sábado, 12 de fevereiro de 2011

Assistir TV pode causar autismo?



por Julia Layton - traduzido por HowStuffWorks Brasil




A maioria dos pais teme um diagnóstico de autismo. Isso pode significar para a criança uma série de alterações em seu desenvolvimento como uma vida de auto-isolamento, incapacidade de se comunicar e de manter relações sociais. E não há cura para o autismo.

De acordo com o Instituto Nacional de Saúde Mental, aproximadamente 1 em cada 300 crianças nos Estados Unidos sofrem de distúrbios do espectro do autismo (DEAs). Segundo pesquisadores das Universidades de Cornell e Purdue, que apresentaram um estudo relacionando a ocorrência de autismo ao hábito de crianças de um a três anos assistirem TV, esse número fica em torno de 1 em cada 175.
Quando uma criança pequena apresenta comportamento social anormal como recusar-se a fazer contato visual, desligar-se de estímulo externo, focar-se de forma obcecada em um único objeto e apresentar desenvolvimento psicológico lento, inexistente ou subitamente retrógrado em áreas como a fala e a interpretação da linguagem, a ampla variedade de transtornos do espectro do autismo se torna uma explicação possível.

Autismo é a forma mais grave desses transtornos. Uma criança autista tem uma vida bastante limitada (ao menos na perspectiva externa), é incapaz de se comunicar de forma efetiva, formar conexões emocionais e gerenciar os estresses da vida diária. Existem outros transtornos, mais suaves, como a síndrome de Asperger na qual a criança pode levar uma vida mais normal e lidar com problemas no convívio social relativamente administrável.

Estudos demonstram que os transtornos do espectro do autismo afetam diversas áreas importantes do cérebro, incluindo o cerebelo, o córtex cerebral e o tálamo. Há décadas, a ciência tem tentado descobrir a causa do autismo, focando-se em áreas como:

•desenvolvimento alterado do cérebro;
•um gene que sofreu mutação (chamado MET) que aumenta o risco de autismo, mas que não parece ser a única causa da doença;
•componentes de vacinas infantis (que foram quase completamente descartados como causa potencial);
•e outros fatores biológicos potenciais existentes.
Um grupo de pesquisadores de Cornell e Purdue se focou em uma causa provável muito diferente dessas: a televisão. Mas, as manchetes que anunciam "TV causa autismo" não correspondem a uma constatação precisa do que o estudo identificou. Veja a seguir o que os pesquisadores descobriram.
1.Os índices de diagnóstico de autismo começaram a aumentar drasticamente no mesmo período em que a TV a cabo foi introduzida nos Estados Unidos. Cidades com maior acesso à TV a cabo passaram a apresentar números mais elevados de crianças com diagnóstico de autismo.
2.As taxas de diagnóstico de autismo aumentaram mais em regiões do país em que chove mais.
Os pesquisadores relacionaram a segunda descoberta à televisão, baseados em outros estudos sugerindo que crianças que vivem em climas chuvosos tendem a passar mais tempo dentro de casa do que crianças que vivem em locais com climas menos chuvosos; e crianças que passam mais tempo dentro de casa tendem a assistir mais TV.
Os pesquisadores responsáveis por esse estudo acreditam que suas descobertas indicam que assistir TV excessivamente antes dos três anos de idade pode provocar desencadear o autismo em crianças que já tenham predisposição para o transtorno, como naquelas que já possuem a mutação no gene MET. O estudo não descobriu se crianças com risco de desenvolver autismo podem escapar da doença se não assistirem televisão. Para ler todas as descobertas, leia Cornell University: a televisão causa autismo? (em inglês)

Apesar das terríveis manchetes, provavelmente a descoberta mais representativa do estudo sinaliza que os pesquisadores deveriam expandir suas áreas de investigação sobre o autismo. Até agora, a pesquisa tem se focado basicamente na biologia - no cérebro, na estrutura do DNA e em como eles podem ser afetados por processos como mutação genética, desenvolvimento alterado da criança e introdução de substâncias químicas externas no corpo. O que esse novo estudo sugere é que fatores de outra natureza poderiam prover ao menos indícios parciais para a resolução do enigma do autismo que até o momento permanece desconhecido.


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