sábado, 10 de julho de 2010

DEUS E AS VIVÊNCIAS TRANSCENDENTAIS DO MEU FILHO AUTISTA














silvania mendonça almeida margarida






Falar de Deus. Quão difícil é falar da Imensidão e do Eterno. Este Ser Maravilhoso que nos deu a vida e é o Universo Inteiro. A Suprema Ciência da Sabedoria que a mente humana pode descobrir em cada um dos processos do Universo estampado na natureza. Se levarmos em conta que Deus diferenciou o homem dos demais seres terrenos, e com a consagração, diferenciou todos no Universo, conferiu a todos esses seres, possibilidades ilimitadas de elevar-se anímica e espiritualmente na hierarquia da evolução.


Só posso acreditar que o meu André e todos os autistas estão vivendo um estágio evolutivo. Creio, e nada me diz ao contrário, que as vivências transcendentais autísticas do meu filho é uma verificação individual de acertos e desacertos produzidos em sua conduta, com relação aos altos fins de sua existência. Vincula-se conscientemente ao Criador, para o conhecimento de si mesmo e lhe permite de forma gradual conhecer seu mundo interno, compulsoriamente, e assim traçar a arquitetura e relevos evolutivos da vida.


Em primeira instância, é necessário compreender então, que Suas leis são indeléveis e infringíveis. Se meu filho e outros têm que ajustar a suas condutas aos supremos ditados de Sua Vontade e de Seu Grande Espírito, é que o transcurso do tempo deve ser cumprido no processo de forma perfeita. O livre-arbítrio aí se situa. Não estamos somente a perambular pelo mundo, alheio à vontade do Pai. Temos deveres e atitudes. Deveres espirituais de extraordinário alcance, aos elevados propósitos da nossa existência.


As vivências autísticas do meu André realmente transcendem a todos os entendimentos. É de sutileza e maravilhosa experiência. Para ser exata, tem uma vinculação consciente ao Criador, se cobre aflição e desespero (o que não acontece comigo, pois a duras penas aprendi), confere possibilidades ilimitadas de aprendizagens, de investigações e labirintos de mistérios divinos.


Mas com toda fragilidade própria do ser humano, eu me pergunto: se tudo a nossa volta respira melodia, quem é este Autor? Acaso pode existir melodia sem compositor? Um livro, sem escritor? Internet sem hipertexto? Creio que não.
Portanto, criação e autor são inseparáveis. A resposta para mim surge muito clara: Deus. Deus, a causa primeira de tudo que existe. A Mente Universal que plasmou a criação, que conserta as vivências transcendentais autísticas, e outros pormenores do Seu Universo. Se tudo é Perfeição, a única maneira de se aproximar Dele é se aproximar do Mestre que é caminho, verdade e vida.


Tenho ensaiado mil maneiras de buscá-Lo, aproximar-me Dele, contar ao André as peripécias da sua existência universal. Reconforta-me o espírito e abre a maior de todas as perspectivas: continuar escrevendo e confiando nas vivências transcendentais que Deus escolheu para a evolução do meu André Luís. Colocá-Lo no lugar mais elevado, onde jamais nenhum homem poderá encapsulá-Lo em estreitas concepções mentais. Não estaria nesta atitude a mais sublime expressão da Magnitude de Deus? Esperar os percalços do final desta prova, louvando ao Senhor e agradecendo o seu potencial evolutivo, oferecido a mim e a minha família?


Empreender esta jornada e saber que o caminho para buscá-Lo se encontra dentro de nós mesmos e que Ele nos concedeu os recursos infinitos e árbitros para fazê-lo? Lá em casa, a prova do autismo vencida, na crença da efemeridade que se apresenta, pois nada é para sempre. Para que eu vou discutir se mereço ou não? O que sei que mereço o meu lindo filho. Claro que mereço. Ele é o meu burilamento metafísico, sem vício de entendimento e distorção da razão.


Rui Barbosa já dizia: “Enquanto Deus nos dê um resto de alento, não há que desesperar da sorte do bem. A injustiça pode irritar-se porque é precária. A verdade não se impacienta porque é eterna. Quando praticamos uma ação boa, não sabemos se é para hoje ou para quando. O caso é que seus frutos podem ser tardios, mas são certos. Uns plantam a semente de couve para o prato de amanhã, outros a semente de orvalho para o abrigo futuro. Aqueles cavam para si mesmos. Estes lavram [...] para a felicidade do gênero humano”. Eu acrescento: lavram com Deus, que é Poder, Divindade e Vida.

O autismo não é um prato de couve, o autismo é a semente de orvalho para o abrigo futuro. Se seus frutos são tardios, claro e evidente, são certos para a felicidade. Não estamos fadados a correr atrás de prejuízos, causados à própria vida. É só plantar a boa semente e ser surpreendido com os bons frutos que se alastraram na nossa vida e no nosso campo experimental de provas a cumprir. Ainda bem, que tais provas são por etapas.

Enfim, sugiro a mim mesma, aproveitar ao máximo as vivências transcendentais do meu filho autista, esperar orientações divinas sobre este fantástico mundo interno do autismo e transformá-lo em conhecimento.


Será lícito atribuir ao Magnânimo Criador tudo o que sou, tudo o o que o meu André irá aprender nas suas vivências transcendentais, por meio de uma evolução consciente, que me permitirá atingir os mais sublimes ideais!

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