudá-las no desenvolvimento dos seus dons e talentos, autista ou não, como parte da missão espiritual delas na Terra.
José Saramago ensinava: Não tenhamos pressa, mas não percamos tempo.
Que cada um faça sua parte. 

Fonte: www.escrita.com.br

sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

TONY RAMOS EU APOIO – O BRASIL PRECISA CONHECER O AUTISMO



Ilton e Tony Ramos -O Brasil com mais conscientização e informação.
Tony Ramos com a camisa Eu Apoio O Brasil Precisa Conhecer o Autismo
O Ator Tony Ramos entra na campanha Eu Apoio- O Brasil Precisa Conhecer o Autismo,ele acha importante que a sociedade e a população tenham informação e conscientização.

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