SELZLER, Marcirene
FONTANA, Simone Félix da Costa
A inserção de alunos com necessidades educacionais especiais nas salas de aulas de ensino regular originou muitas mudanças e conseqüentemente resistência tanto, por parte dos profissionais que iriam trabalhar com esses alunos, que não tinham o mínimo preparo para desempenhar o papel como professores inclusivos, quanto dos próprios pais dos alunos com deficiência, que acreditavam que seus filhos não poderiam freqüentar o mesmo ambiente que os alunos ditos “normais”. A inclusão tem como característica principal a mudança a transformação é a quebra de qualquer pré-conceito a respeito do sistema de ensino regular.
Ao trabalhar com alunos que tem necessidades educacionais especiais cria-se uma relação estreita com a família principalmente no que se refere ao espectro do autismo, pois a interação entre pais e professores é de suma importância para o progresso de desenvolvimento pedagógico e social da criança “A escola e a família precisam ser trabalhar em sintonia nas ações e nas intervenções na aprendizagem, principalmente porque há grande suporte na educação comportamental”. (CUNHA, 2009, p. 89). Somando a isto, surge como agravante a falta de orientação aos pais a respeito do autismo, na maioria dos casos os pais só ouvem a palavra autismo quando precisam lidar com ela e assim não sabem que direção tomar nem quais as devidas atitudes em relação a essa nova condição de seus filhos, que envolve o seio familiar como um todo.
Existe uma carência muito grande com relação ao atendimento de crianças com autismo e de atendimento as famílias de autistas, as famílias necessitam de apoio e orientação, pois quando nos referimos ao autismo estamos falando de uma síndrome que modifica toda a estrutura da família em seu modo de pensar, agir... A primeira resposta da família em relação à síndrome do filho é de culpa e rejeição, “Muitas vezes o autismo traz a carga do isolamento social, da dor dos familiares e da exclusão escolar” (CUNHA, ano, p. 87), essa adaptação é composta por uma nova concepção comportamental que provavelmente estará fora dos parâmetros designados normais para a sociedade o diferente ou o não adequando nestas normas estabelecidas geralmente são excluídos e marginalizados das relações sociais como um todo. Para a família que convive diariamente com essa criança a aceitação e adaptação é difícil então para os demais familiares isso é um problemas que poucos sabem como lidar mesmo porque não existe programas de orientações que possam dar o suporte necessário para as famílias aprenderem a lidar com o “problema”.
O papel da família frente às dificuldades de seus filhos vem tomando outro formato com o decorrer dos anos se antes os pais tinham a postura de meros expectadores agora tomam a postura de parceiros de profissionais especializados, o papel dos pais junto ao tratamento de seus filhos proporcionam ótimos resultados.
Se a família promover meios para que essa criança se desenvolva de forma autônoma com certeza obterá resultados satisfatórios, porém se os familiares negarem o comprometimento de seus filhos diante da doença até pela própria complexidade em que o aspectro do autismo está envolvido esta criança se limitará. Para tanto, Benenzon explica: Entretanto, nos últimos anos tem havido compreensão crescente de que os familiares de pessoas com deficiência também tem necessidades especiais que justifiquem a criação de programas de atendimento as famílias. O autismo especificamente envolve uma situação que pode acarretar atraso com relação a seu tratamento isto é, as crianças autistas geralmente apresentam características de uma criança saudável e são muito bonitas esteticamente fato que muitas vezes dificulta a aceitação dos pais sob a doença de seu filho repercutindo em seu tratamento que geralmente é iniciado tardiamente proporcionando para a criança maior comprometimento.
Como é de verificar-se, fica claro que especificamente no aspectro do autismo a família é extremamente envolvida na deficiência, ”Uma grande ajuda para todos os indivíduos com autismo, independentemente do grau de severidade, vem das relações familiares, em razão do enfoque na comunicação, na interação social e no afeto” (CUNHA, 2009). Deste modo, a postura dos pais em relação à deficiência vem sofrendo várias transformações, isto é, antes os pais assumiam até por falta de informação apenas o papel de cuidadores dessas crianças, agora assumem a responsabilidade na intervenção junto aos profissionais especializados.
O principal foco no tratamento de crianças autistas é o trabalho colaborativo, é a interação entre todos os âmbitos em que a criança está inserida este trabalho precisa ser harmonioso e sistemático a fim de obter resultados satisfatórios em relação ao desenvolvimento da criança, já que o principal objetivo é fazer com que a criança se torne independente em qualquer ambiente é de suma importância que os espaços que a criança frequente sejam administrados em concordância.
FONTE: http://www.progresso.com.br/opiniao/autismo-no-ambito-familiar
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