A escolha de pais de crianças autistas por escolas de educação especial não é reflexo de conformação, mas sim da busca pela única opção, na maioria dos casos, para seus filhos, pois são as únicas que atendem às demandas desses alunos “especiais”. Porém, a auxiliar de escritório Ana Sérgia do Vale, 25, preferiu não ir por esse caminho e correu atrás do direito do filho Luís Miguel, 7, que tem autismo, de estudar numa escola de ensino regular.
Foram várias tentativas frustradas para tentar matriculá-lo. “Eu sofri muito preconceito quando procurava as unidades de ensino. Na época, ainda não tínhamos a confirmação de que o Luís era autista, então eu dizia que suspeitava até que fosse confirmado pelos médicos. Ainda assim, as escolas não aceitavam matricular o Luís”, contou Ana Sérgia.
Para a família, Luís era apenas uma criança reservada e por isso não interagia muito com as pessoas. É o que relata a avó do menino, a dona de casa Sônia Maria Cardoso, 55. “Ele era muito quieto e por isso tínhamos certo receio de colocá-lo na escola, porque crianças geralmente são bem agitadas. Foi aí que percebemos a necessidade de levá-lo a um psicólogo, que o encaminhou para o neurologista e confirmou o autismo”, disse.
Mesmo com as rejeições, Ana Sérgia não desistiu de tentar matricular o filho numa escola de ensino regular até conseguir na escola particular Ciec Sul, localizada na rua Urucará, bairro Cachoeirinha, Zona Sul.
“Há dois anos que ele estuda numa classe com crianças que não são autistas. A escola se mostrou disposta a se adaptar com o Luís. Hoje ele conversa mais com as pessoas, já sabe ler e escrever. E está se desenvolvendo bem”, contou a mãe do menino, entusiasmada.
Exemplo
Para o diretor-presidente do Instituto Autismo no Amazonas, Joaquim Melo, a história de Ana Sérgia é de heroísmo. “Muitos pais quando vão matricular seus filhos autistas em escolas de ensino regular recebem um ‘não’ como resposta. Mas é aquele ‘não’ que vem subentendido ao falarem que a escola está despreparada ou que não tem mais vagas para esses alunos”, disse.
Para o diretor-presidente do Instituto Autismo no Amazonas, Joaquim Melo, a história de Ana Sérgia é de heroísmo. “Muitos pais quando vão matricular seus filhos autistas em escolas de ensino regular recebem um ‘não’ como resposta. Mas é aquele ‘não’ que vem subentendido ao falarem que a escola está despreparada ou que não tem mais vagas para esses alunos”, disse.
Melo ressaltou ainda a importância de os pais de crianças com autismo conhecerem o direito dos seus filhos, referindo-se à lei federal 12.764 sancionada em 28 de dezembro de 2012 pela presidenta Dilma Rousseff, que criou a Política Nacional de Proteção dos Direitos da Pessoa com Transtorno do Espectro do Autismo.
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