terça-feira, 24 de maio de 2011

O autismo sem o medo de ser feliz

“Não fala comigo!” é uma obra audaciosa, com cheiro da terra, abraçando os problemas e percalços vividos pela família brasileira. Traz esperança, informação, diverte e faz chorar

Da Editoria

A obra de ficção “Não fala comigo!” (Carlini & Caniato Editorial) aborda a história de um autista ao retratar a vida de um casal no sertão brasileiro que, com sua simplicidade, grande sabedoria e sensibilidade; soube derrubar obstáculos, não permitindo que a amargura do sofrimento os privasse de amarem e serem amados pelo filho que, em sua diferença, conseguiu quebrar o gelo da desconfiança e os grilhões do preconceito.

“Não fala comigo!” é uma obra audaciosa, com cheiro da terra, abraçando os problemas e percalços vividos pela família brasileira. Traz esperança, informação, diverte e faz chorar ao mesmo tempo. Tem em todo seu conteúdo o linguajar simples de nossa gente, de nossa realidade, sem o tão batido “americanismo” que impregna qualquer assunto relativo a autismo. “Não fala comigo!” vem dizer a todos que os diferentes podem ser iguais, e que autistas têm muito a oferecer à nossa sociedade, ao nosso planeta.

A história vivida por Martírio é a de muitos “Martírios” por esse Brasil afora. A diferença entre o desfecho de nosso protagonista e dos muitos autistas está numa palavra: credibilidade. É o que a família ofereceu a ele todo o tempo, e nosso autor soube retratar tão bem.

“Quando muitos fogem da luta, abandonam lares e relegam famílias à própria sorte, Romulo Nétto se levanta corajosamente e, sem ter filho ou qualquer familiar com autismo, resolve escrever sobre o assunto. Aborda o tema com naturalidade e nos custa crer que não tenha vivenciado as dores da síndrome...”, relata Berenice Piana de Piana, mãe de Dayan Saraiva Piana de Piana, 16 anos, autista clássico.

Na orelha da obra discorre-se sobre o nascimento de uma criança diferente, fato que, não raras vezes, tem destruído uma família. Grande parcela dos casais aceita com relutância um filho deficiente. Talvez por não estarem psicologicamente estruturados para carregar pela vida afora o “fardo” que não escolheram.

Por certamente, Martírio veio ao mundo abençoado por Deus, ainda que envolto numa aura misteriosa. Epigmênio e Rutinha de Rubão, se pudessem, teriam escolhido um filho igual aos outros: a mesma tez morena, os olhos maiúsculos, azevichados, como os da mãe, os cabelos louros que, amiúde, contrastavam com a imensidão seca daquele sertão.

O tempo avança suas horas atingindo os dois em cheio: o filho, que viera em momento de quase penúria, trazia consigo a diferença... E eles o amaram com todas as forças como se prenunciassem que, diante de tamanha diferença, Martírio seria o mais igual entre os iguais.

Epigmênio e Rutinha souberam derrubar obstáculos, não permitindo à amargura do sofrimento privá-los de amarem e serem amados pelo filho que, em sua diferença, conseguiu quebrar o gelo da desconfiança e os grilhões do preconceito.

O AUTOR

Romulo Nétto é mineiro de Paracatu, onde nasceu em 3 de março de 1946. Graduou-se em Comunicação Social – Jornalismo – pela Universidade de Brasília, em 1971. Exerceu funções na Universidade Federal de Mato Grosso, no período de 1974 a 1993. Já lançou as seguintes obras: As Jagunças; Filisberto das Âncoras; Contos dos Gerais; Cidades, Ciudades; Bom-dia, Senhor Presidente; Tarenço, o Capanga de Lata; Os Deserdados da Sorte; Tatão Malemais, o Capador de Anjos; Transitoriedade, Palavra e O Infinito Desespero de Ementério.

“Não Fala comigo!” acaba de ser lançado e pode ser encontrado nas livrarias da cidade. (com assessoria)

Um comentário:

  1. Silvania, parabéns pela pesquisa. Estamos passando fases bem melhores depois que passamos a dividir nossos esforços. Gabriel, nosso filho de 11 anos, esta atravessando o momento autista, e tudo que você colocou é bem a verdade.
    A Interação intuitiva, sensorial e afetiva da familia tem sido algo que melhora em muito a comunicação.Nilceia Rolim e Gabriel

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