segunda-feira, 12 de julho de 2010

EPILEPSIA & AUTISMO

Com o sincero desejo de trazer aos interessados algumas considerações importantes sobre a epilepsia e o autismo, apresento nesse texto informações gerais, que poderão auxiliar aos pais, familiares, amigos e profissionais multidisciplinares que lidam com o autismo e a epilepsia em seu dia-a-dia.

1. O QUE É A EPILEPSIA ? em princípio o termo mais adequado seria EPILEPSIAS , ou seja, no plural, visto ser algo que se apresenta de variadas formas, etiologias e conseqüências, mas em todas elas a origem da manifestação epiléptica é uma só, ou seja, é a conseqüência de uma descarga elétrica neuronal, resultante de uma sobrecarga elétrica geralmente de polaridade negativa, em um ou mais focos no cérebro. Dependendo de onde situa-se esse foco de sobrecarga elétrica, a conseqüência será uma ou outra, desde um leve movimento muscular até uma convulsão generalizada, que pode se comparar ao sistema elétrico de uma casa que, quando danificado, pode desde apenas desligar um disjuntor, até promover um “apagão” geral. O termo epilepsia (segundo alguns autores, originado do grego “epilépsia”) trás como significado algo que chega de surpresa, sem avisar, e ao longo dos milhares de anos de existência da humanidade encontram-se relatos sobre pessoas
com ataques de epilepsia. Curiosamente em algumas culturas a epilepsia é vista como uma manifestação da divindade, já em outras civilizações a epilepsia é tida como manifestação de entidades demoníacas, como podemos facilmente observar até os tempos presentes. De uma forma geral, todos os seres dotados de um sistema nervoso central estão sujeitos a ataques epilépticos, assim, poderemos ver cães, gatos, pássaros e outros animais tendo crises das mais variadas, de forma similar aos seres humanos. 2.

QUAIS SÃO AS CAUSAS DAS EPILEPSIAS
É importante observar que na medicina tradicional a epilepsia é considerada apenas um sintoma, e em última análise, uma conseqüência de uma causa primária, assim, a epilepsia pode advir de: - neurocisticercose (que alguns conhecem por “bicho do porco na cabeça”) que tem uma íntima relação com falta de higiene , falta de saneamento básico e também o hábito de comer carnes mal-passadas ou cruas. - traumatismos cranianos (muito observado em pessoas que transitam de motocicleta, bicicleta ou praticam esportes que possam expor a cabeça a traumas, e não usam capacete de proteção)
2
- infecções do sistema nervoso central (como, por exemplo, meningite) - irritação e/ou alteração/dano neuronal (que pode ocorrer por vários motivos, dentre eles : stress, privação de sono, estados de ansiedade, hiperatividade, abstinência de certas
drogas, álcool, fumo em excesso...) - tumores no cérebro - drogas estimulantes ao SNC - intoxicação a nível cerebral (inclusive as provocadas por alimentação com corantes sintéticos, conservantes e aditivos, os metais pesados que se alojam em nosso cérebro devido á poluição ambiental, poluição da água que bebemos, e os agrotóxicos presentes nos alimentos não orgânicos) - febre alta - outras variadas causas entretanto, por mais que se pesquise, as citadas “outras variadas causas” são uma realidade infeliz especialmente quando a epilepsia ocorre sem causa aparente, ou seja, os exames de eletroencefalografia apresentam atividade elétrica cerebral anormal, mas sem uma causa primária que justifique esse evento, e muitas vezes é aí que se enquadra a epilepsia do autista, deixando os pais perplexos e sem saber o que fazer.

3. INCIDÊNCIA DA EPILEPSIA NA PESSOA COM AUTISMO.

3.1.
O QUE É O AUTISMO Nós temos o hábito de sempre buscar descobrir as causas de tudo o que ocorre conosco e nossos amados (ou não amados...), e não levamos em consideração de que muitas das coisas que nos cercam podem ter uma explicação além do nosso alcance de compreender com o nível de conhecimento de que dispomos. Das pesquisas das quais dispomos amplamente divulgadas em livros, artigos, páginas da Internet, e outras fontes, sabemos que o autismo pode advir de: - intoxicação cerebral - causas genéticas - combinação de fatores genéticos e ambientais - sintoma comportamental secundário a uma síndrome primária, geralmente de ordem neurológica - há também os que ainda acreditam na hipótese da „mãe – geladeira”.... - outras causas Seja lá como for, a verdade é que o autismo é uma alteração cerebral ocasiona um transtorno global do desenvolvimento do indivíduo, afetando a capacidade da percepção e de comunicação da pessoa, resultando em um mundo introspectivo e diferente dos padrões normais de comportamento, que dificulta muito e até inviabiliza – na maioria dos casos – o convívio social e o desempenho regular das atividades de vida diárias.


