
silvania mendonça almeida margarida
pintura da minha tia Isabel Guerra
Enalteço o amor quando coloco
Em minhas telas da vida toda a cor
quando as marcas profundas se tornam vastas
No jardim dos meus sentimentos
E um passado querido volta em chaves
Abre as portas de um passado florido
Massacra minha alma que ainda não partiu
Do infinito que sonho
ou abismo solitário que me amedronta.
Mas a conformidade bate em meu ser
em lume quando as dores
ignoram santos e castas
A vida é feita de incompletudes
E que meu espectro tenha também partido
e – o autismo voa para a imensidão do infinito
com sonhos e pesadelos que
determinam as portas vazias ...
Cujo grito oco traduz-se em símbolos ilegíveis
numa atração sem cor e cambiante
Correntes de água tão cheias de ilusão
Que tiro do meu cofre de riqueza...
Pinto com um pincel de puro amor
Um arco-íris de grande beleza!
Nas vertentes da vida e no sabor
Abrem-se as chaves do passado e do autismo
A falta de dinheiro e de tratamento
De um tempo que não poderá voltar
Mas foi feliz enquanto durou...
Hoje, o espetáculo da vida
Traz nuanças equiparadas
Ao antigo caminho,
e em sentimentos tropeço
mas minha alma é só poesia
e diz que não devo nada e vai passar...
no silêncio da minha caneta,
do meu papel e do meu antigo giz
Vou usar todas as chaves do autismo,
E aprender a perdoar...
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