segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

O que são Perturbações do Espectro do Autismo? (2)



DESENVOLVIMENTO

As crianças com Perturbações do Espectro Autista (PEA) desenvolvem-se de forma diferente em diferentes áreas. Podem ter um atraso na linguagem e nas habilidades sociais e de aprendizagem, enquanto a sua destreza para se movimentar e andar podem ser as mesmas dos seus pares. Podem ser muito bons a construir puzzles ou a resolver problemas no computador, mas podem ter problemas na sua vida social tal como falar ou fazer amigos. Podem também aprender competências difíceis antes de aprender uma fácil. Por exemplo, a criança pode ser capaz de ler frases e não ser capaz de dizer qual o som da palavra “b”.
A criança desenvolve-se no seu próprio ritmo por isso é difícil de dizer quando vai adquirir uma determinada competência. Existem no entanto escalas de desenvolvimento infantil que identificam as várias competências que é suposto que a criança atingir em determinada idade. Estas escalas podem servir de alerta para os casos de autismo.

DIAGNÓSTICO
O diagnóstico de PEA é difícil visto que não existem testes médicos ou análises ao sangue que o diagnostique. Os médicos baseiam o diagnóstico nos sintomas de comportamento e desenvolvimento.
Os sintomas de PEA podem por vezes ser detectados antes dos 18 meses. Por volta dos 2 anos um diagnóstico por um profissional experiente é já confiável. No entanto, muitas crianças não tem diagnóstico fechado cedo o que as impede de ter a ajuda de uma intervenção precoce

TRATAMENTO
Actualmente não existe cura para o autismo. No entanto, a investigação mostra que uma intervenção eficaz o mais cedo possível pode contribuir para melhorar bastante o desenvolvimento da criança. A intervenção precoce deve ser feita o mais cedo possível. As terapias de intervenção precoce têm por finalidade ajudar a criança nos aspectos de comunicação, motores e de socialização.
É muito importante discutir com o seu médico a sua suspeita de perturbações do espectro autista ou de outro problema do desenvolvimento.

MODELOS DE INTERVENÇÂO NAS PERTURBAÇÕES DO ESPECTRO AUTISTA
Actualmente existem dois grupos de intervenção nas pertubações do espectro autista:
1. Intervenções Biomédicas
a. Medicações
b. Medicina complementar e alternativa
2. Intervenções psicoeducativas
a. Intervenções comportamentais:
i. Programa Loovas
ii. Programa ABA
b. Intervenções Evolutivas
i. Floor Time (DIR)
ii. Responsive Teaching
iii. Relationship developmente Intervention
c. Intervenções baseadas em terapias
i. Intervenções baseadas na comunicação
1. Estratégias visuais, instruções com pistas visuais.
2. Linguagem dos sinais
3. Sistema de comunicação por troca de sinais/símbolos (PECS)
4. Histórias Sociais
5. Dispositivos geradores de linguagem
6. Comunicação facilitada
7. Treino em comunicação funcional
ii. Intervenções sensório-motoras
1. Treino en integração auditiva
2. Integração sensorial
iii. Intervenções baseadas na família
1. Programa PBS (Family centred Positive Behaviour Support Programs)
2. Programa Hanen (More than Words)
iv. Intervenções combinadas
1. Modelo SCERTS
2. Modelo TEACHH
3. Modelo Denver
4. Modelo LEAP

IDEA

É um inventário - Inventário do Espectro Autista - que ajuda a perceber dentro do diagnóstico, a severidade das perturbações, a formular objectivos de intervenção gerais e específicos e permite ir verificando a evolução a longo prazo da intervenção com a criança.
Pode encontrar aqui o IDEA


