quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

A CRIANÇA E A BRISA




Noites e madrugadas afora
no caminho das estrelas
E na solidão da escrita
A brisa contida, pergunta...
E na trajetória do destino
E no reflexo dos espelhos
Conheceu um alguém
E, indagou, aflita,
Quem é quem?


Quem é este ser tão especial?
Que bate em meu ombro
E não se espanta
E me deseja com os olhos
Ao esvoaçar dos seus cabelos
As mãos serenas a brincar
Noites e madrugadas felizes
Que pureza é esta?
Que parece brincar com as flores
Da sua mais amada esperança
De onde ele vem e para onde vai.
Não sabemos, responderam
“Terra adorada no mais raio vívido”
Ela só existe se a quisermos
Quando eu, feito criança assustada
Escondo-me de você, de suas perguntas diretas
É somente para ver se os preservo submersos
Meus medos mais sombrios, minhas portas mais secretas
Não me assuste brisa, amo você, preciso de você....

A brisa noturna que construíra
gigantesco canteiro de obras
tinha-se ido, não poderia ficar
deixou criança com seu destino,
ergue a cabeça, com o olhar.
Sorri, e responde confiante,
Vou deixar-lhe pedaço de mim,
Para você se eternizar
Aos poucos, toda a vegetação da vida
desapareceu, devorada pela
espessa neblina da manhã.


Agora, Brisa e Criança
suas almas se unem
E formam imagens não distorcidas
A criança e a brisa voam
Pelo infinito universo das letras.
Na leveza do efêmero
No amparo das nuvens
Não temem o “solo gentil”
E sol, dono do saber
E a liberdade, propriedade do querer
Ajudam
Este compasso de amor,
Às vezes, se escutam em música inédita
“ao som do mar e à luz do céu profundo”.



Poesia pertencente à Silvânia Margarida
Paráfrase de pequenas partes do Hino Nacional da República Federativa do Brasil

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