domingo, 2 de outubro de 2011

Tratamento medicamentoso promete melhorar linguagem e função social de autistas Tratamento difere da maioria das intervenções terapêuticas para autistas, que dirigem-se a problemas psiquiátricos

Tratamento medicamentoso promete melhorar linguagem e função social de autistas
Tratamento difere da maioria das intervenções terapêuticas para autistas, que dirigem-se a problemas psiquiátricos

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A maioria das intervenções terapêuticas para as pessoas com autismo dirigem-se a problemas psiquiátricos, incluindo a agressividade, a ansiedade e o comportamento obsessivo. Agora, pesquisadores da University of Missouri estão examinando o uso do propanolol (uma droga usada para tratar a hipertensão, controlar os batimentos cardíacos e para reduzir a ansiedade durante provas) para melhorar os traços primários relacionados com o autismo a dificuldade com as habilidades sociais normais, com a linguagem e com os comportamentos repetitivos. Os pesquisadores dizem que a droga é uma nova via promissora para melhorar a linguagem e a função social. " Podemos dizer claramente que o propanolol tem o potencial de beneficiar a linguagem e pode ajudar as pessoas com autismo a agirem apropriadamente em determinadas situações, inclusive para fazer contato visual com as pessoas. Melhorar a linguagem e a função social é algo significativo porque estas são duas das três principais funções do autismo. Os ensaios clínicos examinarão os efeitos da droga nas três características, incluindo os comportamentos repetitivos" , disse o professor David Beversdorf.

O propanolol tem sido usado por décadas com efeitos colaterais mínimos relatados em indivíduos saudáveis. Os pesquisadores da University of Missouri são os primeiros a estudar os benefícios dos medicamentos sobre o autismo de maneira controlada. O próximo passo é conduzir ensaios clínicos para determinar se os benefícios são sustentados através do tempo e se os benefícios superam os outros efeitos.

O propanolol age reduzindo o efeito da norepinefrina provocado pelo estresse para permitir que o cérebro funcione como se não houvesse estresse. Isto é benéfico para as pessoas que têm problemas em fazer testes. Nas pessoas com autismo, o cérebro é conectado de uma maneira diferente, tornando o processamento mais rígido em termos de função social e de linguagem. Os pesquisadores pensam que a droga age nestes processos conectados e assim melhora as tarefas e o funcionamento nestas áreas.

" Quando as pessoas saudáveis estão sob estresse, seus neurônios disparam de uma maneira inesperada, para responder rapidamente ao fator estressante, isso não permite a entrada de fontes remotas. Infelizmente, quando tentamos resolver problemas difíceis, precisamos de informações de fontes remotas. Por exemplo, se entramos em contato com um tigre, estamos programados para responder rapidamente e fugir. Contudo, esta resposta de luta ou fuga não é tão útil na sociedade atual porque em vez de encarar um tigre, nós estamos fazendo um teste ou dando um discurso. Evidências sugerem que os indivíduos com autismo têm uma dificuldade similar de examinar os dados de fontes remotas a despeito da presença de estresse quando se utiliza a linguagem e a comunicação" , disse Beversdorf.

Em estudos anteriores, os pesquisadores descobriram que o propanolol ajudou as pessoas com autismo a resolver anagramas simples e tarefas de desembaralhar as palavras. Ele também aumentou a fluência semântica, o que requer entender a definição das palavras e a conectividade entre diferentes regiões cerebrais.

" Estamos interessados em ver se podemos predizer quem irá ou não responder a este medicamento entre aqueles com autismo. No estudo de acompanhamento, estamos procurando por marcadores de maior reatividade de estresse. Se descobrirmos que aqueles com reatividade de estresse mais alta são mais sensíveis aos efeitos do propanolol, isso pode ajudar a identificar quem se beneficiaria mais com a droga" , disse Beversdorf.

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