CAUSAS E FACTORES DE RISCO
As causas que provocam as perturbações do espectro autista permaneçem desconhecidas. No entanto sabe-se que existem certamente causas diferentes para os diversos tipos de PEA. Podem ser muitos factores a contribuir para as PEA incluindo os factores ambientais, biológicos e genéticos.
Muitos cientistas acreditam que os genes são um factor de risco que podem levar ao desenvolvimento de Perturbações do Eespectro Autista.
Crianças com um irmão ou parente com PEA têm um risco maior de também ter PEA.
Estudos com famílias mostraram evidências que existe uma contribuição genética para as perturbações do espectro do autismo. No caso de gémeos verdadeiros, caso uma criança tenha perturbações do espectro do autismo, existe a probabilidade entre 60% a 96% de o outro também ser afectado. O risco baixa para entre 0 a 20% no caso de gémeos falsos. Também os pais que tiveram um filho com perturbações do espectro do autismo existe a probabilidade entre 2% a 8% de o filho seguinte também ter autismo.
As PEA também tendem a ocorrer mais frequentemente em pessoas que tenham outro diagnóstico médico. Cerca de 10% das crianças com PEA tem uma desordem genética identificada, tal como o síndrome do X frágil, tuberose esclorose, síndrome de Down e outras perturbações cromossomáticas.
Algumas medicações tomadas durante a gravidez estão ligadas a uma maior risco de PEA tal como a talidomida e o ácido valpróico.
Algumas crenças, como a que a falta de atenção dos pais ou de afecto das mães causa PEA, não são verdadeiras
Não existem evidências de que o período crítico para o desenvolvimento de PEA ocorre antes do nascimento. Contudo, preocupações acerca das vacinas e infecções levaram os investigadores a considerar que existem factores de risco antes e depois do nascimento.

QUEM É AFECTADO?
As Perturbações do Espectro do Autismo ocorrem em todos os grupos sócioeconómicos, raciais e étnicos, com uma ocorrência maior em rapazes do que em raparigas.
Nos Estados Unidos a prevalência de casos diagnostigados com Perturbações do Espectro do Autismo é de cerca de 1 por cada 110 crianças.
Está a haver um aumento dos casos de diagnóstico de autismo. Torna-se difícil saber quanto deste aumento se deve a um alargamento da definição das PEA, embora seja certo que um aumento de casos de autismo deve ser tomado em conta. O mais certo é que o aumento geral de casos se deva aos dois factores.

SE ESTÁ PREOCUPADO(A)

Pode fazer uma primeira verificação preenchendo um questionário utilizado como forma de rastreio em crianças entre os 16 e os 30 meses que é o M-CHAT, o qual rapidamente lhe dá uma orientação se a sua criança se encontra dentro dos ítens críticos de sintomas de autismo. Alerta-se todavia para o facto de que com esta metodologia poderem surgir muitos falsos positivos pelo que deve discutir os resultados com um profissional. O M-CHAT pode ser obtido aqui.

Caso tenha ou não realizado o M-CHAT, e pensa que a sua criança apresenta sintomas de Perturbações do Espectro Autista, ou pensa que existe algum problema na forma como a sua criança brinca, aprende, fala ou age, contacte o seu médico e partilhe com ele as suas preocupações.

Caso continue preocupado(a) peça ao seu médico o encaminhamento da sua criança para uma consulta especializada de desenvolvimento da criança, que já existe em alguns centros hospitalares, ou para um especialista da área das perturbações do espectro do autismo.

Se tem preocupações com alguns sintomas que podem evidenciar Síndrome de Asperger e quer fazer um primeiro rastreio pode ir aqui


PARTILHA

Se recebeu um diagnóstico de autismo/asperger do seu filho(a) e quer conhecer melhor o que é o autismo e partilhar com outras famílias a sua "dor" saiba que não está só. Contacte-nos. A AIA promove reuniões de partilha entre pais todas as primeiras Sextas Feiras de cada mês com começo pelas 21horas.

Fonte: traduzido e adaptado maioritáriamente de http://www.cdc.gov/
Fonte: autismoembraga.blogspot.com
Fonte da Figura: autismoembraga.blogspot.com

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