Blog do André Luís Rian, rapaz autista que quer conversar com você sobre os problemas soluções do autismo...
sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010
UMA CRIANÇA AUTISTA
Uma criança autista começa a mostrar os primeiros sinais da doença ainda na primeira infância. Em ações simples como dar adeus ou mandar beijinhos, são encontradas dificuldades pela criança autista que não sorri, não imita gestos e é muito quieta.
Até os dois ou três anos de idade, os pais dificilmente percebem o autismo. Confundindo características da doença com reações naturais da criança. Como por exemplo, se ocorrer o nascimento de um irmão, a morte de um ente querido ou uma outra mudança importante, a criança tende a regredir em algumas habilidades adquiridas, o que não indicará, necessariamente, autismo. Porém, ao final do terceiro ano de vida, alguma característica já pode ser facilmente observada.
O diagnóstico do autismo se baseia na avaliação do quadro clínico e na anamnese. A presença de comportamentos característicos tem sido fundamental na formulação do diagnóstico. Podendo ou não, a criança, apresentar disfunções neurológicas tais como: intelectuais, senso-perceptuais ou motoras.
Uma característica marcante no autista é a dificuldade em integrar-se socialmente. Enquanto bebê, não responde às manifestações de carinho e quando mais crescidinhos ignoram as pessoas à sua volta, além de não manterem um contato visual demorado. Parecem não perceber o sentimento dos outros para com ele. Preferem sempre estar sozinhos, isolados e apresentam muita dificuldade em fazer amigos. Os primeiros sinais notados na criança autista, é o retardo na fala. E então a primeira suspeita é que a criança tenha problemas de audição. O autista sempre apresentará distúrbios de linguagem, podendo apresentar-se mudo, ou, ao contrário, falar demasiadamente repetindo palavras ou frases ouvidas. Essa repetição não é feita de forma adequada, as palavras são empregadas fora do contexto. Demonstram dificuldade em entender figura de linguagem, como por exemplo: "Estou derretendo de calor", "estou morrendo de fome". Eles entendem ao pé da letra, e sentem medo. O autista se refere à ele sempre na terceira pessoa do singular, citando seu próprio nome.
A criança autista é habilidosa, sendo muitas vezes confundida com superdotada. Pois desde muito cedo pode aprender a ler espontaneamente mesmo sem entender o significado das palavras que lê. Esse aprendizado precoce pode ser obtido em vários idiomas. E o seu isolamento pode ser confundido com o fato de ser mais inteligente que as outras crianças.
Gestos repetitivos, como bater os braços, balançar o corpo, morder as mãos ou puxar os cabelos são comumente encontrados no autista. A rotina nas atividades, é uma característica presente. Brincam sempre com os mesmos brinquedos. Montam por vezes seguidas o mesmo quebra-cabeça ou ouvem uma mesma música várias vezes e podem ficar passando a mão durante horas sobre um mesmo objeto. Podem se dedicar ao estudo de um mesmo assunto durante semanas a fio. Como por exemplo, animais pré-históricos, tabelas de horário de avião, catálogo telefônico, etc. Pode ocorrer uma reação da criança autista, se a rotina do seu ambiente for mudada. Quer seja a mudança de algum móvel da casa, ou de algum hábito.
A inteligência de uma criança autista é variável, sendo que 70% delas apresentam algum grau de retardo mental. Essa deficiência, refere-se a um funcionamento intelectual abaixo da média, que se observa no decorrer do crescimento da criança e tem como característica principal uma dificuldade em se adaptar no mundo externo. Considerando a dificuldade em se avaliar corretamente a inteligência, algumas crianças autistas demonstram habilidades matemáticas surpreendentes. Em relação à função motora, as crianças autistas são extremamente hábeis, com raríssimas exceções.
Esses aspectos de comportamento são gerais. Porém existem variações de comportamento entre os autistas o que consequentemente modificam suas reações. Contudo certas características comuns envolvem sempre as áreas de comunicação-linguagem, interação social e comportamento.
SUELI MENEZES DE PAULA
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Pode se dizer que uma criança tem um componente autista e como é isso?
ResponderExcluirAnônimo, o autismo é um jeito de ser, da sua personalidade, do seu presente e das suas características genéticas.
ResponderExcluirPosso lhe falar sobre o meu filho André que está autista. Ele tem um componente genético autístico que altera seu comportamento. Uma ramificação do cromossoma 16. Abraços e boa sorte nos seus entendimentos. silvania