sábado, 25 de setembro de 2010

FILHO AUTISTA APRENDIZ



silvania mendonça almeida margarida


Mamãe, vou cantando pela vida
À espera do resgate da emoção
Bebo pétalas de rosas
das pálpebras aprendizes
e de provas infinitas
Faço o que os deuses
Mandam meu coração...



Mamãe!
Como autista aprendiz
Sou poeta do mundo que reflete
Um abismo mais profundo
A amplitude do cosmo
E da nossa orbe estelar
Mas festejo o amor
Pois em resgate
Vai chegando a hora de me libertar


Nada me desarma
Meus olhos são cálices da alma
O espírito e o poema estão a esperar,
E tecem as fantasias,
mas como em toda espera,
levantam templos à virtude



Não uso regras
Tampouco teorias
Escrevo o que você me dita
Posso voar como pássaro
Nadar como golfinho
Ou brincar de ser criança
Sou filho autista aprendiz



Mamãe, quando você chora
Ao mar de lágrimas de que fala a poesia,
Cuja nascente está na sua alma de quem sofre,
Vejo seus gritos abafados pelas ondas...

Sou como o espelho sincero
Tenho objetivos sinceros
E alma de menino valente
É só esperar o amanhã

Mamãe!
Tenho alma autista aprendiz
Tenho a luta indispensável
Tenho a esfera dos anos vividos
Nunca camuflei os sentimentos
Nunca perdi a razão

E espero, tudo passa,
tudo passa e nos mostra
a nossa felicidade!
Vou cantando pela vida
À espera do resgate da emoção
Bebo pétalas de rosas
das pálpebras aprendizes
e de provas infinitas
Faço o que os deuses dizem
e mandam meu coração...

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