Segredo para o diagnóstico precoce do autismo pode estar na placenta
Fonte: Biological Psychiatry, 26/06/2006
Pesquisadores da Yale School of Medicine descobriram na placenta o que pode ser um marcador precoce para o autismo, o que pode ajudar os médicos a diagnosticar a doença no nascimento, ao invés de quanto a criança tiver 2 anos de idade ou mais.
O autismo é uma doença de desenvolvimento que tem um efeito profundo na socialização, comunicação, aprendizado e outros comportamentos. Na maioria dos casos, tem início na infância. Informações sobre os aspectos iniciais do desenvolvimento do autismo na criança são limitada, mesmo quando aproximadamente 1 a cada 200 crianças é diagnosticada com um Distúrbrio do Espectro do Austismo (ASC, em inglês). Quanto mais cedo é feito o diagnóstico, maior o impacto do tratamento.
Estudos atuais buscam por características das crianças sob risco de ASD de modo que o diagnóstico possa ser feito antes de a criança completar um ano de idade. O momento ideal do dianóstico seria no nascimento, de acordo com o autor senior do estudo Harvey J. Kliman, M.D, pesquisador do Department of Obstetrics, Gynecology & Reproductive Sciences, na Yale School of Medicine.
Em estudo anterior, Kliman tinha observado características patológicas anormais na placenta da criança com síndrome de Asperger, uma doença da ASD que, como o autismo, prejudica a capacidade de se relacionar com outros.
Kliman e colegas analisaram se a anormalidade da placenta, especificamente a presença de inclusões de trofoblasto, pode ser um marcador para ASD. A equipe multidisciplinar de pesquisadores de Yale compararam a placenta de 13 crianças com ASD com a placenta sem inclusões de trofoblasto de 61 crianças.
Eles constataram que as placentas das crianças com ASD tinham três vezes a chance de ter inclusões. Kliman e a equipe identificaram inclusões de trofoblasto realizando exames microscópicos dos tecidos das placentas.
"Nós sabíamos que inclusões de trofoblasto aumentam em casos de anormalidades cromossômicas e doenças genéticas mas não tínhamos idéias se aumentariam significativamente nos casos de ASD", disse Kliman. "Os resultados são consistentes com estudos realizados por outros pesquisadores que mostraram que a ASD possui uma clara base genética".
Inclusões de trofoblasto refletem dobras anormais de camadas microscópicas na placenta e parecem resultar de crescimento celular anormal.
A equipe de Yale planeja replicar a avaliação com estudos prospectivos multi-cêntricos maiores. Eles examinarão as placentas das crianças com mais detalhes para entenderem a base biológica das inclusões na ASD.
Fonte: Biological
http://emedix.uol.com.br/not/not2006/06jun26psi-bp-kte-autismo.php
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