3.2. AUTISMO E EPILEPSIA

Ainda não existem pesquisas suficientes para uma conclusão, mesmo porque o autismo, assim como as epilepsias, detêm um amplo espectro dos mais variados graus de severidade e comprometimento, mas sabe-se que é uma alteração cerebral, e nesse sentido é algo que afeta a manutenção de uma corrente elétrica cerebral adequada, sendo então que se observa na grande maioria dos autistas a incidência das epilepsias, da forma branda até a forma convulsiva. O ser humano não deve ser tratado em partes, mas sim como um todo, pois qualquer coisa que afeta a um dos dedos do pé, certamente vai levar uma mensagem específica ao cérebro, e da mesma forma não se pode apenas tratar o autismo, ou apenas a epilepsia, ou as outras causas primárias ou secundárias á estes dois sintomas, porque todos nós somos um sistema complexo onde não se pode tratar uma parte, sem tratar também o todo / o completo. A pessoa que pesquisar mais a fundo esses assuntos verá que a epilepsia pode ser decorrente de stress, então nesse caso o melhor tratamento será anti-stress ; também a epilepsia assim como o autismo pode ser decorrente de intoxicação cerebral, e neste caso, a conduta deverá ser de desintoxicação. De qualquer forma, é importante considerar que em nossa vida, especialmente nas grandes metrópoles, nós convivemos com as conseqüências do “conforto” de que dispomos, então,
- ao invés de irmos á pé ou de bike, vamos de carro – e isso gera uma série de consequências ...ao menos uma vida mais sedentária; - ao invés de investirmos alguns momentos na cozinha preparando uma refeição balanceada, livre de elementos tóxicos, nós optamos pelo fast-food ou o micro-ondas, - ao invés de investirmos alguns momentos descansando ou conversando com a família, os amigos, gastamos horas a fio em frente do aparelho de TV, nem que seja para assistir aos últimos assaltos e desgraças que ocorreram na vida dos outros....


Tudo é questão de escolha: se escolhemos “isso”, não poderemos escolher “aquilo” , e desta forma me parece claro que estamos escolhendo intoxicar a nós mesmos e nossos filhos, poluir o nosso mundo, destruir as próximas gerações, e já estamos pagando o preço disso através de nossos filhos (autistas ou não) e da nossa própria saúde. Todos nós sabemos da superlotação dos hospitais, pronto-socorros e casas de saúde que, aliás, é uma indústria multimilionária.... Será que não está na hora de refletirmos um pouco, investirmos nas verdadeiras causas do que está nos acontecendo, e pararmos de apenas tentar apagar os incêndios ? Eu sei por experiência própria o quanto é infeliz assistir ao repúdio social que o autista e o epiléptico sofrem. Eu cansei de tentar evitar que meu filho autista fosse chamado de endemoniado por pessoas próximas que se dizem exemplos de amor.

- na própria natureza há meios de encontrar agentes de desintoxicação e recomposição de muito do que se perdeu
* pertence a cada um de nós a escolha do estilo de vida (muitas vezes independendo de fatores econômicos e financeiros), e optar por uma alimentação balanceada, sem riscos para a saúde, investindo em tempo para si mesmo e para sua família e lembrando que nossos corpos merecem atenção......muito do autismo e da epilepsia podem melhorar com isso; ** pertence a nós a escolha de confiar ou não na opinião de um médico que prescreve um coquetel de medicações sem ás vezes sequer conhecer a fundo a doença, COMO É O CASO DO AUTISMO; ***cabe a nós questionar quando médicos prescrevem drogas que atuam a nível comportamental quando poderiam estar se utilizando, como primeira escolha, de outros recursos; **** cabe a cada um de nós lembrar que incentivar uma pessoa e direcionar um elogio sincero, seja ela criança ou não, é muito melhor do que ingerir uma caixa de remédios, e o efeito é muito mais duradouro, além de não custar nada; UM MUNDO MELHOR, SOMOS NÓS QUE FAZEMOS, A PARTIR DE NÓS MESMO E DE NOSSAS FAMÍLIAS. “O AUTISMO, ASSIM COMO A EPILEPSIA, NÃO SÃO OBSTÁCULOS INTRANSPONÍVEIS, MAS SIM UM DOS DEGRAUS A SER VENCIDO NA ESCALADA DA NOSSA EXISTÊNCIA.”



R u t h J o r g e Autora : Ruth Jorge de Souza mãe de : Ruth*, Moisés** e Carina*** Musicista e terapeuta especializada em reabilitação neurológica Presidente da APPESC – Associação Pró Portadores de Epilepsias * Ruth Jorge de Oliveira : 13 anos, desenhista da arte desta matéria ** Moisés Jorge de Oliveira : 11 anos, criança muito especial *** Carina Jorge de Oliveira : colaboradora dos desenhos

Fonte:
http://falandodeautismo.com.br/site/attachments/article/116/
Epilepsia_e_Autismo.pdf

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